A IDADE ÓSSEA NA ORTODONTIA
Por: Salezio.Francisco • 1/9/2018 • 2.763 Palavras (12 Páginas) • 567 Visualizações
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2 ESTIMATIVA DA IDADE ÓSSEA
A estimativa da idade em crianças ou jovens normalmente proporciona a obtenção de intervalos menores, pois o indivíduo está em desenvolvimento progressivo. Os intervalos aumentam à medida que a pessoa chega a idade adulta que é a fase de estabilização, que torna a estimativa mais complexa quando é necessária a análise dos fatores regressivos . Para se realizar a estimativa da idade em indivíduos jovens, o perito deve associar os achados coletados nos exames físico direto, geral e odontológico e indireto radiográfico. No exame físico geral os parâmetros analisados normalmente incluem a determinação e correlação entre valores de peso e altura, análise do desenvolvimento corporal ósseo, muscular, genitália externa e das mamas, presença de caracteres sexuais secundários, distribuição geográfica e características de pelos. No exame odontológico deve-se constatar os elementos dentários presentes e ausentes, correlacionando com a sequência eruptiva. Associado ao exame físico direto, uma investigação radiográfica dos ossos e dentes pode fornecer dados significativos para a estimativa da idade.
3 ANALISE DE CRESCIMENTO
A partir da idade óssea, pode-se ter uma melhor idéia do tempo que ainda resta para uma criança ou adolescente crescerem. A maturação esquelética pode ser diferente da idade cronológica, nem sempre representando um problema de saúde. Por meio da análise da idade óssea, o dentista avalia a possibilidade de contar ou não com o potencial de crescimento. Para aferir a idade esquelética, podem ser utilizados alguns métodos de mensuração do índice carpal, fornecendo uma visão da região de mão e punho, onde ocorrem determinados eventos ósseos em sequência, como os estágios de ossificação dos ossos próprios do punho e o processo de união das epífises e diáfises das falanges. Visando que, essas informações auxiliam na decisão da melhor época para o início do tratamento, como na abordagem utilizada com o tipo de aparelho, permitindo a otimização dos resultados e diminuição no tempo de tratamento. O exame geralmente é parte da avaliação do crescimento e desenvolvimento sexual. Para a avaliação da radiografia da mão e do punho, o radiologista analisa o número de ossos presentes, o formato desses ossos e o espaço entre os mesmos. Após a avaliação de todos esses dados, então é realizado um laudo que mostra a “idade biológica” do indivíduo.
4 IDADE ÓSSEA X IDADE CRONOLÓGICA
A idade óssea é considerada atrasada quando há uma diferença de 1,5 a 2 anos em relação à idade cronológica. Em uma criança saudável, isso indica que ela apresentará o início da puberdade mais tardio, portanto, também o estirão puberal, a fase de maior crescimento e terminará o seu crescimento numa idade mais avançada.
Geralmente há uma história familiar semelhante ‘’ A mãe que menstruou mais tarde ou o pai que após se alistar no exército ainda continuou crescendo, por exemplo’’. Na grande maioria das vezes, o adolescente atingirá o seu potencial de crescimento, pois há espaço entre as placas de crescimento.
Caso a idade óssea esteja atrasada além de dois anos em relação à idade cronológica, deve-se avaliar se há algum problema de saúde que esteja interferindo no crescimento e desenvolvimento da criança ou adolescente. A avaliação pelo endocrinologista pediátrico deverá ser então realizada.
Também é uma situação que demanda atenção quando se tem aumento da velocidade de crescimento e a idade óssea está adiantada em relação à cronológica. Um exemplo disso seria o quadro de puberdade precoce, que pode levar a consequências irreversíveis à estatura caso não seja tratado a tempo.
5 IDADE BIOLÓGICA
A idade biológica é mais confiável, porque é relatada como o direcionamento do organismo à maturidade, abrangendo modificações anatômicas, maturação dentária e esquelética, desenvolvimento de caracteres sexuais secundários, funcionamento hormonal e atividade enzimática, mesmo que esses mecanismos sejam influenciados por fatores genéticos, condições socioeconômicas, ambientais, nutricionais e de gênero.
6 FASE DE ATUAÇÃO
Na ortodontia contemporânea, a correção precoce de diversos tipos de má oclusão é favorecida quando podemos tirar vantagens dos momentos de máximos incrementos do crescimento geral e facial do indivíduo que ocorrem durante o surto de crescimento puberal.
A fase de crescimento em que o paciente se encontra é, portanto, fundamental na instituição de diagnósticos precisos e prognósticos confiáveis. O estágio de desenvolvimento ósseo pode ser estimado por meio de tomadas radiográficas de punho e da maturação esquelética visualizada em radiografias cefalométricas laterais das vértebras cervicais.
O tratamento ortodôntico deve ser realizado, preferencialmente, em indivíduos com idade precoce ou durante o surto de crescimento puberal, já que é nesse período que as estruturas faciais respondem de forma mais eficiente aos estímulos proporcionados pela mecânica ortodôntica.
Por outro lado, os casos tratados em período mais tardio geralmente, não apresentam grandes alterações esqueléticas em função do tratamento, a não ser as intervenções cirúrgicas das bases ósseas.
7 ÁREA DE DETERMINAÇÃO DA MATURAÇÃO ÓSSEA
Atualmente, a região do punho vem sendo amplamente estudada e empregada como área de determinação, sendo sua eficácia cientificamente comprovada, por ser um exame complementar de fácil obtenção radiográfica, utilizado para diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico.
Diversas investigações mostraram que essas áreas representam a maturidade geral do esqueleto, portanto são adequadas para a avaliação óssea. Outra forma de obtenção da maturação esquelética é a realizada por meio de análise das vértebras cervicais em radiografias laterais, que fazem parte da documentação ortodôntica.
Porém, sugere-se que o profissional tenha cautela em considerar o exame das vértebras cervicais como um método absoluto para avaliação da maturação esquelética de pacientes em crescimento, enquanto não houver familiarização deste profissional com o método.
Desta forma, acredita-se ser o índice carpal o índice mais confiável para a avaliação óssea devido à maioria dos profissionais possuírem familiarização com o método
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