A Influência da Cultura na inteligência
Por: kamys17 • 23/3/2018 • 3.815 Palavras (16 Páginas) • 329 Visualizações
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Entende-se, portanto, que a cultura tem extrema influencia no processo de inteligência. Segundo Sternberg (1996), para os contextualistas, os efeitos do contexto cultural na inteligência é imprescindível para pensar o que é “ser inteligente”, pois ao observar a diferença entre o que é uma pessoa inteligente em uma comunidade com baixo nível socioeconômico versus o que é ser inteligente em uma comunidade com alto nível socioeconômico, a influência cultural evidencia-se pelo fato de que em uma determinada cultura algum tipo de atividade é mais valorizado e em outra cultura essa mesma atividade é menos valorizada. Os teóricos que investigam essas relações,estudam justamente como essas influências culturais estão ligadas a inteligência e como os determinados modelos culturais são aplicados na construção de um “ser inteligente”.
Os interacionistas acreditam na dialética da interação social e cultural como formadoras do ser humano e sua inteligência, conforme Vigtosky:
“A construção da inteligência ocorre através da complementaridade dos aspectos biológicos e sociais. Essa teoria considera que é por meio das suas interações com outros seres humanos que o homem se constrói. Em outras palavras, o homem não nasce homem e sim com possibilidades de humanizar-se nas interações que estabelece ao longo da vida.” (VIGOTSKY, apud SANTOS, 2010).
3 QUAIS TIPOS DE INTELIGENCIA SÃO MAIS VALORIZADOS NO MUNDO E NO BRASIL?
Willian Gardner (apud Zuna, 2012, p.12), desenvolveu oito inteligências: inteligência lingüística, inteligência lógico matemática, inteligência espacial, inteligência musical, inteligência cinestésica/corporal, inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal e inteligência naturalista.
Mesmo entendendo que há vários tipos de inteligência, há concentração para medir a inteligência do ser humano pelo mundo consiste em testes de QI, QE e QS, ainda que alguns sejam adaptados para países diferentes. Indo além, o tipo predominante de inteligência correlacionado com outras variáveis e utilizado como indicador de inteligência no mundo, é o QI.
O estudo de Sarason e Doris (1979) (apud Sternberg, ibidem p. 421), aplicou o teste de QI (norte-americano) em uma população imigrante da Itália e os resultados não poderiam ser diferentes, os imigrantes tiveram desempenhos abaixo da média. Alguns pesquisadores na época atribuíam esses resultados a fatores morais ou de hereditariedade e que fosse impedida a entrada de imigrantes que não obtivessem a média esperada, mas o interessante deste estudo é que após alguns anos vivendo na cultura norte-americana, os mesmos imigrantes tiverem aumento significativo nos testes de QI. Questiona-se, se os italianos criassem testes para os norte-americanos, estes obteriam resultados bons também? Provavelmente não.
3.1 PAÍSES OCIDENTAIS E ORIENTAIS:
Outro exemplo que se tem de como a cultura influência na inteligência é a rapidez mental, tão supervalorizada na cultura norte-americana e na brasileira: o que pensa mais rápido é o mais inteligente. Porém ao observar culturais orientais, quanto mais demora há no pensar, mais reflexões o individuo esta tendo, conseqüentemente ele irá ser entendido como mais inteligente do que aqueles que pensam mais rapidamente Sternberg (Op.Cit., p.421). Observando estes exemplos pensa-se: teria como criar testes avaliadores de inteligência sem a influência da cultura sobre eles? Esta é uma pergunta difícil de responder, pois realmente é complicado criar um teste “livre de cultura”.
O pesquisador Daniel Wagner desenvolveu um projeto em que a memória seria testada equivalente aos fatores culturais a que ela pertence, por exemplo: pedir a um comerciante de carpetes lembrar-se das cores dos produtos que ele vende, que em determinada cultura pode ser colorido ou não. Se na cultura do vendedor os carpetes forem em sua maioria pretos e brancos, provavelmente ele irá recordar mais desses elementos visuais. ( Sternberg, Op. Cit., p. 419)
Conforme Sternberg (Ibidem., p.421), vários estudos foram feitos para demonstrar a influência cultural sobre o que é ser inteligente, um deles realizado por Michael Cole, solicitou-se aos os habitantes de uma tribo que classificassem determinados tipos de palavras. Entende-se que, em uma cultura ocidental, uma pessoa “inteligente” classificaria as palavras de maneira hierárquica, por exemplo, classificaria um macaco como um animal e uma baleia como um mamífero, ao passo que uma pessoa “menos inteligente” classificaria pela sua funcionalidade, como o macaco sendo um coletor de bananas e a baleia como “óleo”. Neste estudo, curiosamente os habitantes da tribo classificaram funcionalmente as palavras, e quando foi perguntado o porquê de eles não terem classificado de forma hierárquica, foi dito que seria estupidez fazê-lo.
No geral, que os países tem feito para mensurar a inteligência de seus povos são os testes de correlações entre QI, desempenho escolar e habilidades, no intuito de chegar a alguma conclusão replicável.
3.2 INGLATERRA:
A Inglaterra tentou mensurar a inteligência a nível escolar e, para isso, os seguintes estudos foram desenvolvidos:
“Na Inglaterra, ano 1955, correlações tão altas quanto 0,7 foram registradas entre inteligência e desempenho escolar na escola primária. Na escola secundária, estimaram-se correlações entre uma medida de QI na idade de 11 anos e desempenho nos exames escolares britânicos que variaram de 0,47 a 0,57. Outro estudo interessante registrou uma correlação de 0,76 entre os escores do PISA e desempenho escolar.” (APARECIDO, 2014).
Esses dados apontam que, no ano de 1955, o nível de QI e notas escolares tem muita relação , entretanto, ter QI alto e ter bom desempenho em provas possui uma relação que, pode-se inferir, é de 50%., já os alunos avaliados PISA (Programme for International Student Assessment), - em português Programa Internacional de Avaliacao de Alunos – obtem desempenho melhor em avaliações escolares.
3.3 AUSTRÁLIA:
A Austrália também desenvolveu estudos com alunos avaliados pelo PISA:
Na Austrália, há registro de uma correlação de 0,59 entre os escores dos testes na idade de 15 anos, provenientes do PISA, e o desempenho para ingresso no ensino médio, bem como, o impacto dos testes para ingresso na universidade, registrado em três vezes mais forte do que aquele para
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