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Pré- Natal Odontológico: Revisão de Literatura

Por:   •  3/12/2018  •  3.246 Palavras (13 Páginas)  •  384 Visualizações

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Moreira et al. (2015) relata que muitas gestantes procuram orientações que assegurem o bem estar do seu bebê, sendo este período uma boa oportunidade para a realização de atividades de educação e promoção de saúde, sendo esse o principal objetivo do pré-natal odontológico.

O pré-natal odontológico é primordial para manutenção da saúde bucal da gestante, no entanto esse autocuidado é ainda ignorado pelas grávidas por não saber o quanto é importante o acompanhamento da assistência odontológica. Conforme Santos Neto et al. (2012) é preciso cautela pois há profissionais que por desconhecimento ou medo, postergam procedimentos ou não intervêm de modo resolutivo para o tratamento bucodentário da gestante.

Portanto o cirurgião-dentista precisa estar apto e seguro de sua conduta para orientar e atender essa população de risco.

- MATERIAL E MÉTODOS

Através de artigos nacionais foi elaborada uma revisão literária, tendo como base os bancos de dados Google Acadêmico, Scielo, Revista Uningá Review e Revista Ciência & Saúde Coletiva. Utilizou-se de palavras chaves: Gravidez, Assistência Odontológica, Odontologia, Pré-natal Odontológico, Saúde Bucal.

Foram selecionados 12 artigos atualizados de maior interesse para a revisão de literatura, equivalentes aos últimos anos, conforme relevância do tema definido.

- DESENVOLVIMENTO

No cerne das Diretrizes de Saúde Pública no Brasil, é possível trabalhar a promoção de saúde aliada ao preceito odontológico como parte da integração do Saúde da família por meio de orientação, educação e prevenção. Entretanto, encontra-se em grande parte dos cirurgiões-dentistas um receio em atender estas pacientes. MARTINS et al., 2013, CODATO et al., 2011).

No ano de 2004, o Ministério da Saúde, elaborou o documento “Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal”. Estas diretrizes apontam para uma reorganização da atenção em saúde bucal em todos os níveis de atenção e para o desenvolvimento de ações intersetoriais, tendo o conceito do cuidado como eixo de reorientação do modelo, respondendo a uma concepção de saúde não centrada somente na assistência aos doentes, mas, sobretudo, na promoção da boa qualidade de vida e intervenção nos fatores que a colocam em risco, incorporando ações programáticas de uma forma mais abrangente. As ações educativo-preventivas com gestantes qualificam sua saúde e tornam-se fundamentais para introduzir bons hábitos desde o início da vida da criança. (BRASIL, 2008).

Assim Trevisan & Pinto (2013) dizem que, ao iniciar o pré-natal, a gestante deve ser encaminhada para uma consulta odontológica para que receba orientações sobre a possibilidade de atendimento durante a gestação, sobre hábitos alimentares e higiene bucal e ainda, que seja examinada, tendo os riscos à saúde bucal identificados, bem como diagnosticadas lesões de cárie, gengivite ou doença periodontal crônica e necessidade de tratamento, sempre em trabalho conjunto com a equipe de saúde.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) idealiza um mundo em que todas as mulheres e recém-nascidos recebam cuidados de qualidade, durante toda a gravidez, parto e período pós-natal. Dentro do ciclo dos cuidados de saúde reprodutiva, os cuidados pré-natais (CPN) constituem uma plataforma para importantes funções dos cuidados de saúde, incluindo a promoção da saúde, o rastreio, o diagnóstico e a prevenção das doenças. Está comprovado que, com a implementação oportuna e adequada de práticas baseadas em evidências, os CPN podem salvar vidas. (OMS, 2016).

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná em 2012, implantou a Rede Mãe Paranaense. Essa Rede de Atenção Materno-infantil é um dos compromissos assumidos no Plano de Governo. A Rede Mãe Paranaense nasce da experiência exitosa do Programa Mãe Curitibana, que reduziu os indicadores de mortalidade materna e infantil com ações de atenção ao pré-natal e à criança e a vinculação da gestante ao hospital para uma adequada atenção ao parto.

A Rede Mãe Paranaense é um conjunto de ações que envolvem a captação precoce da gestante, o seu acompanhamento no pré-natal, com no mínimo sete consultas, a realização de dezessete exames, a Estratificação de Risco das gestantes e das crianças, o atendimento em ambulatório especializado para as gestantes e crianças de risco, a garantia do parto por meio de um sistema de vinculação ao hospital conforme o risco gestacional.

Um dos programas existentes no Paraná, implantado após a criação do Rede Mãe Paranaense localiza-se na Região Noroeste, na cidade de Maringá denominado Mãe Maringaense, que segundo Sato (2013) a data de lançamento do programa é 25/03/2013 e nos seus objetivos destaca que as gestantes terão acompanhamento mensal, garantindo a realização de exames pré-natal, vacinação de rotina, visitas domiciliares, odontologia e outras ações.

Portanto, inserir estas gestantes em um Programa como o Rede Mãe Paranaense e o Mãe Maringaense propiciam o acompanhamento da gravidez, uma oportunidade de realizarem o pré-natal odontológico. Esse público alvo terá atendimento especializado e acesso a orientações sobre saúde bucal.

Apesar da existência desses programas há a necessidade de educação sobre saúde bucal no período gestacional, utilizando-se veículos de comunicação de grande alcance, pois, dessa forma a população teria aprendizado lento, porém constante, muitas vezes prévio ao aparecimento da gravidez. Tal prática contribuiria para a desmistificação da atenção odontológica gradativa de novos conhecimentos e práticas de saúde bucal. (CODATO et al., 2011).

PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO

A promoção de saúde bucal para a gestante é considerada parte importante do Programa de Atenção à Saúde da Mulher, segundo as Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. (MARTINS et al., 2013). A crença de que o tratamento odontológico durante a gravidez prejudica o desenvolvimento do feto ainda é parte da cultura de algumas mulheres e dificulta o cuidado com a saúde bucal na gestação. (REIS et al., 2010, MARTINS et al., 2013, CAMARGO et al., 2014). As gestantes são inseguras, e têm em mente que o tratamento odontológico pode causar anormalidades congênitas, aborto ou pode influenciar negativamente o curso da gestação e provocar danos à mãe e ao bebê. (OLIVEIRA et al., 2014). A baixa percepção de necessidade, as crenças populares, o medo, a ansiedade, a falta de interesse, a

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