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A Percepção da Psicopatia

Por:   •  5/7/2018  •  4.336 Palavras (18 Páginas)  •  282 Visualizações

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Os traços de personalidade, são conceituados no DSM 5 como padrões persistentes de percepção, de relacionamento, de pensamento sobre o meio e si mesmo, que são exibidos em um amplo conjunto de contextos sociais e pessoais. Somente quando os traços de personalidade são mal adaptativos, causam prejuízos funcionais ou sofrimentos significativos, são constituídos transtornos de personalidade.

Holmes (1997) aponta três fatores que separam as pessoas que possuem transtorno de personalidade das que não possuem. Primeiramente o portador do transtorno usará comportamentos de forma consciente, em segundo o nível do comportamento dele se mostrará em nível mais extremo, e em terceiro o comportamento resulta em sérios problemas de funcionamento ou de felicidade.

De acordo com o DSM 5 (2014, p 645)

Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo.

O DSM 5 (2014) reúne em três grupos (A,B,C) os transtornos de personalidade com características semelhantes, sendo que no grupo A estão os transtornos da personalidade paranoide, esquizoide e esquizo-típica, no grupo B os transtornos da personalidade antissocial, borderline, histriônica e narcisista, e no grupo C os transtornos da personalidade evitativa, dependente e obsessivo-compulsiva.

Os transtornos de personalidade produzem inúmeras consequências para o indivíduos, familiares e pessoas próximas, e não são facilmente modificáveis por meio das experiências de vida, tendem a permanecer estáveis durante toda a vida do portador. (DALGARRONDO, 2008)

- TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL

Os indivíduos portadores do transtorno de personalidade antissocial podem ser comumente referidos como psicopatas ou sociopatas. (HOLMES 1997)

Segundo Silva (2008, p 32):

A palavra psicopata literalmente significa doença da mente (do grego, psyche = mente; e pathos = doença). No entanto, em termos

médico-psiquiátricos, a psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais. Esses indivíduos não são considerados loucos, nem apresentam qualquer tipo de desorientação. Também não sofrem de delírios ou alucinações (como a esquizofrenia) e tampouco apresentam intenso sofrimento mental (como a depressão ou o pânico, por exemplo).

Ao contrário disso, seus atos criminosos não provêm de mentes adoecidas, mas sim de um raciocínio frio e calculista combinado com uma total incapacidade de tratar as outras pessoas como seres humanos pensantes e com sentimentos.

A característica principal do transtorno da personalidade antissocial de acordo com o DSM 5, é um padrão difuso de indiferença e violação dos direitos dos outros, o qual surge na infância ou no início da adolescência e permeia na vida adulta.

Segundo Holmes (1997), o sintoma mais importante do transtorno de personalidade antissocial é a ausência de culpa, ou ausência de ansiedade.

Cleckley (1976) fez um agrupamento de critérios com traços da personalidade psicopática, entre os traços estão a ausência de remorso, fracasso em aprender com experiências, egocentrismo, falta de reatividade emocional aos outros, impulsividade, desonestidade, falsidade.

Ainda para Silva (2008), a parte racional ou cognitiva dos psicopatas é íntegra e preservada, por isso sabem perfeitamente o que estão fazendo, porém os sentimentos são deficitários, ausentes de afeto e profundidades emocionais.

De acordo com Hare (2013), a expressão mais óbvia da psicopatia, envolve a flagrante violação criminosa das regras sociais, mas essa não é nem de longe a única. Não é novidade que existem psicopatas criminosos, mas também há vários portadores do transtorno fora da prisão, que utilizam seus artifícios para causar uma verdadeira devastação na sociedade.

As pessoas com transtorno de personalidade antissocial são hedonistas, tomam o que desejam independente dos custos para os outros, e são em muitos casos incapazes ou indispostas a adiar as gratificações de suas necessidades, agindo então de modo impulsivo, apenas com seus próprios desejos em mente. (HOLMES, 1997).

Dalgarrondo (2008) aponta que segundo a tradição psicopatológica, os psicopatas são incapazes de estabelecer uma interação verdadeiramente afetiva e amorosa. Não tem compaixão pelas outras pessoas, mentem, enganam, trapaceiam e prejudicam até mesmo quem nunca lhes fez nada.

Já para Hare (2013), indiferença em relação ao bem estar dos filhos e da mulher ou homem que o psicopata vive um relacionamento é comum nos arquivos de psicopatia. Eles têm a visão de que as crianças são inconvenientes.

Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial caracterizam-se por carência de empatia, insensibilidade, são cínicos e desdenhosos em relação aos sentimentos, direitos e sofrimentos dos outros. (DSM 5, 2014).

Aindda assim, Holmes (1997) afirma que a maioria dos psicopatas são incapazes de beneficiar-se de punição, sendo que em muitas situações tentam convencer de que são inocentes e não precisam ser punidos, no entanto quando a punição ocorre parece não exercer nenhum efeito sobre o individuo, independente de sua severidade.

Além dessas características, o individuo psicopata pode apresentar outros transtornos, de acordo com o DSM 5:

Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial podem também apresentar disforia, incluindo queixas de tensão, incapacidade de tolerar a monotonia e humor deprimido. Podem ter transtornos de ansiedade, transtornos depressivos, transtornos por uso de substância, transtorno de sintomas somáticos, transtorno do jogo e outros transtornos do controle de impulsos associados. Também apresentam com frequência aspectos de personalidade que atendem a critérios de outros transtornos da personalidade, em particular borderline, histriônica e narcisista. A probabilidade de desenvolvimento de transtorno da personalidade antissocial na idade adulta aumenta se o transtorno da conduta do indivíduo teve início na infância (antes dos 10 anos) e se houve também déficit de atenção/hiperatividade associado. Abuso ou negligência infantil, paternidade/maternidade instável ou errática

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