A EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZN
Por: Chiquiti • 22/11/2022 • Resenha • 929 Palavras (4 Páginas) • 582 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
CAMPUS REALEZA
MEDICINA VETERINÁRIA
DIREITO E CIDADANIA
PROFESSOR: pAULO DUARTE
resenha CRÍTICA
EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZN
Evelin Chiquiti dos Santos
ADORNO, Theodor W. Educação após Auschwitz.
RESUMO
Esta resenha abordará vários pontos do texto “Educação Após Auschwitz” de Theodor W. Adorno, uma análise teórica da corrupção nazista nos campos concentração na Alemanha. Segundo ele, poderia ter sido evitada se tivesse uma imensa reflexão sobre o porquê dos precedentes da Segunda Guerra Mundial. Ademais, Adorno crítica a educação atual, onde a razão prevalece sobre a emoção. Pois para ele, a educação é chave para quebrar as crueldades que levam a sociedade a cometer atrocidades.
Palavras-chave: Auschwitz; Holocausto; Educação; Critica;
RESENHA CRÍTICA
A resenha crítica apresentada associa a educação como ferramenta para treinar pessoas potencialmente criminosas para servir a um sistema xenófobo. Auschwitz era uma coleção de quatro campos de concentração (1941-1944), construídos pela Alemanha nazista para exterminar judeus, na cidade polonesa de Oswiecim. Em Auschwitz, experimentos genéticos horríveis foram realizados usando prisioneiros judeus como cobaias. Estima-se que 3 a 4 milhões de prisioneiros foram mortos nesses alojamentos, que agora abrigam um “museu” sobre o Holocausto.
Theodor W. Adorno não quer que isso seja esquecido, tampouco que volte a acontecer. A Segunda Guerra Mundial deixou rastros e estragos irreparáveis à condição humana e não apenas àqueles que sofreram horror e barbárie como vítimas diretas ou indiretas. A verdade mais assustadora é que foi a sociedade que forneceu homens capazes de cometer tais atrocidades e concedeu que uma verdadeira "indústria de extermínio" de seres humanos se estabelecesse e funcionasse com força total. Auschwitz é um episódio tão repugnante e inconcebível que nunca poderá ser eliminado ou esquecido nas páginas sombrias da história.
É doloroso perceber que tudo ali construído e praticado se baseia nas intenções e na inteligência humana. É homem contra homem, justificado pela implacável inflexibilidade à variedade racial e cultural. Mesmo nos animais mais primitivos, chamados "irracionais", algo semelhante não foi observado. Assim, a preocupação do pensador Theodor W. Adorno é legítima e ainda hoje nos assombra: como evitar Auschwitz? Alguns educadores se recusam a voltar ao episódio dantesco, porque a mera menção dele desperta abominação e constrangimento. No entanto, Adorno diz que não o enterrar e questioná-lo é uma forma de evitar sua repetição.
O mundo contemporâneo, agora “globalizado” onde prevalece a ideologia capitalista, enfrenta sérios riscos. Hoje em dia, o indivíduo está sujeito ao imediatismo, ao consumismo e ao individualismo demasiado, como prepará-lo para lidar com esses desvios? O que a educação pode fazer pelas pessoas? Que valores precisam ser cultivados? Que semente semear para tornar as pessoas mais humanas, não desumanas? Todos esses pontos preocupavam Adorno.
A chance de que massacres subsequentes em Auschwitz encontrassem terreno fértil para o restabelecimento era o medo do filósofo. Onde poderia acontecer tal falha na construção de homens que se entregaram a tal crueldade? A contemporaneidade trouxe novos modelos de educação. A escola está associada à engenharia para fornecer um sistema de treinamento para o trabalho e preparar para um sistema de produção sem mão de obra eficiente. Criaturas ali, mais uma vez, "reformadas", desprovidas de sua humanidade se reproduzem e passam esse mesmo tratamento aos seus semelhantes. É também violência, porque a agressividade não está apenas na agressão física, é uma de suas manifestações, mas também no modo indiferente de ver o outro e a si mesmo. E a estrutura da escola? A escola é como uma prisão, mal planejada, prédios danificados, bares por toda parte, concreto frio, salas abafadas e cheias de "coisas" (ou serão "pessoas"?). Esse ambiente favorece o despertar da sensibilidade e da criatividade para a aprendizagem transformacional? A revisão da escola é prioritária.
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