A Psicologia Escolar
Por: Carolina234 • 23/10/2017 • 3.466 Palavras (14 Páginas) • 515 Visualizações
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A Psicologia Educacional/Escolar no século XX
O grupo de Psicologia Escolar/Educacional, visa primeiro tentar evitar a dicotomia observada em certa literatura sobre o tema, que atribui à Psicologia Educacional como pesquisa e produção referentes a Educação com desenvolvimento e aprendizagem, enquanto à Psicologia Escolar visa as questões do âmbito do exercício profissional. Estudos apontam que a história da Psicologia no Brasil mostra a secundarização, até mesmo abandono, por meio de produção de conhecimentos de pesquisa, para colocar em seu lugar a importação do saber gestado nas matrizes intelectuais americanas e europeia. No entanto, por volta do século XX o processo de desenvolvimento da Psicologia no Brasil, passa a refletir com mais clareza a adoção das perspectivas positivista e experimentalista. Algumas das principais referências eram: O Laboratório de Psicologia Pedagógica, juntamente com o Pedagogium; O Laboratório de Pedagogia Experimental; junto à Escola Normal de São Paulo; e os primeiros trabalhos de Lourenço Filho com o teste ABC de maturidade para a leitura escrita. Já a USP, vem se constituindo com importante referência no desenvolvimento de uma “Psicologia Pedagógica”. Logo em seguida, a cátedra de Psicologia Educacional é criada, vindo assim o Laboratório de Pedagogia Experimental, embora desde aquela época surge os registros do início dos trabalhos de orientação vocacional de estudantes e universitários, no entanto, só por volta de 1958 com os primeiros cursos de Psicologia do Brasil foram criados. Foi especificamente no estado de São Paulo que a Psicologia Escolar pode encontrar condições para se desenvolver, podendo assim vir alcançar as redes públicas de educação. Por volta de1918, um psiquiatra chamado Ulisses Pernambucano de Mello Sobrinho, surge então com a “Classificação de Crianças mentais”, nome dado que indicava a importância da educação dos deficientes mentais. Mas, foi por volta de 1923, na oportunidade que ocupava o cargo de Diretor da Escola Normal, em Recife, surge também a aplicação de testes de idade mental, com uma ampla e radical reforma pedagógica. Pioneiro no uso da teoria psicológica para experiências práticas, vem imprimir sobre a Psicologia no Brasil uma significativa influencia dos modelos biológicos e físicos da educação e atendimento com perspectivas individuais. Logo em seguida surge a Clínica Orientação Infantil, que depois foi disseminada por todo os estado de São Paulo, dando assim origem ao Departamento de Assistência ao Escolar (DAE) da Secretaria de Educação, onde se concentram os psicólogos da rede estadual de primeiro e segundo grau de ensino, vindo assim ser criadas clínicas psicológicas da prefeitura do Município de São Paulo, que por questão da grande demanda vem requerer um Departamento de Assistência ao Escolar e, neste Departamento, uma Seção de Psicologia, por volta de 1956. Já a partir de 1975, a Seção de Psicologia do DAE, foi transformada em serviço de Psicologia Escolar, tanto do estado, quanto do município de São Paulo, deixando assim as clínicas inserindo-se nas escolas, visando ao “aumento da produtividade do sistema de ensino”, podendo vir também a ampliar a clientela do Ensino Fundamental. No entanto, só a partir de 1980, que começa a aparecer o ponto de vista da Psicologia, como um novo modela para o trato de questões referentes à Educação. E a partir do final de 1970, vindo assim a refletir o profundo questionamento que a sociedade brasileira fazia pelo regime político, os psicólogos também avaliavam a “quem a Psicologia servia, de fato”, com o modelo de trabalho adotado.
Como o psicólogo tem frequentado o cenário educacional?
A Psicologia Escolar reflete a atuação do psicólogo com uma perspectiva individualizante, que está centrada basicamente naqueles alunos vistos como “problemáticos”, esse aluno que na maioria das vezes é citado como “não pára quieto”, “não aprende”, “é lento”, “agressivo” e etc. É aquele tipo de aluno que é visto como o que sempre atrapalha na “transmissão” do conteúdo ou impede algum compromisso. Esse atendimento individualizado a determinado aluno que é baseado apenas com ocorrências devido a reclamações do professor ou professora, é conforma o discutido “ modelo clínico ou médico” de atuação, que tem como base ainda estudiosos como Galton e Binet. Esses dois autores foram os responsáveis pela construção dos instrumentos chamados testes psicológicos, que são assim consideradas a principal ferramenta do psicólogo. Escamoteando as desigualdades sociais, a Psicologia Explicava as diferenças individuais em termos psicológicos. No entanto, surge nos Estados Unidos por volta de 1960, as teorias referentes a carência cultural, com objetivo de protestar contra a pobreza, mas, não foi bem isso que aconteceu. Essas teorias passaram a fundamentar ou justificar os “déficits comportamentais” das crianças das classes populares, com parâmetros ou padrões da classe dominante. Não esquecendo também daqueles psicólogos com níveis mais sofisticados que faziam terapia na escola, que levava em consideração essa “qualidade” ou sofisticação, ou seja, utilizava programas preventivos (concepção adaptacionista de saúde mental). Já em relação ao fracasso escolar, a Psicologia tem procurado atender esse pedido, tentando focalizar no indivíduo todas as “culpas” do seu fracasso, desse modo, procurando depositar no indivíduo ou escamoteando por meio deste enfoque as “mazelas” do caótico sistema escolar, no entanto, estudos já procuram analisar as inverdades a esse respeito. A partir de 1980, são levadas novas questões “pela e para a Psicologia”, contudo, não apenas a psicologia e por vezes não relacionadas diretamente a ciência não responde a todas elas, uma que são várias dimensões a serem analisadas. Como citado nesse texto, vários autores como Masini, Patto, Khouri, entre outros, compartilham essa ideia de que o principal objetivo do psicólogo escolar deveria ser de aumentar a qualidade e eficiência do processo ensino-aprendizagem. No entanto, são as concepções de como se deve interferir de acordo com esse processo, com que procedimento e com que instrumentos. Como citado no texto também de acordo com Andaló (1984) e Souza (1992) o psicólogo escolar possui dois extremos para a imagem social. Um se refere como o mágico, o salvador, o onipotente. Já o outro lado, o persecutório, o ameaçador e o impotente. Na atualidade, esse profissional, por assim dizer pode se encontrar em qualquer um dos três níveis: mágico, persecutório ou figura de marketing, um elemento neutro na instituição. Em relação a realidade brasileira sobre
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