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FIOS, SUTURAS E AGULHAS CIRÚRGICAS

Por:   •  19/2/2018  •  5.577 Palavras (23 Páginas)  •  304 Visualizações

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- Força Tênsil

Termo utilizado para designar a força necessária para o rompimento de uma estrutura. É aplicado aos tecidos e aos fios de sutura e quanto menor o diâmetro de um fio de sutura menor será sua força. Assim ao se escolher um fio para determinada sutura deve-se saber que a força tênsil do mesmo não deve ser inferior à do tecido ao qual será aplicado, contudo não há vantagem em utilizar fios em que a força é superior a do tecido aplicado, pois se submetido a uma tração haverá ruptura do tecido mesmo estando integra a linha de sutura. Assim conclui-se que o melhor fio é o que possuindo menor diâmetro tenha força tênsil equivalente a do tecido sobre o qual será aplicado.

- Segurança dos nós

Inúmeros estudos experimentais já demonstraram que o nó é o ponto mais frágil correspondente a uma sutura, quando a mesma é exposta a uma tensão. Esse detalhe é de suma importância e o cirurgião precisa saber disso, principalmente no momento da aplicação dos mesmos.

A segurança do nó está proporcional ao nível dele provocar atrito. Fios com baixo nível de atrito são geralmente, responsáveis por provocar afrouxamento ou mover-se do local correto. Esse nível está correlacionado a alguns fatores, dentre eles podemos destacar a sua configuração. Os fios monofilamentares são os que possuem o grau menor de atrito, seguidos dos fios multifilamentares que por sua vez, são recobertos por teflon ou silicone. Outro fator considerado é a tensão imposta ao nó, variando o nível de atrito de cada fio, de acordo com a tensão à qual é submetido.

Quanto maior a quantidade de nós, menor será o nível de atrito, assim segurando a sua eficiência. Nos fios monofilamentares polipropileno, por exemplo, é recomendável a aplicação de mais de 6 nós.

- Reação tecidual

Na primeira fase do processo da cicatrização há a ocorrência da inflamação. O processo inflamatório atinge seu ápice no sétimo dia. Uma exacerbação da resposta inflamatória é induzida por alguns tipos de fios de sutura, inibindo a imigração precoce de células epiteliais, contribuindo consequentemente para uma cicatriz hipertrófica.

Os que desencadeiam a menor resposta inflamatória são os fios monofilamentares não absorvíveis. O processo inflamatório atinge seu ápice no sétimo dia. Na reação de fios absorvíveis, o processo inflamatório se dissemina, em maior ou menor grau, até a completa absorção que corresponde ao abandono em definitivo das células inflamatórias do local da sutura.

Já reação aos fios inabsorvíveis é inerentemente acelular, com fibroblastos maduros formando uma capa de tecido conjuntivo ao redor do fio. É uma reação intensa e se difundi por um período indeterminado nos fios multifilamentares, principalmente aqueles de origem biológica.

- Elasticidade

A elasticidade é uma característica fundamental que os fios precisam ter em sua síntese, pois durante a fase inflamatória do processo cicatricial os tecidos apresentam edema de diferentes graus possíveis, que regride ao final da inflamação. Assim sendo, o fio precisa ter um grau de elasticidade necessário para acomodação dos tecidos durante o período em que se encontram edemaciados, sem cortá-los ou estrangulá-los. Como exemplos de fios que possuem uma boa elasticidade, falamos do polipropileno entre os inabsorvíveis e o poligliconato e o polidioxanona entre os absorvíveis.

- Memória

É a capacidade do fio de retomar seu estado de origem quando manipulado. Fios com alta memória são rígidos, quanto maior é o nível de memória, maior será sua rigidez, inflexibilidade, e com baixo nível de atrito, dificultando sua manipulação e contribuindo para o desatamento dos nós. Os fios monofilamentares e os multifilamentares revestidos são exemplos de fios de alta memória. Os multifilamentares não revestidos possuem baixa memória, tendo sua manipulação mais fácil.

- Crescimento bacteriano

A infecção é sem dúvidas, a grande preocupação do cirurgião durante o procedimento. Acontece por muitas causas, como por exemplo, o grau de contaminação da ferida, a técnica operatória empregada e os materiais de síntese utilizados. Vamos abordar, em especial, no que diz respeito aos materiais de síntese empregados.

Já foi comprovado que os fios multifilamentares têm um risco maior de infecção da ferida operatória, por proporcionarem às bactérias uma penetração no interior da trama de seus filamentos, onde elas adquirem perfeitas condições para sua proliferação, assim ficam protegidas dos leucócitos. Aplica-se revestimento de silicone ou teflon para diminuir esse risco.

No que diz respeito à sua estrutura química, reações químicas envolvidas na absorção dos fios, principalmente aqueles de origem biológica, estão relacionadas a um aumento do risco da adesividade bacteriana com consequente aumento do risco de infecção.

Além da constituição química e de sua conformação, a quantidade de corpo estranho deixado em contato com o tecido, é outro fator importante. A resposta inflamatória desencadeada por esses corpos estranhos causa uma condição predisponente ao crescimento bacteriano. Como os nós constitui locais de maior acúmulo de corpo estranho em uma sutura, a utilização de fios mais finos, assim reduzindo o volume dos nós, também reduz a possibilidade de infecção, especialmente nos casos de nós sepultados no subcutâneo.

- Adesividade de Células Tumorais

Assim como as bactérias, as células neoplásicas possuem tendência de aderirem a fios de sutura multifilamentares que possuem vários filamentos torcidos entre si levando a uma maior flexibilidade e manuseio facilitado, contudo são mais traumatizantes e ásperos ao passarem por tecidos. Como por exemplo, os fios de: algodão, linho, seda, poliéster revestido de teflon e principalmente nos de origem natural, o que não foi observado quanto aos de origem sintética.

Fato observado através de estudos experimentais demonstrando que essa aderência não se dá exclusivamente em virtude das características físicas dos fios. Nas quais determinadas reações enzimáticas envolvidas na absorção de fios de origem orgânica parecem criar uma condição favorável à aderência de células neoplásicas.

Portanto, não é aconselhável o uso desses fios na exérese de lesões

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