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RESENHA WALLERSTEIN E MARX

Por:   •  11/1/2018  •  1.269 Palavras (6 Páginas)  •  286 Visualizações

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Para demonstrar a relação entre esse raciocínio clássico marxista e a atualidade, Wallerstein identifica os burgueses como os países do centro, que acumularam riqueza e puderam desfrutar, através de medidas econômicas aprimoradas, de seu desenvolvimento tecnológico. O proletariado vem a ser as nações periféricas que servem como produtoras de matéria-prima e suas medidas capitalistas servem apenas para a subsistência. Com essa análise, o autor define as causas da desigualdade e da dominação capitalista no Sistema-Mundo: o intercâmbio desigual de forças de produção, a hegemonia dos países centrais e as medidas adotadas pelas grandes empresas. A tão falada disputa de classes cede lugar à disputa de Estados.

A partir desse ponto, o teórico marxista chega às consequências desse caos capitalista, que se instala a partir de 1968. Uma das razões mais notórias do declínio é definida pela forma que os capitalistas ganham dinheiro, que está caindo em colapso. Os lucros não são tão atraentes como antes, exemplifica-se com a especulação, caminho comum para se obter lucros, que tem se limitado e os burgueses, centristas ficam sem alternativas, isso se torna um dos motivos primordiais para a degradação do sistema. Isso provoca insegurança social e financeira.

No penúltimo momento Wallerstein trata acerca do ilusionismo das potências emergentes, surgimento dos novos sistemas e as perspectivas positivas sobre a projeção das ações individuais. Muito se discute a importâncias da nações semiperiféricas no quadro futuro do sistema internacional. Segundo Nogueira e Messari, na visão marxista a extensão dos modos de produção capitalista para os países periféricos teria por consequência sua degradação, pois mais atores teriam a possibilidade de dividir o lucro geral, diminuindo expressivamente os resultados. O sociólogo estadunidense também compartilha desse pensamento, acrescentando a confusão geopolítica, provocada pela troca incessante de aliados por partes dos emergentes, que acentuaria a insegurança, desse modo, a crise. O Segundo debate que já precede as considerações finais, na entrevista, diz respeito ao destino das sociedades pós-capitalistas. Wallerstein afirma que é muito difícil saber tal resolução, mas esboça dois sistemas, que segundo ele, podem surgir, o Espiríto de Davos que seria mais desigual, em suas palavras: “hierarquizador, polarizador, explorador”. Já o outro seria brando, democrático e essencialmente igualitário, entramos então na conclusão da abordagem marxista que afirma o sistema substituto do capitalismo seria o socialismo, e finalmente, o comunismo.

Finalizando seu pensamento, Wallerstein enfatiza a importância das ações individuas na projeção do sistema futuro. Afirma, pragmaticamente, que os microssistemas e seus micros atores podem influenciar no caminho que as ações seguem. Para exemplificar, cita os protestos (que apesar de não muito eficientes, possuem valor), a Justiça social que pode ser buscada mais enfaticamente e o abandono da assimilação do capital que fornece a tudo o valor de mercadoria, entre outros.

Concluímos assim, que o Sistema-Mundo, preconizado por Wallerstein, muito se relaciona com as perspectivas marxistas e que tal contribuição é imprescindível relevar nos estudos da disciplina de Relações Internacionais. Trazendo a discussão às salas de aula temos a possibilidade de maiores desdobramentos e o enriquecimento de uma disciplina que pode ser considerada jovem. No que se refere ao pensamento de Wallerstein acerca do fim do sistema capitalista e a substituição por um novo sistema, acredito que sua base, apesar de empírica, não avalia o status quo que está mergulhado a sociedade moderna. Para mudança de um sistema que dita regras e absorve grande parte da população mundial seria necessária uma mudança também na essência capitalista da sociedade, a qual subsiste por mais da metade de um século. Porém, não discordo da crise estrutural do capitalismo, acredito que poderá haver transformações, pois o sistema está desgastado, porém essas mudanças seriam reduzidas a uma redefinição do capitalismo, não uma brusca transição de sistemas.

BIBLIOGRAFIA

Vigevani, Tullo; Martins, Aline Regina Alves; Miklos, Manoela, Rodrigues, Priscila. A CONTRIBUIÇÃO MARXISTA PARA O ESTUDO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS.

Nogueira, João; Messari, Nizar. Teoria das Relações Internacionais. Editora Campus – Elsevier, 7ª Edição. 2005.

“Sociólogo avalia o otimismo e o caos na crise do capitalismo”. Schroder, Carlos ; Kamel , Ali; Seabra, César. Telejornal Globo News “Milênio”.

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