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Resenha Sobre Weber e Marx

Por:   •  5/12/2018  •  2.360 Palavras (10 Páginas)  •  361 Visualizações

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O sociólogo mostra interesse pelas atividades sociais e propõe quatro tipos de ideais fundamentais para que ações possam ser analisadas, sendo eles: ação tradicional, subordinada aos costumes; ação afetiva, norteada pelas paixões; ação racional, baseada em valores éticos, estéticos ou religiosos; e ação racional, visando um fim, implicando a adequação entre fins e meios. Weber determina que a vida social seja constituída de interações, e assim, acrescenta a cada tipo de atividade um tipo de dominação particular.

Definindo a dominação particular como “oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado” (p. 274), e acrescenta ainda que todo poder necessita de uma justificação, então propõe três formas de dominação e legitimidade, sendo eles: dominação tradicional, tendo sua legitimidade sobre o caráter sagrado da tradição; dominação carismática, baseando-se em uma personalidade dotada de aura excepcional; e dominação legal, baseando-se no poder de um direito abstrato e impessoal.

Weber busca compreender a natureza do mundo moderno, destacando a sua racionalização crescente, que seria um traço específico deste. Tendo a ideia de racionalidade, baseada em cálculo e eficiência, quanto à racionalização das atividades, supõe a ideia de autonomização e especialização das funções sociais. Acredita ainda que a economia moderna é considerada como racional enquanto é comandada pela gestão e organização mais produtiva. E que o direito moderno enuncia regras deduzidas logicamente a partir de princípios, e então é julgado racional.

Já na universalização e formalização das relações sociais ocorrerá a presença de um direito sistemático, universal e formal, tomando o lugar dos costumes locais e de uma gestão racional de trabalho. Para demonstrar isso, Weber utiliza dois termos, comunitarização, tendo em vista uma relação social baseada em uma disposição de atividade social fundamentada em um sentimento subjetivo, e a socialização, sendo a relação social baseada em uma disposição de atividade social fundamentada sobre um compromisso. Assim, o sociólogo para indicar este processo de racionalização utiliza a fórmula “desencantamento do mundo”, observando um nivelamento dos valores de homogeneização dos indivíduos.

Sendo considerado um dos primeiros sociólogos que compreenderam a importância do fenômeno burocrático nas sociedades modernas, tendo em vista que sua concepção da burocracia seria uma forma de gestão que se estenderia todas as formas de organização moderna e integrando a dimensão da racionalização das tarefas. Propõe dois tipos de organização, o Estado, sendo uma estrutura exercendo diretamente o poder e os partidos políticos e a impressa, sendo as estruturas influenciadoras, visando à política.

Weber observa até então, que existia uma ligação entre o protestantismo e o avanço e difusão do capitalismo, sendo sua especificidade relacionada à maneira, pacífica e racional, de adquirir lucro. A ação econômica capitalista seria então, sobre a exploração das possibilidades de troca, ou seja, de oportunidades. E por fim, se contrapõe à concepção materialista da história, mas não nega que a força de elementos materiais, econômicos, técnicos, entre outros, contribui para a expansão do capitalismo, pois Weber tende se voltar ao isolamento de um fator cultural, para assim poder analisá-lo e sublinhar sua eficácia própria.

Lallement denota de forma clara e coesa, algumas das obras de Max Weber, tendo como uma das peças principais para a fundamentação das suas ideias, e tida como palavra-chave, a ação social. O autor utiliza artifícios no decorrer do texto como, textos anexos e comparações de pensamentos do sociólogo citado com outros sociólogos, dando suporte ao que está sendo exposto pelo mesmo, possibilitando assim, um bom entendimento para o leitor (a). Fazendo ainda, ligação direta do assunto proposto, com obras de Weber.

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RESENHA CRÍTICA

LALLEMENT, Michel. História das ideias sociológicas: das origens a Max Weber. Tradução de Ephraim F. Alves. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 106 – 142.

O livro “História das ideias sociológicas: das origens a Max Weber”, escrito por Michel Lallement, especialista em sociologia do trabalho, professor da Cátedra de análise sociológica de trabalho, emprego e organizações CNAM; e membro do Laboratório Interdisciplinar de Sociologia Econômica – LISE. Tem sua pesquisa concentrada na transformação do trabalho em suas múltiplas dimensões – organização, caminhos sociais, prazos, relações industriais, mercado – e sobre a história da sociologia.

Lallement aborda os pensamentos e análises do sociólogo Karl Marx, o qual manifesta preocupação de enfrentar o corpo a corpo à realidade, e passa a dedicar seu interesse à questão social. Adere assim, um ponto de vista revolucionário. Marx é leitor de Hegel, mas o censura por ter subestimado o papel da sociedade civil e por ter engrandecido o Estado, pois não acredita na “mistificação” do Estado.

Hegel propõe a concepção de sociedade em três níveis hierárquicos, sendo eles: a família, na ordem da natureza e do particular; a sociedade civil, sendo lugar de produção, de distribuição e satisfação das necessidades; e a reconciliação no universal pelo Estado, sendo o poder soberano que resolve e supera todas as oposições. Marx acredita que o Estado é, na realidade, apenas um fator de alienação, essa ideia vai então ocupar o lugar central dos pensamentos do sociólogo.

Para compreender a reflexão marxiana, deve-se recordar que o hegelianismo de esquerda está impregnado na juventude de Marx, conservando então um questionamento sobre a religião. Para ele a propriedade privada é a expressão material e sensível da vida humana alienada, pois esta impede de certa forma, a liberdade e necessidade. A alienação, portanto, não teria em vista somente a religiosa, mas também uma consistência econômica quando acontece uma transformação radical da sociedade. Acredita ainda que o trabalho constitui a essência da atividade humana, pois não transformará somente a natureza, mas a si mesmo. Marx, aos poucos vai deixando de lado esta ideia de alienação, não sendo caracterizado um acaso.

Busca agora compreender as relações ideais do modo de produção capitalista, utilizando a ideologia e o fetichismo. Atribui para a ideologia, a função de dissimulação, “disfarce da sociedade”,

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