O ENFERMEIRO E A GESTÃO DE CONFLITOS NA ATENÇÃO BÁSICA: Determinantes e tomadas de decisão
Por: Lidieisa • 15/5/2018 • 4.860 Palavras (20 Páginas) • 351 Visualizações
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Esse tema é relevante tendo em vista a sua importância no contexto atual da organização do trabalho, em que a atuação gerencial é cada vez mais determinante no desempenho da equipe de profissionais. A análise das falas dos sujeitos. deste estudo permite compreender em maior profundidade os aspectos referentes à administração de conflitos.
MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, retrospectiva e constituída de artigos científicos acerca da temática administração e gerência de enfermagem nos serviços de saúde (GIL, 2002).
Foram utilizados como descritores os termos: administração, gerência, gestão, perfil do enfermeiro gerente, liderança e tendências e propostas para gerência, os quais foram identificados nos títulos dos artigos.
As pesquisas foram semiestruturadas, possibilitando a obtenção dos dados mediante o tema em estudo. A análise temática foi organizada em três fases cronológicas, sendo a primeira a pré análise onde ocorreu a leitura e organização do material. A segunda contemplou a exploração do material, visando selecionar e classificar os dados essenciais para compreensão do texto. Na terceira etapa realizou-se o tratamento e interpretação dos resultados.
Objetivando colocar o pesquisador em contato direto com algumas publicações e informações a respeito do tema, oferecendo meios para definir, resolver, explorar novas áreas, permitindo novos enfoques ou abordagens, chegando a novas conclusões.
DISCURSÕES
Através da análise das pesquisas, foi possível dividir os artigos em quatro categorias, baseadas nas ideias centrais de cada estudo: O gerenciamento da Unidade Básica de Saúde; A contribuição dos aspectos negativos e positivos nas UBS; A equipe de Enfermagem e as situações de conflitos; e o Processo de negociação como uma possibilidade de enfrentamento dos conflitos.
O gerenciamento da Unidade Básica de Saúde
O gerenciamento é exercido de maneira dinâmica, desenvolvendo atividades junto à comunidade, realizando atendimento primário, deixando com que a população tenha fácil acesso ao sistema. Algo indispensável é que o enfermeiro tenha conhecimento, habilidades e atitudes relacionados às funções gerenciais. Correlacionando ao passado o conhecimento era utilizado como base para o autoconhecimento, o crescimento da moral e o desenvolvimento espiritual, atualmente o conhecimento passa a ser aplicado na prática, transformando-se em recursos, ferramentas, processos e produtos.
E além do conhecimento o gestor deve ter capacidade de tomar decisões e de mudar, exigindo então do trabalhador contemporâneo a aquisição de habilidades específicas, relacionadas com a percepção detalhada do contexto, a visão sistêmica, o pensamento crítico, o uso adequado das informações e a postura ética, integração com a equipe multiprofissional, melhorando assim a condição de saúde do país.
De modo geral pode-se dizer que o enfermeiro para gerenciar conflitos deve saber lidar com as próprias emoções e aceitar que os seres humanos são diferentes, podem pensar diferente, ter objetivos diferentes, valores diferentes e, mesmo assim conviverem de maneira saudável e com qualidade. Assim sendo, cabe ao enfermeiro criar soluções, minimizar as diferenças de percepção entre os envolvidos, gerenciar a diversidade, saber ouvir e saber falar (se expressar) tratar as pessoas com respeito e de modo inteligente, compreendendo que as diferenças podem conduzir a um crescimento pessoal e profissional (MARQUIS; HUSTON, 2010)
Os desafios que o enfermeiro enfrenta na gerência de saúde na UBS , encontram-se em organizar o trabalho de outros profissionais e em assumir de fato o papel de líder no sistema de saúde. O mercado profissional espera que o enfermeiro seja capacitado para lidar com conflitos, problemas, sabendo negociar, argumentar, além de buscar por mudanças, propondo alterações, atuando estrategicamente para aproximar a equipe e o cliente, contribuindo para a qualidade do cuidado, dessa forma espera que o enfermeiro tenha capacidade para gerenciar. (RIBEIRO, 2016)
A atenção básica de saúde compreende uma estratégia para alcançar o aumento da cobertura das ações de saúde na população. Ela é ofertada pelas UBS ou Centros de Saúde, as quais correspondem a porta de entrada do usuário ao sistema, destinadas a um determinado grupo populacional, que mora ou trabalha na área geográfica de sua abrangência.
Gerenciar é a função administrativa da mais alta importância, onde existe a tomada de decisões, os processos de produção e o produto do sistema. Realizando também a coordenação, o controle dos processos e dos rendimentos das partes e avaliação dos produtos finais e resultados, sendo responsável pelo uso efetivo e eficiente dos insumos, de forma a traduzi-los em produtos, levando a organização a atingir os resultados esperados. (SANTOS, 2009).
Os enfermeiros gerentes de UBS estabelecem relação entre o objeto (atendimento de qualidade) e a finalidade do processo de trabalho, ou seja, as ações gerenciais são direcionadas ao atendimento das necessidades de saúde da clientela e a satisfação, visando ações que possibilitem intervenções no processo de trabalho em saúde. Mediante o enfermeiro ser um líder da gestão de pessoas na medida em que, direta e continuamente, interage com a equipe de trabalho.
Em que não só o gestor de enfermagem, mas cada enfermeiro, como líder, também é responsável pela administração do capital humano. Ou seja, as habilidades de liderança e administração são necessárias à mudança de gestão, independentemente da área de atuação. Além de liderar, recrutar, ensinar a equipe de enfermagem, lembrando sempre de comunicar e orientar a direção das ações e a prática da assistência, objetivando o cuidado como o núcleo da competência. O gestor deve além de direcionar os colaboradores de forma a atingir os objetivos, influenciá-los conforme sua maneira de pensar e direcionar as atividades.
A Contribuição dos Aspectos Negativos e Positivos nas Unidades Básicas de Saúde
A relação conflituosa pode gerar sentimentos ambíguos e criar uma situação hostil entre as pessoas, dificultando a comunicação, resultando em desperdício de energia, ambiente improdutivo e tenso. O fluxo de comunicação distorcido, interfere no comportamento das pessoas e leva a tomada de decisão errada e ao não compartilhamento das decisões. Muitas vezes esses aspectos negativos estão relacionados à forma
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