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LEUCOPLASIA: REVISÃO DE LITERATURA

Por:   •  1/11/2018  •  2.146 Palavras (9 Páginas)  •  315 Visualizações

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O diagnóstico diferencial da leucoplasia é feito com queimaduras, candidíase pseudomembranosa, candidíase hiperplásica, hiperceratose focal, lesão por galvanismo, leucoedema, líquen plano, reações liquenóides, linha alba, lupus eritematoso, mordiscação, trauma crônico, papiloma, carcinoma espinocelular, placa mucosa sifilítica, carcinoma verrucoso e nevo branco esponjoso.

A leucoplasia apresenta certa dificuldade diagnóstica no exame histopatológico e principalmente no exame clínico, pela diversidade de seus aspectos e ausência de sintomatologia, sendo geralmente descoberta em exames de rotina. Por isso, torna-se necessário fazer um diagnóstico por exclusão de outras lesões que se apresentam como placas brancas na mucosa bucal1. Além da incisão cirúrgica convencional, que oferece a possibilidade de análise histopatológica, outras modalidades de tratamento estão disponíveis como cirurgia a laser, criocirurgia, administração de derivados retinóicos, além de agentes quimiopreventivos bem como terapia fotodinâmica.

- REVISÃO DE LITERATURA

Estima-se que 14.120 novos casos de câncer de boca afetarão a população brasileira em 2010, sendo o carcinoma de células escamosas o mais comum deles (BRASIL, 2009). Apesar dos avanços alcançados em relação ao tratamento da doença, a taxa de sobrevida de 5 anos é de aproximadamente 50 a 55%, sendo que a prevenção e o diagnóstico precoce contribuem para a redução da incidência e aumento da sobrevida dos pacientes (NEVILLE e DAY, 2002).

O carcinoma de células escamosas de boca pode ser precedido por alterações potencialmente malignas, e a leucoplasia bucal (LB) é a mais comum delas, com prevalência populacional estimada em 2,6%. LB é definida como uma “placa branca que não pode ser caracterizada clinicamente ou microscopicamente como nenhuma outra entidade” e o principal fator relacionado ao desenvolvimento da doença é o uso do tabaco. O efeito do álcool, uso do betel, papiloma vírus humano (HPV) e dieta também são associados, porém o papel exato desses fatores etiológicos ainda não está bem estabelecido (CAMPISI et al., 2007; NAPIER e SPEIGHT, 2008; van der WAAL, 2009). As LB acometem principalmente mucosa jugal e mucosa alveolar de homens de meia idade ou idosos.

Clinicamente, as LB homogêneas aparecem como uma placa levemente elevada, fina, de coloração branco-acinzentada uniforme, podendo apresentar bordas bem definidas ou fundirem-se

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gradualmente à mucosa normal adjacente. Já as lesões não homogêneas podem ser nodulares, verrucosas ou salpicadas (eritroplásicas). Existe ainda a leucoplasia verrucosa proliferativa, caracterizada por envolvimento multifocal, preferencialmente em pacientes do gênero feminino e que não apresentam fatores de risco conhecidos.

As LB podem permanecer estáveis, progredir, regredir ou até mesmo desaparecer. O risco de transformação maligna varia de 3,6 a 36%, sendo que fatores como presença e grau de displasia, gênero feminino, tempo de duração, paciente não tabagista, localização em língua e soalho bucal, tamanho maior que 200mm², apresentação clínica não homogênea parecem estar associados a pior prognóstico.

A apresentação histológica de uma LB pode variar de lesões levemente hiperceratóticas a lesões com displasia severa. A frequência de alterações displásicas ou malignas em LB varia de 15,6 a 39,2%, sendo que uma taxa de 19,9% foi observada em um estudo retrospectivo de 3.300 lesões brancas de boca.

A displasia epitelial é caracterizada pela alteração da arquitetura acompanhada por atipia citológica, podendo ser graduada em leve, moderada, severa e carcinoma in situ. O grau de displasia epitelial da LB parece ser o indicador mais importante do potencial de transformação maligna da lesão, interferindo diretamente na conduta clínica do caso. No entanto, há notável variação na interpretação e classificação das displasias, tanto inter-observador quanto intra-observador.

Considerando-se que na maioria dos laboratórios de diagnóstico a avaliação de tecidos biopsiados se faz através de microscopia de luz, a classificação de displasia epitelial pode ser subjetiva, tornando o valor preditivo de transformação maligna muito aquém do ideal.

Desta forma, diversos biomarcadores relevantes são investigados como indicadores prognósticos precoces, uma vez que a expressão e função aberrantes de moléculas são resultados dos múltiplos eventos genéticos e epigenéticos que ocorrem na oncogênese. Contudo, ainda não há um biomarcador ou uma gama de biomarcadores que possam ser utilizados para se estabelecer prognóstico mais preciso de lesões displásicas bucais, levando à necessidade de novas pesquisas.

- DISCUSSÃO

A leucoplasia, muitas vezes, é descoberta através de um exame de rotina, visto que é uma lesão assintomática. Seu aspecto clínico é bastante variável, o que torna o diagnóstico difícil. Então, é necessário fazer um diagnóstico de exclusão de outras lesões brancas na mucosa bucal.

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Shafer et al. (1987) cita que apesar das placas serem encontradas em qualquer parte da cavidade bucal, foram notados certos pontos de predileção. A mucosa jugal e as comissuras são as envolvidas com maior frequência, seguida em ordem decrescente pela mucosa alveolar, língua, lábio, palato duro, assoalho de boca e gengiva. Segundo Neville et al. (2009), as leucoplasias presentes em língua, vermelhão dos lábios e assoalho bucal somam mais de 90% daquelas que exibem displasia epitelial ou carcinoma.

Axéll et al. (1996) classificam as leucoplasias em tipo homogênea, que são aquelas lesões predominantemente branca, lisa, fina e textura consistente e não-homogênea, onde as lesões apresentam-se branca ou branco-avermelhada, podendo ser irregular, nodular ou exofítica. Pode apresentar-se ainda com aspecto ulcerado, eritematoso, chamado de eritroleucoplasia ou leucoplasia mosqueada.

Apesar da leucoplasia ser uma lesão muito pesquisada, ainda se encontra bastante desconhecida e é alvo de muitas controvérsias, a começar pelo termo “leucoplasia” que é usado para caracterizar

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