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A Síndrome de Edwards

Por:   •  12/6/2018  •  2.037 Palavras (9 Páginas)  •  286 Visualizações

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3.4 Diagnóstico

O diagnóstico desta aberração cromossômica pode ser confirmado por meio do estudo cromossômico pelo exame do cariótipo buscando detectar trissomia completa ou parcial do 18.

- Hibridização in situ e Hibridização genômica comparativa: Técnicas que vêm sendo usadas em situações específicas, como no diagnóstico rápido de recém nascidos e na detecção da síndrome no pré-natal. Essas técnicas foram descritas inicialmente na metade da década de 1980.

- Sequenciamento das moléculas de DNA fetais no sangue materno: surgiu como uma forma não evasiva de diagnóstico pré-natal.

Atualmente, existem outros métodos para o diagnóstico pré-natal, onde são utilizados inicialmente métodos não invasivos como o screening de marcadores séricos e a ultrassonografia fetal (incluindo a realização de translucência nucal). Contudo, para confirmação diagnóstica o método padrão é a aminiocentece, que proporciona uma avaliação adequada do cariótipo do feto.

Existem controversas quando a realização da aminiocentese, já que este é um procedimento invasivo que deve ser realizado sob indicação adequada.

Duhl et al (2000) defende a realização do procedimento independente dos achados ultrassonográficos, devido ao número de aneuploidias não detectadas pelo ultrassom nas gestantes com idade avançada. Alguns estudos, no entanto, recomendam o exame nos casos em que há alteração na ultrassonografia sugestivas de trissomia do 18 ou quando há alteração no screening sérico materno (AFP, HCG, uEST).

Outro teste, realizado apenas quando há suspeita de trissomia do 18 sugerida por outros estudos é a biópsia ou punção de vilosidades coriônicas, que do mesmo modo que a aminiocentese possibilita a análise do cariótipo fetal, tendo consequentemente um resultado mais preciso.

- Testes sorológicos: O diagnóstico da Síndrome também pode ser feito á partir das dosagens bioquímicas, sendo este utilizado também no diagnóstico pré-natal. Vintzillios et al (1998) demonstraram que gestantes de fetos trissômicos possuíam níveis de gonadotrofina coriônica humana (HCG), estriol não conjugado (uEST) e alfafetoproteína (AFP) mais baixos que as mães de fetos normais.

A confirmação do diagnóstico é dada à partir da análise cromossômica das células do paciente, sendo utilizado com mais frequência o padrão de banda G para identificar o cromossomo 18 extra ou, mais incomum, a parte em trissomia do cromossomo 18.

- Ecocardiografia fetal: Pode detectar malformação cardíaca congênita se realizada por volta das 20 semanas de gestação. É um exame essencial para o diagnóstico da síndrome, uma vez que o achado ultrassonográfico de cardiopatia congênita é considerado fundamental para o diagnóstico desta anomalia após as 16 semanas de gravidez.

3.5 Diagnóstico Diferencial

Algumas Características da Síndrome de Edwards não são específicas, já que podem ser encontradas em outras doenças, como por exemplo esterno curto, mão fechada, alterações faciais, retardo no crescimento, entre outras; o que pode confundir o médico no momento do diagnóstico.

A pseudotrissomia do 18, diagnosticada com menos frequência, apresenta um fenótipo semelhante ao da trissomia do 18, porém o indivíduo é cariotipicamente normal. Essa pseudotrissomia é também chamada de Síndrome de Marden - Walker ou Síndrome de Bowen Conradi.

Outra característica, a hipocinesia facial, também conhecida como Síndrome de Pena – Shokeir Tipo 1, pode ser clinicamente confundida com a Síndrome de Edwards.

3.6 Desafios de Diagnóstico

A síndrome de Edwards resulta de 3 cópias inteiras do cromossomo 18, ou seja, de uma trissomia livre. A idade da mãe pode ser um fator agravante para que essa síndrome se desenvolva, sendo a maioria dos casos decorrentes de um fenômeno de não-disjunção durante a segunda divisão meiótica da oogênese materna.

O padrão sindrômico da trissomia do cromossomo 18 também é bastante distinto e raramente confundido com outras condições. Marion et al desenvolveram um sistema de escores para otimizar sua identificação. Contudo, dentre as características apresentadas pelo paciente, a que mais chamou a atenção e dificultou seu reconhecimento, foi a anormalidade radial de membros superiores. A presença desta anomalia e incomum na síndrome de Edwards, sendo observada em apenas 5 a 10% dos casos.

Não há necessidade de realizar uma avaliação citogenética dos pais, pois esta anormalidade ocorre à partir de um fenômeno de não-disjunção durante a gametogênese. Segundo alguns autores, pode vir a ocorrer em futuras gestações um aumento do risco em relação à síndrome, no entanto, a recorrência da mesma trissomia em outro filho tem sido raramente relatada na literatura, sendo seu risco considerado virtualmente desconhecido.

Doenças clássicas como a síndrome de Edwards podem apresentar um padrão não usual de anormalidades, por isso seu diagnóstico se torna um desafio. Nesses casos, o cariótipo é essencial para sua definição. Aconselhamento genético adequado e avaliação são fundamentais através de um diagnóstico preciso.

3.7 Aconselhamento Genético

O aconselhamento genético se dá por um processo de comunicação sobre o risco de ocorrência familiar de anomalias genéticas, com o objetivo de fornecer a indivíduos ou famílias: eventual apoio psicoterapêutico, compreensão de implicações relacionadas às doenças genéticas em discussão e orientação ao tomar decisões racionais quanto à procriação.

É feito de modo não-diretivo com a finalidade de defender o bem-estar de indivíduos ou de famílias, ajudando a solucionar problemas de natureza genética, evitando sofrimentos e preocupações.

Se na família houver o histórico da síndrome, será importante que se tenha algum material desse caso para que se possa determinar a mutação e tornar viável e mais fácil o diagnóstico pré-natal.

Quando se está diante de uma gestação, cujo produto conceptual faleceu no período perinatal, seja por prematuridade ou não, com ou sem malformações, é extremamente importante o estabelecimento do diagnóstico da doença causadora do óbito, para que se estabeleça um correto aconselhamento genético. Mesmo os casos com diagnóstico de certeza, deverão ter uma amostra de seu material colhido e conservado para diagnóstico

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