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Ensaio abordando visões antropológicas de Émile Durkheim, Claude Lévi-Strauss, Edward Burndt Tylor e Franz Boas.

Por:   •  1/11/2018  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  359 Visualizações

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Pode-se observar esse contexto de pensamento na primeira metade do século XIX com o advento da Revolução Industrial, iniciada no norte da Inglaterra, expandida para a Europa e para o mundo. Eduard B. Tylor, como um antropólogo britânico, conviveu com o período do fenômeno da urbanização e a vida das pessoas estava voltada para a produção industrial, que trata dessa maneira maquinaria de viver. Por esta ótica é possível perceber a origem do pensamento em algumas pessoas que repudia a existência de escolha social do ser humano, em outras palavras, esse indivíduo estaria inserido numa realidade que condiciona seu futuro dentro dessa sociedade. Tylor afirma que esse indivíduo que conseguiu discutir essa realidade já pode considerar-se como pensador filosófico.

Tylor defendia a existência de uma base funcional que contribuía para o desenvolvimento da sociedade e religião, que ele determinou ser universal. Inicia assim o seu método comparativo, pois ao verificar alguns estudos históricos que defendiam que os eventos aconteciam não só como uma sucessão, mas com uma conexão. Lévi-Strauss, no século XIX, afirma que não é aceitável fixar os povos de lugares diferentes numa hierarquia, esse pensamento pode ser uma extensão da visão de Tylor que escreve praticamente no século anterior sobre a indiferença de natureza entre primitivos e civilizados, mas no grau de avanço nos rumos da cultura. Percebe-se fragmentos do mesmo pensamento de Tylor nas teorias de Lévi-Strauss.

Contudo, Tylor irá tratar a hipótese difusionista que consiste na erradicação de hábitos de uma determinada sociedade para outras que se identificam com o fato, isso aconteceria pelo contato social. Um exemplo prático seria o contato de europeus com sociedades indígenas na América do Norte ou no continente africano, os quais, através do contato pelo mercantilismo, trocavam experiências e compartilhavam hábitos distintos, que aos poucos os europeus conseguiram introduzir e modificar diversas realidades e costumes das tribos consideradas não-civilizadas pela ótica europeia. Esse contato e troca de costumes resultaria nas semelhanças dos traços culturais entre duas ou mais sociedades, só que na escala de difusão elas não estariam na mesma escala de evolução. Percebe-se, atualmente, fragmentos desse conceito na divergência do tratamento dado à algumas nações denominadas subdesenvolvidas na divisão econômica contemporânea.

Entretanto, o Franz Boas irá rebater a ideia do evolucionismo unilateral e difusionista, mas não os exclui totalmente. Ele não é um autor difusionista, mas possui frações da teoria. O autor emigrado alemão, ao falar sobre o desenvolvimento da sociedade, defende que ele ocorreu de diversas maneiras em diferentes comunidades, porém abriga formas, opiniões e ações fundamentais em comum. Seu texto sobre “Antropologia cultural”, selecionado pelo Stocking Jr., Franz Boas irá construir uma temática que rejeita a comparação cultural e irá defender a autonomia das culturas e suas singularidades. De fato é possível concordar com a teoria desenvolvida por Boas, contudo, não se pode negar que existem influências externas através de contatos com outras sociedades como Tylor afirma. Um exemplo palpável encontra-se na utilização de medicamentos naturais com ervas, hábito primitivo e tribal, que foi difundido através do contato com tribos que detinham conhecimento das práticas.

De um modo geral, o Boas irá propor que se entenda o nativo conforme seu contexto cultural. O mesmo fenômeno étnico pode se desenvolver a partir de diferentes fontes, Boas irá citar a construção de materiais primitivos de defesa e hábitos para as ocupações selvagens elaborados em regiões divergentes mas com intenções semelhantes. A falha na comparação dos comportamentos está em dar um formato para os fatos ao redor do mundo com o objetivo de descobrir uma história uniforme de seu desenvolvimento e a pesquisa antropológica supor que o mesmo fenômeno etnológico tenha se desenvolvido da mesma forma em vários lugares. É do conhecimento da antropologia que os mesmos fenômenos podem ser desdobrados por caminhos distintos. Émile Durkheim, quase no mesmo período, na França, irá afirmar que cada civilização tem seu sistema organizado de conceitos que a caracterizam.

Os múltiplos desdobramentos da cultura humana têm sido objeto de estudo em vários lugares do mundo sob diferentes visões, que podem convergir com umas ou ampliar outras, como por exemplo, Franz Boas negou o modelo de explicação baseado na evolução de estágios culturais e defendeu a observação de cada cultura como algo único; para Durkheim as noções fundamentais do espírito, as categorias essenciais do pensamento, podem ser produto de fatores sociais; Lévi-Strauss defende que a hereditariedade determina no homem uma aptidão de adquirir uma cultura que dependerá do contexto que ele estará inserido. A antropologia é uma disciplina relativamente recente conforme Edward Tylor, porém procura estudar as diversidades sociais encontradas na humanidade apresentadas de maneiras variadas nos diferentes coletivos.

Referências bibliográficas:

- STOCKING Jr., George W. (org.) Franz Boas: a formação da antropologia americana 1883-1911. RJ Contraponto Editora/ UFRJ, 2004

- LÉVI-STRAUSS, Claude. O inato e o adquirido. In. O olhar distanciado. Lisboa: Edições 70, 2005, pp.21-68.

- DURKHEIM, Émile;

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