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PPRATICAS SEXUAIS DE ADOLESCENTES QUE FAZEM USO DE SUBSTANCIA PSICOATIVA

Por:   •  30/3/2018  •  14.058 Palavras (57 Páginas)  •  323 Visualizações

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e Kalina (2002,p.46)analisam o uso de drogas na adolescência como uma crise em que os jovens se defrontam com o meio social em que vivem e sua história individual. Dessa maneira os jovens acreditam estar dando provas de suas autonomia e auto-suficiência, sendo ele capaz de alcançar seus objetivos, muitas vezes não tão claros.

Pesquisas mostram que dentre outros a própria família oferece risco para uso de drogas pelo adolescente, isso porque faltam investimentos nos vínculos familiares, envolvimento materno insuficiente, práticas disciplinares inconsistentes, dificuldades de estabelecer limites infanto-juvenis e tendência à superproteção; educação autoritária combinada a falta de cuidado e pouca ou nem uma cordialidade nas relações, monitoramento dos responsáveis deficiente, aprovação do uso de drogas lícitas pelos pais, expectativas incertas com relação à idade apropriada do comportamento infantil, conflitos familiares sem desfecho de negociação.

Sendo um período de transformação o adolescente por vezes, se sente inferior incompreendido pela família ou pela sociedade. Isso faz com que alguns jovens sintam desejo de desaparecer do mundo, que para ele parece cruel. Neste sentido, a partir de uma experimentação, o jovem vê nas drogas algo prazeroso capaz de solucionar problemas, eliminar angústias, dando uma sensação de força, potência e realização pessoal.

Contudo, sabemos que esta sensação de poder é ilusória. È uma forma de vencer sua fragilidade no momento que consome. É primordial o afeto, a solidariedade, a tolerância da família para que o adolescente em segurança seja aceito. Para alguns adolescentes, o consumo de drogas surge como uma marca incluída nessa difícil travessia, caracterizando-se como um uso passageiro. Para esses jovens, as drogas permitem o estabelecimento de laços sociais, propiciando ao indivíduo o pertencimento a um grupo.

De acordo com os estudos de Cadeira (1999, p.15),o desafio da transgressão às normas estabelecidas pelo mundo dos adultos, a curiosidade pelo novo e pelo proibido, a pressão de seu grupo para determinados comportamentos, são alguns dos fenômenos típicos da adolescência que podem levar à primeira experiência com as drogas lícitas/ilícitas.

Freitas (2002) analisa o grupo de amigos como um espaço de experimentação, onde todos se entendem e se alto valorizam, por isso este é o lugar de grande importância para o adolescente, é comum que o uso das drogas psicoativas comece como uma forma de participação no grupo.

Para um adolescente, o seu grupo de pares é o lugar onde, através de comportamentos padronizados, ele busca certa segurança e um aumento de sua autoestima. O espírito de grupo lhe da à gratificante sensação de ser alguém. Alguém até certo ponto importante, por que acentua a diferença do tratamento recebido pelo grupo familiar. É um espaço protegido em que os aspectos geradores de angústia são atua dos e respeitados pelos companheiros, pois todos vivem os mesmos conflitos (FREITAS, 2002, p.37-8).

Para Skinner (1998), o comportamento sexual tem como principal função a sobrevivência da espécie, ou seja, é um comportamento biologicamente determinado, controlado pela sociedade e pela cultura, o que não quer dizer que o comportamento sexual do adolescente é controlado por um único conjunto de procedimentos. Pois acompanhado das alterações hormonais, o comportamento sexual pode ser caracterizado como um produto de fatores culturais presentes no ambiente em que vive e que cada vez mais influencia esses adolescentes.

A sexualidade é uma dimensão fundamental de todas as etapas da vida de homens e mulheres, envolvendo praticas e desejos relacionados à satisfação, à afetividade, ao prazer, à saúde, etc. Para os adolescentes se traduz em um universo de descobertas, experimentações e vivência de liberdade, se destaca como um campo de autonomia e praticas próprias da juventude. (Organização das Nações Unidas para a Educação, 2003 apud Ministério da Saúde, 2006).

A gravidez é uma fase da vida de uma mulher que ocorre independentemente de sua idade, pode acontecer a qualquer momento desde que haja condições fisiológicas para que ocorra. Durante muito tempo, no mundo, foi atribuída importância demasiada à fertilidade, evitando-se a esterilidade, pois ter filhos era uma forma de transmitir o nome do casal e ao mesmo tempo prevenir-se da velhice (RAMOS & CECÍLIO, 1998 apud BUENO, 2002).

De acordo com Mioto (2005), alguns estudos mostram que o número de adolescentes no mundo, ultrapassa 1 bilhão. No Brasil, a população de jovens entre 12 e 18 anos de idade é de 42.980,259, o que corresponde a aproximadamente a 25% da população brasileira. Quanto ao numero de gestações, estima-se que no Brasil 20% a 25% de mulheres gestantes sejam adolescentes (MEDEIROS, 2005 apud VIANA, 2006).

A gestação precoce é uma situação presente na realidade brasileira, bem como de caráter universal. Desse modo, configura-se como uma temática de grandes proporções para o cotidiano de nossa sociedade, na medida em que se torna cada vez mais tematizada no âmbito dos chamados "direitos sexuais e reprodutivos" (MIOTO, 2005), já que está inserida no contexto da saúde e, consequentemente está ligada a esfera da cidadania.

De acordo com o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) tem crescido 25% a cada década o índice de gravidez na adolescência. Pode-se considerar que este fenômeno é uma questão social, já que a gestação no período da adolescência vem acompanhada de muitas dificuldades tanto para a mãe, quanto para a criança e consequentemente para a família e sociedade em geral. Geralmente, a gestação precoce está associada à maturidade física da adolescente, juntamente com a sua capacidade reprodutiva precoce, até mesmo por imprudência ou por opção (CALDEIRA et al, 2000).

6 MARCO METODOLÓGICO

6.1 ABORDAGEM

Este estudo será um subprojeto de pesquisa, que tem como objetivo descrever quais são os fatores que favorecem a adolescente o uso de drogas licitas e ilícitas em relação à sexualidade e consequentemente à gravidez precoce.

Hymann (1967) indica pesquisa como descritiva, na qual descreve um fenômeno e registra a maneira que ocorre e, também como experimental, quando há interpretações e avaliações na aplicação de determinados fatores ou simplesmente dos resultados já existentes dos fenômenos.

6.2 DELINEAMENTO DE PESQUISA /TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa é transversal/descritiva, de natureza quantitativa.

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