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A TEORIA DA PERSONALIDADE

Por:   •  2/12/2018  •  3.115 Palavras (13 Páginas)  •  400 Visualizações

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- Tensão

Sullivan definia o organismo como um sistema de tensão, variando entre euforia – relaxamento absoluto – e tensão absoluta. As duas principais fontes de tensão são as necessidades do organismo e a ansiedade. A primeira são necessidades fisioquímicas (água, oxigênio, alimento e etc.) e a ansiedade é o resultado de ameaças reais ou imaginárias à própria segurança.

Muita ansiedade causa perturbação das relações interpessoais e ansiedades menos graves podem ser informativas. Sullivan acreditava que a ansiedade é a primeira grande influência educativa na vida. Esta ansiedade é transmitida da mãe para o bebê pelo seu jeito, sua voz e seu comportamento (ele admite não saber como acontece essa transmissão). Em consequência disto, outros objetos no ambiente se tornam carregados de ansiedade (pensamento paratáxico).

- Transformações de energia

A energia citada por Sullivan não é uma energia mental e sim um conceito mais sólido como na física. A energia transformada citada em Dinamismos é transformada pelo trabalho: ações manifestas (físicas) ou ocultas (mentais). Essas ações têm como meta o alívio das tensões e em sua grande maioria são condicionadas pela sociedade. Sullivan não acreditava que os instintos fossem motivações humanas e não aceitava a teoria de Freud sobre a libido. O indivíduo tende a se comportar de certa maneira como resultado de interações com as pessoas e não por imperativos inatos.

- O desenvolvimento da personalidade

Ao passo que Freud mantinha a posição de que o desenvolvimento é um desdobramento do instinto sexual, Sullivan defendia uma visão social do desenvolvimento. Ele classificou 06 estágios do desenvolvimento baseados nas culturas europeias ocidentais. São eles:

- Infância. Vai do nascimento até o aparecimento da fala articulada. Nesse período a zona oral é a primeira zona de interação com o ambiente, pois é através da boca que o bebê tem sua primeira relação interpessoal. É característico também o aparecimento dos dinamismos da apatia e do desligamento sonolento, a transição de um modo de organização prototáxica para paratáxica e a organização de personificações sobre as pessoas ao redor.

- Meninice. Estende-se da fala articulada (organização sintáxica) até a necessidade de companheiros para brincar. O desenvolvimento da linguagem permite a fusão de diferentes personificações (a mãe boa e a mãe má na mesma pessoa) e o self começa a desenvolver a concepção de gênero. Nesta fase, inicia-se a sublimação (substituição involuntária de padrões de comportamentos que geram ansiedade ou colidem com o self por um padrão aceitável). Neste período surge o excesso de tensão gasto em sonhos noturnos.

- Fase juvenil. Esta fase permanece durante a maioria dos anos do ensino fundamental (cerca dos 5 aos 9 anos). É um período para socializar-se, adquirir experiências de subordinação social a figuras fora da família, tornando-se competitivo e cooperativo.

- Pré-adolescência. Cerca de 9 a 12 anos. Período marcado pela necessidade de um relacionamento íntimo com igual do mesmo sexo, um amigo. É um período extremamente importante, pois marca o início de relações interpessoais com pessoas da mesma faixa etária, com mutualidade e reciprocidade entre os membros. Sem uma companhia íntima, o pré-adolescente torna-se severamente só.

- Adolescência inicial. Da puberdade até a definição do “padrão de atividade genital preferida pelo indivíduo”. Nessa fase o dinamismo do desejo sensual envolve zonas erógenas do corpo. A necessidade de intimidade permanece com alguém do mesmo sexo, porém, surge a necessidade erótica por alguém do sexo oposto. Quando essas necessidades não se divorciam, o jovem vai apresentar uma orientação homossexual.

- Adolescência final. Vai da criação do padrão da atividade genital até o estabelecimento de um repertório maduro de relações interpessoais. Essa maturação das relações consiste na estabilização do self, na aprendizagem de sublimações mais efetivas com medidas de segurança mais eficazes contra a ansiedade e no modo sintáxico atingindo seu auge. Após concluir esses passos, as relações interpessoais fazem com que o indivíduo se torne adulto, deixando de ser um animal racional e tornando-se humano.

KAREN HORNEY

Karen Horney é uma neo analítica da psicanálise que fez várias reformulações das teorias freudianas e uma das principais foi a transformação do foco instintual pelo foco cultural, pois segundo ela Freud dava pouca ênfase nos Inter-relacionamentos o que levara a uma ênfase excessiva e errônea na motivação sexual e no conflito. Para ela, as pessoas internalizam estereótipos culturais negativos na forma de ansiedade básica e conflitos internos. As preocupações com segurança intrapsíquica e interpessoal constituem as forças motivacionais primárias da personalidade. Reformulando assim conceitos sobre: narcisismo, complexo de Édipo, ansiedade e entre outros.

Para Horney todos nós passamos por conflitos sociais que geram conflitos internos, uma vez que buscamos a nossa orientação com base nas relações sociais, uma imagem sobre os outros e sobre nós mesmos. Em primeiro momentos chamamos de Ansiedade básica que seria essa insegurança produzida por fatores adversos que ela chamou de mal básico, esse mal básico gera a hostilidade básica que seria uma agressividade. Tudo que perturba a segurança da criança em relação aos pais produz ansiedade básica, sendo assim entrando em um ciclo vicioso. Pois a criança lida com essa hostilidade a reprimindo para não por em risco o amor dos pais, e essa repressão gera mais ansiedade, mais hostilidade. Essa repressão é estimulada por três estratégias.

Podemos estabelecer os seguintes pontos principais da teoria de Horney:

- Fundamental importância à cultura no desenvolvimento da neurose;

- A característica central da neurose é a alienação do eu real causado pelas forças opressivas no ambiente;

- O somatório das experiências na infância é responsável pelo desenvolvimento neurótico.

É importante ressaltar os fundamentos pelos quais levaram Horney a conferir tanta ênfase no fenômeno cultural no desenvolvimento da personalidade. Foram basicamente três fatores principais, e outras considerações que a psicanalista observou em sua prática clínica, os quais veremos no decorrer do texto.

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