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DIAGNÓSTICO DE MICROCEFALIA CONGÊNITA ATRAVÉS DE ULTRASSONOGRAFIAS DE GESTANTES COM SUSPEITA DE ZIKA VIRUS

Por:   •  13/7/2018  •  2.416 Palavras (10 Páginas)  •  440 Visualizações

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Os exames de imagens têm um papel fundamental na investigação, recorre-se frequentemente à ultrassonografia (USG), realizada varias vezes para confirmar a idade do feto e acompanhar a evolução da gestação. Pela USG, os médicos conseguem medir o crânio do feto e perceber se está menor do que o esperado. Ressalta-se que a USG do primeiro trimestre de gestação não identifica a microcefalia. O diagnóstico definitivo da microcefalia é realizado após exames seriados, onde se observa uma taxa de crescimento baixa da cabeça do feto (BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; PINTO JR, 2002).

Protocolos tem referenciado o exame de ultrassonografia como método de diagnóstico para detecção de alterações no feto relacionadas à ocorrência da doença. O Ministério da Saúde preconiza a realização de uma USG obstétrica por gestante (Portaria MS/SAS nº 650, de 5 de outubro de 2011), porém as gestantes que tiverem exantema, indica-se a realização de uma ultrassonografia adicional entre a 32ª e a 35ª semanas gestacionais. Caso o resultado da USG realizada antes do 32ª semana de gestação identifique alguma alteração sugestiva de microcefalia, o profissional obstetra deverá avaliar a necessidade da realização de uma nova USG (BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; PINTO JR, 2002).

O avanço técnico dos aparelhos de ultrassonografia fornece hoje uma resolução extremamente refinada para o diagnóstico de anomalias fetais. Essa resolução permite que as medidas anatômicas fetais sejam determinadas a cada semana de gestação e, consequentemente, que se estime a idade fetal e se pesquise a presença de todas as estruturas anatômicas (PINTO JR, 2002).

Há poucos anos, a ultrassonografia fetal ficou mais minuciosa e as análises no desenvolvimento do feto tornaram-se facilmente visualizada. Dessa forma a desarmonia de crescimento de órgãos e atraso no desenvolvimento fetal pode ser sistematicamente examinada com a mais rigorosa atenção médica. O diagnóstico da microcefalia intra-útero é feito quando a medida da circunferência cefálica (CC) é menor que 2 desvios padrões (DP) do limite inferior da curva de normalidade para a idade gestacional (BRASIL, 2015; ECDC, 2015; PINTO JR, 2002).

- OBJETIVOS

2.1. PRINCIPAL:

Apresentar através de um relato de caso a forma de diagnóstico da microcefalia congênita intrauterina através de exames por imagem de uma gestante infectada com o Zika Vírus.

2.2. SECUNDÁRIOS:

- Avaliar e estudar o envolvimento do Zika Vírus com a Microcefalia congênita.

- Discutir o caso através de imagens de ultrassonografias.

- Apresentar outras formas de patologias que afetam o SNC do feto.

- REVISÃO DE LITERATURA

- ZIKA VIRUS

O vírus Zika recebeu a mesma denominação do local de origem de sua identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; FAUCI & MORENS, 2016; OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA MELO, 2016; PAHO, 2015; SBI, 2015).

No Brasil as notificações e monitoramento de casos de doença exantemática sem causa definida na Região Nordeste a partir do final do mês de fevereiro de 2015, com maiores numero de casos nos estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba. Em 29 de abril, pesquisadores da Universidade Federal da Bahia anunciam a identificação do vírus Zika (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; FAUCI & MORENS, 2016; OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA MELO, 2016; PAHO, 2015; SBI, 2015).

Embora a primeira evidência de infecção humana pelo vírus Zika tenha ocorrido em 1952, a comunidade internacional somente passou a reconhecer o potencial epidêmico do vírus Zika a partir de 2005 e principalmente após o surto de 2007 na Oceania. No Brasil, a circulação de Zika vírus foi confirmada por meio de exames laboratoriais, em 18 unidades da federação, distribuídas nas cinco regiões do país em 2015 (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; FAUCI & MORENS, 2016; OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA MELO, 2016; PAHO, 2015; SBI, 2015).

Portanto, o ZIKV é uma doença viral aguda (arbovírus), transmitida principalmente por mosquitos (Aedes aegypti), caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia (dores nas articulações), mialgia (dores nos músculos) e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; FAUCI & MORENS, 2016; OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA MELO, 2016; PAHO, 2015; SBI, 2015).

Além da microcefalia, a infecção pelo vírus Zika também está relacionada a síndrome neurológica, como a síndrome de Guillain-barré. (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a)

Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika. O tratamento recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; FAUCI & MORENS, 2016; OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA MELO, 2016; PAHO, 2015; SBI, 2015).

- MICROCEFALIA CONGÊNITA

Como as demais anomalias congênitas, a microcefalia é definida como alterações de estrutura ou função do corpo que estão presentes ao nascimento e são de origem pré-natal. (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; ECDC, 2015; LEAL, 2013; OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA MELO, 2016; PAHO, 2015; PAHO, 2016; SBI, 2015).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e literatura científica internacional a microcefalia é uma anomalia em que o Perímetro Cefálico (PC) é menor que dois (2) ou mais desvios-padrão (DP) do que a referência para o sexo, a idade ou tempo de gestação (1–7). A medida do PC é um dado clínico fundamental no atendimento pediátrico, pois pode constituir-se na base do diagnóstico de um grande número de doenças neurológicas e para isso os médicos e outros profissionais de saúde devem estar familiarizados com as doenças mais frequentes que produzem a microcefalia e devem conhecer os padrões de normalidade para o crescimento do crânio (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; ECDC, 2015; LEAL, 2013; OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA MELO, 2016; PAHO, 2015; PAHO, 2016; SBI, 2015).

A microcefalia

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