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O RESERVATÓRIO E FONTE DE INFECÇÃO

Por:   •  11/12/2018  •  3.597 Palavras (15 Páginas)  •  479 Visualizações

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REFERÊNCIAS.........................................................................................................29

INTRODUÇÃO

Uma das principais causas do desvio das carcaças para o D.I.F. é a presença de cisticercos vivos e/ou calcificados na cabeça ou no coração dos bovinos. Portanto a inspeção na carcaça é de fundamental importância para determinar o destino da carcaça suspeita. A cisticercose bovina é similar morfologicamente com a cisticercose suína. É responsável por muitas cirurgias para extirpação de tumores hepáticos ou cerebrais, cirurgia esta considerada de alto risco causando inúmeras mortes. A forma adulta da Taenia Saginata pode ocorrer no homem em duas situações: por meio da ingestão de carnes cruas ou mal cozidas contaminadas pelo cisticerco ou ingerindo ovos encontrados em alimentos mal lavados ou mal cozidos. Esta última situação pode resultar em cisticercose no homem por meio de mecanismos muito especiais (MARQUES, 2003).

A teníase, no entanto, pode conduzir à cisticercose humana, cuja localização cerebral é a sua manifestação mais grave, podendo levar o indivíduo à morte. A infecção pode permanecer assintomática durante muitos anos e nunca vir a se manifestar. Nas formas cerebrais a sintomatologia pode iniciar-se por crises convulsivas, o quadro clínico tende a agravar-se à medida que aumente a hipertensão intercraniana, ou na dependência das estruturas acometidas, evoluindo para meningoencefalite e distúrbios de comportamento (BENENSON, 2004). Quando o cisticerco se localiza no globo ocular pode provocar a cegueira. Nos tempos atuais a cisticercose tem diminuído por dois motivos principais: primeiro - a conscientização do consumidor através de campanhas sanitárias bem conduzidas; segundo - a Inspeção Sanitária Veterinária instalada nos matadouros e frigoríficos atua com bastante rigor nesta área (MARQUES, 2003).

Quando os técnicos da inspeção deparam com animais contaminados com cisticercos, tomam todas as providências necessárias, as quais podem variar a retirada meticulosa e individual de cada cisto vivo ou morta (calcificado) quando ocorre em pequenas quantidades, podendo resultar até na rejeição de toda a carcaça destinando-a para o setor de graxaria nos casos generalizados. Neste último caso o prejuízo econômico é praticamente total. Para os frigoríficos e criadores, em particular, e para a pecuária brasileira como um todo, a cisticercose causa prejuízos consideráveis que vão desde perdas econômicas ao aspecto moral da questão, pois lançam de alguma forma suspeitas quanto à qualidade da carne.

FAMÍLIA TAENIIDAE

É o gênero mais importante, tanto o adulto como os estágios larvais tendo importância em saúde humana e medicina veterinária (URQUHART et al,1998, p. 106). A família Taenidae inclui vários gêneros de importância médica e veterinária, dos quais se destacam: Taenia e Echinococcus. No gênero Taenia, as principais espécies têm por hospedeiro definitivo o homem (T Soliun e T. Saginata) e cães (T. hydatigena e T. multiceps). A importância dos parasitas deste gênero, para os animais de produção, se deve ao fato de que as larvas desses cestódeos se desenvolvem em tecidos de ruminantes e suínos que atuam como hospedeiros intermediários (SERQUEIRA, 2002, p. 119).

DEFINIÇÃO

A cisticercose caracteriza-se pelo estágio patológico decorrente da infecção de hospedeiros vertebrados pela forma larval da Taenia Saginata, através de uma ou mais lesões vesiculares, chamadas de cisticerco. O aparecimento de cisticercos na musculatura de carcaças bovinas é vulgarmente chamado de “pipoca”, “canjica”, “canjiquinha” ou “sagu”.

AGENTE ETILÓGICO

A etiologia da cisticercose envolve o estágio larval de parasitas do gênero Tênias, representadas pela Tênia Soliun (se desenvolve no suíno) e Tênia Saginata (se desenvolve no bovino). Um fato de grande importância epidemiológica é a resistência ao meio ambiente dos ovos dessas tênias. Essa resistência é muito elevada quando o substrato está coberto com uma película de água. É importante destacar que os ovos das tênias são microscopicamente impossíveis de se diferenciar.

RESERVATÓRIO E FONTE DE INFECÇÃO

O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia Soliun. O bovino é o hospedeiro intermediário (por apresentar a forma larval em seus tecidos). Há relatos também da transferência de infecção de uma propriedade para outra. Assim, ocorreram surtos de ostertagiose em propriedades após a aplicação de esterco bovino como fertilizante, enquanto se verificaram “surtos” de cisticercose em bovinos por Cysticercus bovis após a aplicação de água de esgoto humano em pastos (URQUHART, 1998, p. 227).

CICLO DE VIDA

O verme adulto da tênia tem cerca de 5 a 25 metros de comprimento e reside no intestino delgado, onde se fixa por uma estrutura chamada escólex. Produzem proglotes (cada verme tem entre 1.000 a 2.000) que se engravidam, destacam-se do verme e migram para o ânus ou saem com as fezes (em média 6 por dia). Cada proglote grávida contém de 80.000 a 100.000 ovos que são liberados depois que a estrutura de destaca do corpo do verme. Os ovos podem sobreviver por meses até anos no ambiente, no intestino humano pode sobreviver por mais de 30 anos. O ciclo evolutivo da T. Saginata é, em princípio, semelhante ao da T. Soliun. Entretanto, convém frisar que as proglótides grávidas destacam-se isoladamente do estróbilo e, dotadas de movimentos próprios de “mede-mede”, deixam o intestino, chegam até o ânus e ao exterior independente do ato de defecação (FORTES, 1997, p. 184).

Já no ciclo do cisticerco, URQUHART et al (1998, p. 105-106) citam que o ciclo evolutivo típico desses cestoides é indireto com um hospedeiro intermediário. Com poucas exceções, o cestoide adulto é encontrado no intestino delgado do hospedeiro definitivo, e os segmentos e ovos atingem o exterior pelas fezes. Quando o ovo é ingerido pelo hospedeiro intermediário, as secreções gástrica e intestinal

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