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A Gestação do Espaço Psicológico no Século XIX: Liberalismo, Romantismo e Regime Disciplinar

Por:   •  14/11/2018  •  1.276 Palavras (6 Páginas)  •  406 Visualizações

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O romantismo nunca foi mais que uma coisa de 'eleitos'. Ou seja, A força do romantismo vinha da condição de marginalidade que lhe era destinada numa sociedade que se pensava a partir das perspectivas liberais e que já começava a se organizar, sob a proteção do regime disciplinar. Contudo, os artistas mantinham com o público através de suas obras uma relação contraditória, tanto a presença do escândalo e a mútua agressão como a reverência e mesmo a idolatria às grandes personalidades criativas, chamadas de gênios.

As ideias e formas românticas podem ser assimiladas pelo liberalismo, de maneira menos esmagadora, trazendo-lhe os valores e metas que vão preencher o oco deixado pela redução da vida social à dimensão puramente instrumental, racional e calculadora. Iniciativas coletivistas que emergiram no início e se expandiram na segunda metade do século XIX, devem, mais ao ideário romântico que a uma ideologia tecnocrática, consolidada quando as práticas administrativas já estavam bem instaladas. Desse modo, romantismo e disciplina unem-se contra o liberalismo.

Três pólos de ideias e práticas de organização da vida em sociedade conviveram no século XIX: o liberalismo e os romantismos em suas diversas versões e o regime disciplinar.

Ao pólo L, de liberalismo, pertencem os valores e práticas do individualismo. Ao pólo R, de romantismo pertencem os valores da espontaneidade impulsiva, com identidades debilmente delimitadas. Finalmente, ao pólo D, de disciplina, pertencem as novas tecnologias de poder, tanto as que se exercem sobre identidades reconhecíveis e manipuláveis segundo o princípio da razão calculadora, funcional e administrativa, como as que se abatem sobre identidades debilmente estruturadas e passíveis de manipulação mediante a evocação calculada de forças supra pessoais encarnadas em figuras carismáticas ou projetadas em lendas e mitos saudosistas ou revolucionários.

Estes pólos atraem-se e repelem-se. E as linhas que ligam os pólos correspondem às suas mais ou menos dissimuladas relações de afinidade e complementaridade. Teríamos, assim, uma superfície Bentham ligando o liberalismo ao regime disciplinar. A linha que liga o liberalismo ao romantismo pode ser designada como superfície Stuart Mill. E, finalmente, a linha que liga a disciplina ao romantismo poderia ser chamada de superfície Wagner.

Regime Disciplinar, pode ser encontrado facilmente na prática de todas as grandes agências sociais e meios de comunicação de massa. Embora essas Disciplinas reduzam em muito efetivamente o campo de exercício das subjetividades privatizadas, impondo padrões e controles muito fortes às condutas, à imaginação, aos sentimentos, aos desejos e às emoções individuais, faz parte de seu modo de funcionamento dissimular-se, esconder-se, deixando-nos crer que somos cada vez mais livres, profundos e singulares.

Muitos críticos dizem que o behaviorismo simplifica o comportamento humano e que vê o ser humano como um "Robô" ao invés de um Ser com vontades própria, objetivos e livre arbítrio.

Mas, independente do que os críticos dizem, é inegável perceber que a abordagem comportamental exerceu uma forte influência na Psicologia, levando ao estudo de problemas reais relativos ao comportamento. a partir do momento em que a aprendizagem é uma forma de mudança de comportamento, o procedimento de modificação de comportamento desenvolvido pelos comportamentalistas foi útil a muitos professores por exemplo.

Mesmo o behavioresmo tendo sido dito como radical, rígido ou direto, e por negar qualquer outro problema não apresentado, posso reconhecer como um dos métodos mais eficientes para separar o indivíduo de sua patologia.

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