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História da psiquiatria

Por:   •  20/4/2018  •  1.586 Palavras (7 Páginas)  •  320 Visualizações

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Reforma Psiquiatrica no Brasil

A Reforma Psiquiátrica no Brasil deve ser reconhecida como um conjunto de transformações de caráter social, cultural, de prática e saberes. Houve mudanças no cotidiano de instituições e serviços que foram marcados por grandes conflitos e desafios.

As críticas e denúncias de ineficiência da assistência pública que surgiram na segunda metade da década de 1970 feitas por bolsistas que atuavam em hospitais de saúde mental no Rio de Janeiro, tiveram repercussão nacional. A questão divulgada na imprensa foi a violência das instituições psiquiátricas, que ficou conhecido como “Crise da DINSAM” e foi o marco para que surgisse o Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental. Foi o primeiro movimento em saúde com participação popular e tinha como objetivo representar um local para lutarem e debaterem as mudanças propostas do modelo de assistência psiquiátrica. Foram realizados dois eventos em favor dessas mudanças, em 1987: I Conferência Nacional de Saúde Mental e o II Encontro Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental. O movimento então se tornou Movimento de Luta Antimanicomial, que buscava chamar toda a sociedade para discutir sua relação entre os sãos e os transtornados mentalmente, adotando o lema de luta: “Por uma Sociedade sem Manicômios”.

Em 1988, é declarada a nova Constituição da República do Brasil, que “considerou a saúde um direito de todos, sendo dever do Estado assegurar o acesso universal e igualitário às medidas e serviços destinados à promoção, proteção e recuperação de saúde (artigo 196)”. No ano de 2001 foi aprovada a Lei 10.216, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, que tem como principal objetivo apresentar a compatibilidade entre cidadania do doente mental e seu tratamento, relacionando o direito das pessoas com esses transtornos, reforçando a inclusão social e a maior autonomia possível de pacientes e familiares.

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Principais Influencias na História da Saúde Mental

PHILLIPE PINEL (1745-1826)

Sintonizado com os ideais revolucionários franceses de liberdade, igualdade e fraternidade, preconizou o tratamento moral para os alienados e desacorrentou os loucos em Paris. Sua prática médica exercida durante os anos em que chefiou os hospitais em Bicêtre e La Salpêtrière na França, aliada a sua profunda reflexão sobre a alienação mental, concorreram para inaugurar a Escola dos Alienistas Franceses.

Em 1801 publicou o "Tratado médico-filosófico sobre a alienação ou a mania", no qual descreveu uma nova especialidade médica que viria a se chamar Psiquiatria (1847).

SIGMUND FREUD (1856-1939)

Depois de pesquisar técnicas de hipnose e de uma investigação rigorosa dos sonhos, verificou a existência de uma atividade psicológica inconsciente que extrapola a razão e a vontade dos pacientes.

Criou a psicanálise como método de tratamento das neuroses e fez com que o ato de ouvir não possa jamais se afastar da prática cotidiana em saúde mental. Suas idéias popularizaram-se em todo o mundo e se impuseram como marco no campo da saúde mental. Seu afã de penetrar os espaços recônditos do ser o levam à condição de “arqueólogo da psique”.

FRANCO BASAGLIA (1924-1980)

Um dos psiquiatras mais discutidos no mundo, em função dos trabalhos que desenvolvia na Itália, em 1961 deixou a Universidade de Pádova para dirigir o Hospital Psiquiátrico de Gorizia.

Tendo como base a experiência da Comunidade Terapêutica desenvolvida por Maxwell Jones na Escócia, introduziu uma série de transformações naquela instituição e no Hospital Psiquiátrico Regional de Trieste, para onde se transferiu em 1971. Acabou com as medidas institucionais de repressão, criou condições para reuniões entre médicos e pacientes e devolveu ao doente mental a dignidade de cidadão. Seu livro “A Instituição Negada” é considerado uma obra-prima da Psiquiatria contemporânea.

Visitou o Brasil na década de 70, tornando-se uma figura emblemática na questão da luta antimanicomial brasileira.

EMIL KRAEPELIN (1855-1926)

Discípulo de Wilhelm Griesinger (1817-1868), integrou a corrente organicista alemã. Após a descrição acurada de sintomas clínicos, sua evolução e a análise anatomo-patológica, formulou sua doutrina que, expressa no livro “Psychiatrie”, serviu de referência a muitas gerações de especialistas em doenças mentais. Isolou as formas básicas da enfermidade psíquica: psicose maníaco-depressiva e demência precoce; e promoveu a separação entre demência senil e paralisia geral.

Dirigiu durante muitos anos a Clínica de Munique, onde buscou oferecer aos pacientes um ambiente semelhante ao doméstico, que influenciou a formulação da primeira legislação brasileira de assistência às doenças mentais.

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