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FAMÍLIA E USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Por:   •  18/9/2018  •  1.989 Palavras (8 Páginas)  •  243 Visualizações

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A pesquisa será desenvolvida no primeiro semestre de 2014 com famílias atendidas no ano de 2013/2014 no Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas “Santo Onofre”. Tendo como contribuição social para o CAPS AD o aprofundamento do conhecimento da realidade dessas famílias, favorecendo uma intervenção mais eficaz, junto às famílias que buscam na instituição o apoio e auxílio que necessitam para o enfrentamento dessas dificuldades.

Esta pesquisa será viável devido ao fato de ter uma Assistente Social na instituição, pela inserção no local das pesquisadoras, como também a vinculação tanto com a equipe técnica como as famílias dos usuários do CAPS AD.

Vale destacar, que na referida instituição existe um projeto intitulado “Mãos em Ação”, voltado para as famílias, que tem como objetivo o resgate da auto-estima dessas famílias, como também a ofertar um momento de interação e distração entre elas. Nesse projeto são realizadas atividades de artesanatos, coordenado pela Assistente Social.

Dessa forma, o projeto possui uma relevância para o Serviço Social, pois cria meios para o profissional intervir nessa realidade através de ações e projetos que visem reduzir esses efeitos.

REVISÃO DE LITERATURA

A dependência química é um tema que vem sendo discutido na atualidade por atingir uma grande parte da população, entendida como uma doença, na qual afeta os usuários nas áreas física, psíquica e social.

A Organização Mundial de Saúde conceitua dependência química como:

estado psíquico e também geralmente físico, caracterizado por reações de comportamento e outras que sempre incluem uma compulsão pela utilização de modo contínuo ou periódico, a fim de experimentar seus efeitos psíquicos e por vezes evitar o desconforto de sua falta. (OBID, 2006, p. 103)

Nesse sentido, o dependente químico é impulsionado a fazer o uso das substâncias psicoativas, pois as mesmas proporcionam sensações agradáveis, como sensações de prazer, controle da ansiedade, alívio de sensações desconfortáveis, como sensações de medo, de dor, evitando assim o desconforto.

Nessa mesma linha Bertolote define dependência química:

Um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que podem se desenvolver após o uso repetido de uma dada substância. Esses fenômenos incluem de maneira característica um forte desejo de utilizar a droga, o controle prejudicado sobre o seu uso, o uso persistente a despeito das conseqüências prejudiciais, a prioridade ao uso da droga sobre outras atividades e obrigações, um aumento da tolerância e reações físicas de privação quando o uso da droga é interrompido. Faz-se o diagnóstico da síndrome de dependência, de acordo com o CID-10, quando três ou mais dos seis critérios especificados tiverem ocorrido no prazo de um ano. (BERTOLOTE, 2010, p. 109-110)

Para o autor a dependência química se desenvolve a partir do uso repetitivo de alguma substância psicoativa, sendo assim o desejo de usá-la é tão forte, que o usuário acaba perdendo o prazer em outras atividades, em que antes da dependência lhe proporcionava prazer, dando prioridade ao uso da substância. Por esse motivo o usuário tem a necessidade de buscá-la fixamente, sendo que a falta causa a síndrome de abstinência, na qual, na maioria das vezes, o usuário fica ansioso, agitado, imperativo, agressivo, etc.

É importante colocar que a dependência química não atinge exclusivamente a vida do usuário, acaba atingindo todos que fazem parte do meio do usuário, em especial a família, em que a mesma se torna co-dependente, sofrendo diversas dificuldades, pois a convivência com um usuário causa o “adoecimento” em todos que estão ao seu redor, sendo necessário um acompanhamento a esses familiares, como também o apoio e orientação de profissionais capacitados na área, com o objetivo de amenizar os impactos vivenciados pelas famílias e também como orientar a lidarem com um dependente químico.

Porém, cabe ressaltar que os usuários de substâncias psicoativas precisam aprender a mudar o estilo de vida, ou seja, saírem do âmbito que levem a ter uma recaída, o não envolvimento com pessoas de fácil acesso a essas substâncias. Procurar e aceitar o apoio das famílias como também aderirem algum tipo de tratamento.

Simões conceitua família da seguinte maneira:

A família constitui a instância básica, na qual o sentimento de pertencimento e identidade social é desenvolvido e mantido e, também, são transmitidos os valores e condutas pessoais. Apresenta certa pluralidade de relações interpessoais e diversidade culturais, que devem ser reconhecidas e respeitadas, em uma rede de vínculos comunitários, segundo o grupo social em que está inserida. (SIMÕES, 2009, p. 185)

Dessa forma, a família é à base de toda formação do indivíduo, seja de ordem cultural ou emocional, é ela quem transmite desde cedo normas, crenças e valores que irão acompanhar o indivíduo por toda vida, assim, é na família onde se estabelece os vínculos mais fortes e mais importantes.

Porém, cabe destacar que, devido à dependência química, as relações familiares acabam sofrendo alterações em alguns casos, pois, o uso abusivo de substâncias psicoativas por um dos membros, acarreta em diversas consequências, em que, os familiares são afetados de forma psicológica, emocional e financeira tornando-se assim um co-dependente.

Diante dessa convivência familiar, cabe destacar que essas famílias têm a necessidade também de assistência e tratamento para que possam ter condições não só de lidar com a situação, na qual envolve uma série de problemas, mas também auxiliar o usuário na sua recuperação.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são frutos do processo da Reforma Psiquiátrica Brasileira, a qual se deu na década de 70, na busca de mudanças pela superação da reforma asilar, ou seja, buscava a desinstitucionalização dos manicômios, cujo modelo restringia-se a medicação e internação, excluindo os usuários dos vínculos sociais e familiares. A Reforma Psiquiátrica Brasileira estava inserida na crise do modelo de assistência, de um lado o hospital psiquiátrico e do outro os esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos. (O Ministério da Saúde, 2005)

Os CAPS são serviços substitutivos dos manicômios, surgem, segundo Rosa (2003), como serviços intermediários entre o hospital

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