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A História da Psicofarmacologia e os psicofármacos: benzodiazepínicos e antipsicóticos

Por:   •  26/11/2018  •  2.488 Palavras (10 Páginas)  •  373 Visualizações

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uso de drogas com potencial de abuso. Entre o fim do século XIX e início do XX, a cocaína era, além de um anestésico, tida como um antidepressivo.

No início do século XX, foram sintetizados os primeiros barbitúricos ou “tranquilizantes maiores”. O principal exemplar dessa classe de remédios é o fenobarbital, utilizado até hoje no tratamento da epilepsia. Durante muito tempo, esses eram os únicos sedativos/hipnóticos comercializados e destinavam-se ao tratamento de quadros que variavam desde a insônia até neuroses. No fim da década de 1960 até o início dos anos 1980, os benzodiazepínicos passaram a ser os psicotrópicos mais prescritos. Os benzodiazepínicos, assim como o álcool, atuam nas vias cerebrais mediadas pelo GABA (ácido gama-aminobutírico) de onde vêm seu efeito sedativo.

Em 1949, o psiquiatra australiano John Cade descreveu o tratamento da excitação maníaca com o lítio (carbolitium ou carbolim), o que é amplamente aceito como um momento fundamental na história da psicofarmacologia. Ao conduzir experimentos com animais, Cade percebeu, um tanto acidentalmente, que o carbonato de lítio deixava os animais letárgicos, o que o inspirou a administrar esta droga a vários pacientes psiquiátricos agitados. Em 1950, Carpentier sintetizou a clorpromazina (um antipsicótico), ao tentar desenvolver uma droga anti-histamínica que serviria de coadjuvante na anestesia

Os primeiros antidepressivos foram descobertos a partir de medicações utilizadas no tratamento da tuberculose e sua comercialização teve início no final da década de 1950. Os antidepressivos agem fundamentalmente sobre uma família de neurotransmissores conhecida como monoaminas, ou seja, serotonina, norepinefrina e dopamina. De modo bastante rudimentar, poderíamos vincular essas substâncias respectivamente a ansiedade, energia prazer, e todas elas juntas ao humor. Os antidepressivos diferem quanto ao mecanismo através do qual eles interferem na ação dessas monoaminas e em qual delas sua ação é predominante. Atualmente também está disponível no mercado uma medicação antidepressiva com ação na melatonina (“hormônio do sono”). Outras medicações vem sendo testadas com outros mecanismos de ação, como os moduladores de glutamato, que é um neurotransmissor que não pertence à família das monoaminas. (Jefferson, 1995);

Neurotransmissor para a psicofarmacologia

As drogas usadas na psicofarmacologia têm um impacto nos neurotransmissor no cérebro. As sinapses nervosas não possuem, obrigatoriamente, apenas um neurotransmissor. Podem ter um ou mais dos elementos condu¬tores da informação nervosa, atuando excitatória ou inibitoriamente. As revelações focalizaram primeiramente nos agentes que afetam os neurotransmissor para a depressão, as psicose e a ansiedade. Contudo, não houve nenhuma descoberta principal mais adicional em relação aos neurotransmissor nos últimos anos. (Davidson, 2001).

Os neurotransmissor chaves afetados pelos psicotrópicos são:

- Acetilcolina: controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas a atenção, aprendizagem e memória.

- Dopamina: controla níveis de estimulação e controle motor em muitas partes do cérebro.

- Opiáceo: endógenos tais como as endorfinas e as encefalinas envolvidoas na dor, e na analgesia.

- GABA: envolvido na ansiedade, na epilepsia, no medo, no esforço e em doenças inibitórios do neurotransmissor

- Glutamato envolvido na aprendizagem, na memória, na comunicação e em doenças excitatória do neurotransmissor.

- Norepinefrina: envolvido na depressão e no despertar.

- Serotonina: envolvida na agressão, na depressão e desejo.

Benzodiazepínicos

Esse grupo de substâncias começou a ser usado na Medicina durante os anos 60. Leo Stembach, acidentalmente, descobriu em 1955 o primeiro benzodiazepínico, denominado Clordiazepóxido (Librium). Logo depois, em 1963, foi produzido e comercializado o Diazepam (Valium). Eles possuem similaridades importantes com os barbitúricos, em termos de ações farmacológicas, com a vantagem de oferecer uma maior margem de segurança. (Gorman, 2002)

Os benzodiazepínicos, fusão de benzeno com um anel diazepínico, atuam aumentando o efeito do neurotransmissor natural (congênito), o “ácido gama-aminobutírico” (GABA). Os receptores GABA são proteínas que tem duas funções principais - recebem informações extracelulares que chegam na fenda sináptica e transmitem tais informações para o interior da célula. Portanto, os benzodiazepínicos potencializam efeitos já existentes no homem e em outros animais. Estas substâncias químicas funcionam como inibidoras, atenuam as reações químicas provocadoras da ansiedade. Os benzodiazepínicos seriam, assim, agonistas (fortalecedores) do sistema GABA. (Tesar et al. 1991; Rosenbaum et al. 1996).

Principais Benzodiazepínicos

• Alprazolam (Frontal)

• Clonazepam (Rivotril)

• Clordiazepóxido (Psicosedin)

• Diazepam (Dienpax, Valium)

• Lorazepam (Lorax)

• Midazolam (Dormonid)

• Zolpiden (Stilnox)

• Cloxazolam (Clozal)

Funções dos Benzodiazepínicos

Os benzodiazepínicos possuem cinco efeitos principais no organismo: sedativos, hipnóticos, ansiolíticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. Os efeitos, são diferentes conforme o benzodiazepínico, entretanto, as respostas citadas estão presentes em todos os eles. Os BZD são chamados de tranquilizantes ou de ansiolíticos por terem a propriedade de acalmar as pessoas tensas, estressadas e ansiosas. Outras vezes são chamados de hipnóticos por induzirem sono nas pessoas que têm dificuldades de dormir.

Os benzodiazepínicos podem ser classificados de acordo com o tempo de meia vida, isto é, o tempo que a droga permanece na corrente sanguínea até que a metade dela tenha sido eliminada.

• Longa duração (diazepam, flurazepam)

• Média duração (lorazepam, alprazolam)

• Curta duração (triazolam, flunitrazepam, temazepam)

O Alprazolam

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