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As Diversas medidas farmacológicas

Por:   •  10/10/2018  •  8.648 Palavras (35 Páginas)  •  265 Visualizações

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Entre as indicações para o uso da ECT, estão o transtorno depressivo maior, transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia não-crônica, transtorno esquizoafetivo e esquizofreniforme, síndrome neuroléptica maligna, epilepsias, discinesia tardia e doença de Parkinson.

O ECT é indicado quando há a impossibilidade de administração de medicamento e também pode ser aplicada em gestantes, no puerpério e em idosos, pois estão propensos á riscos e são intolerantes aos efeitos colaterais dos fármacos psicotrópicos.

2.3.1 Depressão maior

Na depressão o ECT já é um tratamento com eficácia comprovada, sendo melhor que outras formas de tratamento, como os antidepressivos isolados ou com associação a antipsicóticos. Em casos como esse o ECT poderia ser o tratamento de primeira escolha. De acordo com Prudic (apud PAULA ANTUNES, 2008), seus benefícios são alcançados em todos os tipos de depressão, incluindo a unipolar, bipolar, psicótica e melancólica.

2.3.2 Esquizofrenia

A ECT pode causar uma boa resposta no tratamento da esquizofrenia, podendo ser aplicada isoladamente ou em associação com medicações antipsicóticas. Este resultado é alcançado em condições agudas com sintomas positivos e catatônicos, já em casos delirantes crônicos ou com predomínio de sintomas negativos não costumam ser tão eficazes.

2.3.3 Mania e estados mistos

Em quadros de mania a ECT também é bastante eficaz, sendo a principal forma de tratamento para pacientes maníacos e pacientes na fase depressiva da doença bipolar. A ECT é principalmente utilizada quando o paciente é resistente ao medicamento ou quando há impossibilidade de administrar os medicamentos. Segundo um estudo do Small (aput PAULA ANTUNES, 2008) a ECT foi comparada ao lítio, e após oito semanas paciente que foram submetidos a ECT tiveram uma melhora maior do que os pacientes que receberam lítio.

2.3.4 Catatonia

A ECT vai será indicada nos pacientes catatônicos que não responderem de maneira adequada aos benzodiazepínicos ou pacientes que apresentam a síndrome catatônica letal.

2.3.5 Doença de Parkinson

Na doença de Parkinson a ECT pode ser útil, tendo efeitos positivos em relação aos sintomas motores, aliviando os sintomas, e apresenta melhora nos quadros depressivos e psicóticos decorrentes do uso de medicações antiparkinsonianas.

2.4 Contra-indicações

Rigonatti (aput LOUZÃ, ELKIS E COLS) afirma que não existem contra-indicações absolutas, apenas contra-indicações relativas de acordo com os riscos que a técnica apresenta. Entra as contra-indicações relativas estão as doenças cardíacas (complicação cardiovascular é a principal causa de morte em ECT), doenças cerebrovasculares (devido o aumento da pressão intracraniana), doenças pulmonares graves, doenças hemorrágicas, glaucoma (devido a pressão intra-ocular) e por fim qualquer doença clínica descontrolada que tenha risco anestésico muito alto.

2.5 Efeitos no organismo

2.5.1 Efeitos no sistema nervoso central (SNC)

Acredita-se que a ECT melhora a neurotransmissão deficiente em sistemas cerebrais relevantes, aumentando a neurotransmissão dopaminérgica, serotoninérgica e noradrenérgica. Ela promove uma série de eventos no SNC, causando aumento do fluxo sanguíneo e da pressão intracraniana. Ocorre também o aumento no consumo de oxigênio e de glicose e, finalmente, aumento na permeabilidade da barreira hematencefálica.

A teoria neuroendócrina sugere que a liberação de hormônios hipotalâmicos ou hipofisários induzida pela ECT resulta em efeito antidepressivo. Não conseguiram isolar o hormônio responsável por esse efeito terapêutico. A ECT promove liberação de prolactina, hormônio estimulador da tireóide (TSH), hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) e de endorfinas, além de outras substâncias neuroo-humorais.

A teoria anticonvulsiva propõe que o efeito antidepressivo da ECT está relacionado ao fato de esse tratamento produzir profundo efeito anticonvulsionante no cérebro. . Ao longo das aplicações, há aumento do limiar compulsivo e diminuição da duração das crises.

2.5.2 Efeitos autonômicos

A ECT pode causar alterações cardiovasculares, envolvendo mudanças de descargas simpáticas e parassimpáticas. A estimulação elétrica ativa o sistema nervoso parassimpático resultando na queda da pressão sanguínea e em bradicardia sinusal transitória ou assistolia sinusal. Logo em seguida ocorre a descarga simpática, aumentando significativamente a pressão sanguínea e a freqüência cardíaca.

A taquicardia ictal continua até o sistema nervoso parassimpático ser reativado. Esses eventos são seguidos de uma fase de hiperatividade simpática, após acordar. Quando o paciente torna-se totalmente vígil, a frequência cardíaca e a pressão sanguínea retornam ao nível basal. Em situações que a carga fornecida não é capaz de induzir generalização de crises (crise frusta), ocorrendo apenas a liberação parassimpático inicial, o paciente pode desenvolver bradiarritmias.

2.6 Avaliação pré – ECT

Os indivíduos que recebem indicação para realizar ECT devem ser submetidos a uma avaliação médica e neuropsiquiátrica. A avaliação geral antes do procedimento da ECT reduz os riscos deste método. Essa avaliação prévia deve incluir o exame físico, o exame do estado mental, a história médica pregressa e a revisão de sistemas. A avaliação indica se há necessidade de realizar outros exames subsidiários e que precauções devem ser tomadas. Os principais exames subsidiários são o eletrocardiograma, hemograma completo, raios-X de tórax, tomografia de crânio ou fundoscopia oftálmica, avaliação cardiológica e exames de sódio e potássio séricos.

É importante também revisar o uso de medicações que podem alterar o limiar convulsivo, como os benzodiazepínicos, estabilizadores de humor e anticonvulsivantes, ou medicamentos que podem gerar complicações pós-ECT.

2.7 Técnica

2.7.1 Tipos de estímulo elétrico

Os equipamentos que induzem convulsão, nesse tipo de terapia, utilizam ondas elétricas, geralmente de pulso breve, ou seja, repetidos disparos rápidos de impulsos elétricos.

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