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Perguntas e Respostas. Psicopatia: da máscara da sanidade à máscara da justiça. Autor: Jorge Trindade (2009).

Por:   •  1/1/2018  •  1.267 Palavras (6 Páginas)  •  775 Visualizações

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irresponsáveis e violadores das convenções e das leis, agindo com desrespeito pelos direitos dos outros.

1.4 Qual a diferença entre psicopatia e transtorno de personalidade antissocial.

1.5 Expor algumas contribuições do teste PCL - R acerca da avaliação dos psicopatas.

No momento, parece haver consenso de que o PCL-R é o mais adequado instrumento, sob a forma de escala, para avaliar psicopatia e identificar fatores de risco de violência.

Critérios de probabilidade de reincidência criminal podem ser evidenciados por meio da aplicação de PCL-R à população carcerária e, a partir daí, possibilitar que sujeitos com menor potencial recidivo não sejam prejudicados em seu processo de reabilitação pela convivência e influência perniciosas com indivíduos que apresentam personalidade psicopática.

Assim sendo, no âmbito forense, a escala de Hare apresenta-se como um importante elemento de seleção, inclusive para embasar decisões relacionadas à concessão

de benefícios penitenciários e evitar resoluções que coloquem em risco a integridade física dos próprios encarcerados, dos funcionários e da sociedade.

Por seu poder preditivo de violência e de recidividade, o PCL-R reveste-se de grande valor para o estabelecimento de subgrupos de indivíduos violentos, permitindo não só um maior aprofundamento da pesquisa, quanto um manejo mais adequado desses indivíduos por parte do sistema jurídico penal.

1.6 Explicar a possibilidade de tratamento dos os psicopatas.

Até agora se acredita que não existe evidência de que os tratamentos aplicados a psicopatas tenham mostrado eficiência real na redução da violência.

De fato, alguns tipos de tratamentos que são efetivos para outros criminosos são até mesmo contraindicados para psicopatas.

Para dar um breve panorama sobre a crença ou descrença acerca da eficácia do tratamento de psicopatas, pode-se dizer que a década de setenta foi marcada por um grande ceticismo, prevalecendo a ideia de que "nada funciona"

Porém, estudos mais recentes estão permitindo uma lenta e progressiva mudança, e o pensamento vem se deslocando da máxima niilista de que "nada funciona" para uma pergunta mais realista: "o que e quanto funciona". Com isso, pretende-se pôr em questão não somente da eficácia do tratamento, mas também a relação entre custo e benefício do tratamento. Sem dúvida, a psicopatia se enquadra naquelas situações difíceis de tratar, e por isso diminuir os seus efeitos negativos já representa algum ganho social importante.

Olhando para os elementos de natureza puramente biológica que predispõem o sujeito psicopata, o tratamento farmacológico poderia se afigurar como uma alternativa promissora.

No entanto, na falta de drogas específicas, destaca-se o uso de substâncias capazes de inibir o comportamento impulsivo e agressivo, que podem estar relacionados com uma baixa atividade serotoninérgica. Por outro lado, os sedativos são contraindicados para as pessoas de personalidade psicopática, sendo que os benzodiazepínicos podem desencadear comportamento agressivo e descontrolado. Os inibidores da recaptação da serotonina (fluoxetina e congêneres) parecem ser os que oferecem melhores resultados.

1.7 Explicar a relação entre psicopatia e imputabilidade.

Psicopatas são sujeitos que não internalizaram a noção de lei, transgressão e culpa. Na realidade, os psicopatas sentem-se "além" das normas, quando, na verdade, são sujeitos "fora" e "aquém" do mundo da cultura. Pensar a psicopatia como uma incapacidade de internalizar valores e uma insujeição à norma aponta menos para uma doença nos moldes médico e psicológico e mais para uma constelação de caráter com precárias condições para realizar aquisições éticas.

Em que pese a existência de posicionarnento jurisprudencial referindo a posição de que os psicopatas apresentam capacidade penal diminuída, imaginar a psicopatia como uma doença mental clássica e incapacitante sob o aspecto cognitivo e volitivo, fazendo com que, sob o aspecto jurídico, o psicopata seja isento de pena, é o mesmo que privilegiar a sua conduta delitiva perpetrada ao longo da vida e validar seus atos.

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