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FAA – Faculdade Anhanguera de Anápolis

Por:   •  4/7/2018  •  6.699 Palavras (27 Páginas)  •  329 Visualizações

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DIAGNÓSTICO BACTERIANO

O diagnóstico bacteriológico pode ser realizado por diversos procedimentos, sendo que o diagnóstico de certeza é realizado pelo isolamento e identifi cação do agente bacteriano a partir de materiais coletados adequadamente, conhecido normalmente como exame bacteriológico ou cultura. Outros métodos podem ser utilizados para o diagnóstico como a demonstração das bactérias por técnicas de coloração; de antígenos por métodos imunológicos; pesquisa de genes bacterianos específi cos; pesquisa de anticorpos e resposta imunológica celular. Os procedimentos que utilizam métodos para a demonstração do agente, diretamente em material clínico, embora sejam presuntivos, apresentam grande interesse por serem geralmente rápidos e dispensarem técnicas de cultivo.

ISOLAMENTO

O processamento inicial da amostra clínica para o exame bacteriológico é um procedimento que envolve várias considerações. Deve-se primeiro avaliar a amostra e a sua origem anatômica. Esses dados determinarão qual o melhor tratamento da amostra antes da inoculação como, por exemplo, centrifugação ou homogeneização, conservação, entre outras. A segunda etapa é a seleção do meio de cultura a ser empregado para cada amostra e, por fi nal, a escolha da temperatura e atmosfera de incubação. Os procedimentos realizados para o processamento das amostras devem ser realizados dentro de uma capela de fl uxo-laminar com nível de segurança biológica. A preservação da amostra quanto à manutenção da umidade e do pH é imprescindível para manter a viabilidade dos microrganismos. Vários meios de transporte estão disponíveis para o uso. A escolha dependerá do tipo da amostra clínica e do provável agente microbiano. A temperatura e atmosfera (atm) de incubação são dois fatores importantes a serem considerados para que se tenha sucesso no isolamento e identifi cação do microrganismo. Geralmente a temperatura de incubação utilizada para a maioria dos microrganismos patogênicos ao homem gira em torno de 35 a 37°C. Quanto à atm, as bactérias podem ser aeróbias estritas, aeróbias facultativas, microaerófi las ou anaeróbias estritas. Para a escolha da atmosfera a ser empregada é, portanto, fundamental o conhecimento dos microrganismos que provavelmente poderão estar numa dada amostra clínica. Alguns são bastante sensíveis a variações de temperatura e atm, por exemplo, Neisseria gonorrhoeae. Algumas bactérias podem ser enriquecidas a 4°C, como Listeria monocitogenes e Yersinia enterocolitica. A temperatura pode também ser um fator seletivo; por exemplo, para o isolamento de Campylobacter jejuni das fezes, utiliza-se 42°C como temperatura de incubação, inibindo assim outras espécies de Campylobacter que não são termofílicas. Para a obtenção de atm de microaerofi lia (menos que 6% de O2) ou anaerobiose, vários procedimentos podem ser utilizados. No laboratório clínico, o mais prático é o uso de jarras de anaerobiose, utilizando-se envelopes que possuem geradores de CO2 e H2 na concentração necessária para uma ou outra atm. E importante salientar que o uso de jarra de vela fornece uma concentração de 3% CO2, apenas.

DEMONSTRAÇÃO DIRETA MICROSCOPIA MICROSCOPIA ÓTICA COM ILUMINAÇÃO DIRETA

A identifi cação do patógeno a partir de material clínico deve ser iniciada pelo exame microscópico da amostra clínica. A demonstração direta do agente tem como objetivo verifi car as características morfológicas e enumerar microrganismos e células eucarióticas; pode auxiliar o microbiologista na escolha dos meios de cultura mais indicados e ao médico, a melhor terapia empírica a ser ministrada. Observações importantes como a qualidade da amostra clínica e a intensidade da resposta infl amatória, verifi cada pela presença de um infi ltrado de polimorfonucleares, podem ser visualizadas. Para visualização do material celular e microrganismo torna-se necessário o emprego de corantes, uma vez que os mesmos são freqüentemente transparentes. A observação direta das amostras clínicas em diversas montagens a fresco, entre lâminas e lamínulas, dá informações quanto à composição celular, morfologia do microrganismo e motilidade. As amostras podem ser observadas por microscópio óptico de luz direta, de contraste de fase ou de campo escuro. As características morfo-tintoriais, a disposição e a quantidade de microrganismos dão informações preliminares quanto à identifi cação e importância deles na amostra.

EXAME A FRESCO

O exame a fresco de espécimes clínicas pouco espessas é possível por meio de montagem com solução fi siológica, como no exame de secreções vaginais para a identifi cação de fungos, leucócitos e células indicadoras. Solução de KOH a 10% é empregada para clarifi cação de fungos em amostras clínicas. A pesquisa de microrganismos capsulados, como Cryptococcus neoformans em líquor cefalor-raquidiano, é realizada por coloração com tinta da china. Corantes como azul-de-metileno podem ser utilizados em amostras de fezes para detecção de leucócitos, identifi cação de grânulos metacro¬máticos de Corynebacterium diphtheriae e verifi ção da presença de microrganismos fusiformes e espiroquetas a partir de ca- 10 material de infecções orais.

COLORAÇÃO DE GRAM

É o método de coloração diferencial mais utilizado em exames diretos ao microscópio de amostras clínicas e a partir de colônias bacterianas, devido ao seu largo espectro de coloração, que inclui a maioria das bactérias, muitos fungos e parasitas, tais como Trichomonas, Strongyloides e cistos de vários protozoários. As exceções signifi cantes incluem Treponema, Mycoplasma, Chlamydia e Rickettsia, por serem pequenos demais para a visualização em microscopia óptica de luz direta ou por não terem parede. A coloração de Gram permite dividir as bactérias em dois grandes grupos: Gram-positivas e Gram-negativas. Os Gram-positivos são aqueles que retêm o corante cristal violeta devido ao aumento na quantidade de ácido teicóico e a diminuição da permeabilidade da parede celular aos solventes orgânicos, por conterem menos lipídios na parede celular. Ao contrário, a parede das bactérias Gram-negativas apresenta grande quantidade de lipí- dios, o que aumenta a permeabilidade aos solventes orgânicos permitindo a descoloração. Após perdem, portanto, o cristal violeta, coram-se com o corante de fundo, fuccina.

COLORAÇÃO DE BACILOS ÁLCOOL-ÁCIDO RESISTENTES (BAAR)

Algumas bactérias possuem ácidos graxos

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