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Musculação para adolescentes

Por:   •  1/6/2018  •  2.395 Palavras (10 Páginas)  •  268 Visualizações

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Durante muito tempo a musculação não foi recomendada para adolescentes, acreditava-se que o levantamento de peso excessivo interferia no crescimento ósseo além de causar lesões ósseas e articulares, atualmente a maioria dos estudos apoia o treinamento com pesos, considerado seguro e bom para os jovens (NIEMAN, 1999).

Sendo assim, o objetivo desse projeto é analisar através da revisão da literatura, os benefícios e as metodologias adequadas do treinamento resistido para adolescentes na faixa etária de 12 a 16 anos e observar os gatilhos motivacionais que levam as pessoas dessa idade a buscar a musculação como forma de exercício físico.

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MUSCULAÇÃO E ADOLESCÊNCIA

A musculação é uma modalidade de treinamento cada vez mais popular nas academias. Este método é fundamentado em exercícios onde resistências externas, ou seja, pesos, aparelho hidráulicos, mecânicos ou de polias são utilizados para criar uma resistência contrária a contração e relaxamento da musculatura estriada esquelética. Tendo como foco o desenvolvimento da capacidade funcional e estética desses músculos envolvidos (KRAEMER, 2001 apud BARROS, 2009). Por vezes a musculação é chamada de treinamento resistido ou treinamento com pesos, devido as ferramentas utilizadas como sobrecarga nos exercícios. Independente da nomenclatura, esta modalidade pode ser um excelente meio para o condicionamento muscular de crianças e adolescentes (RIEWALD, 2005 apud BARROS, 2009).

O primeiro ponto a ser abordado são as transformações fisiológicas e morfológicas ocorridas durante a adolescência, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) adolescência é um período que ocorre entre a fase infantil e a fase adulta definida por uma faixa etária entre 10 e 19 anos (BARROS, 2009), porém, o público alvo deste estudo são de adolescentes entre 12 e 16 anos, pois segundo BARROS (2009) esta fase tem como características diversas transformações corporais, hormonais, comportamentais e fisiologicamente ocorre um desenvolvimento muito grande, principalmente com relação ao amadurecimento das funções reprodutivas, ou seja, o surgimento das características sexuais secundárias “puberdade”. Também neste momento o desenvolvimento corporal avança mais devagar e o jovem começa a adquirir proporções adultas. (GRIFFA; MORENO, 2011)

O segundo ponto a ser destacado é a influência das amizades, devido a formação de grupos e turmas de amigos, o adolescente busca ser aceito e valorizado como membro desses grupos. (BARROS, 2008). A pratica de atividades como esportes, bailes e festas se torna comum, devido a já citada necessidade do adolescente em se socializar. Como forma de ser aceito em determinados grupos o adolescente começa a se preocupar com o seu aspecto físico, criando assim uma confusão no plano afetivo do jovem (GRIFFA; MORENO, 2011). Estudos apontam que grande parte dos jovens que ingressam em academias para praticar musculação, geralmente vão acompanhados de um ou mais amigos, e seu objetivo entre outras coisas é se destacar perante seus outros colegas (BARROS, 2008), essa preocupação com aparência representa a principal motivação para que os adolescentes venham buscar a musculação como atividade física. Esse culto da aparência é baseado na construção de um corpo para ser visto, ou seja, voltado para a estética da presença, consequentemente a musculatura avantajada obtida através da musculação é uma maneira de conseguir tal visibilidade. Os jovens almejam uma aparência alta, esbelta e forte como padrão de beleza. Este padrão normalmente é reforçado desde a infância, onde os pais comparam seus filhos com outras crianças da mesma idade que apresentam um físico mais desenvolvido (IRIART, 2009).

BENEFÍCIOS E IMPACTOS FISIOLÓGICOS

É importante salientar que segundo estudos, o treinamento com pesos para o adolescente trará mais benefícios relacionados com a força muscular, a qual pode ser aumentada de 15% a 30% com a metodologia adequada. Por meio da musculação a melhora em força vem mais rápido do que em hipertrofia muscular, ou seja, a melhora da estética, que no caso seria o foco principal do adolescente. Isso acaba por gerar no indivíduo uma ansiedade característica que pode ter como consequência a busca por outros meios mais rápidos para alcançar a melhora do aspecto físico, que neste caso seriam os esteroides anabolizantes, porém este ponto não é entraremos muito afundo neste assunto (NIEMAN, 2009).

Tendo em vista o que já foi explicitado neste estudo, é necessário ressaltar qual o impacto fisiológico que a musculação em quanto atividade física pode trazer para o adolescente. O exercício físico em geral, incluindo a musculação, induzem a estimulação do eixo GH/IGF1 que são hormônios relacionados ao crescimento, desenvolvimento e maturação do ser humano. O GH, também conhecido como hormônio do crescimento, tem vários efeitos biológicos, durante a infância, adolescência e mesmo na fase adulta contribui no crescimento somático, fornecimento energético e metabolismo de glicídios, proteínas e lipídios. O IGF1 é um polipeptídeo produzido principalmente no fígado e presente na corrente sanguínea, tem relação direta com o crescimento dos ossos, influenciando a espessura óssea, comprimento, densidade e arquitetura do esqueleto, aumentando as proporções corporais durante a infância e adolescência (SILVA et al., 2004).

Além do estímulo hormonal o treinamento com pesos traz também diversos benefícios ao adolescente, como: auxilio na prevenção de cardiopatias, na redução e controle da pressão alta, na melhora das habilidades motoras básicas, na prevenção de possíveis lesões, melhora da flexibilidade e da composição corporal (AAP, 2001; NSCA, 2005). Por outro lado, no que consta como efeitos adversos provenientes do treinamento físico durante a infância e adolescência, independente do esporte escolhido pelo indivíduo (neste caso a musculação) o que resulta em benefícios ou malefícios será a intensidade do treinamento. A alta intensidade pode ocasionar uma modulação metabólica importante, causando inflamação e a supressão do eixo GH/IGF-1, o que pode vir a prejudicar o desenvolvimento do praticante (SILVA et al., 2004).

Baseados nas informações citadas acima alguns profissionais são contra a prescrição do treinamento resistido para adolescentes pré-puberes (até 10 anos), pois além do que foi citado anteriormente, esses profissionais alegam também que o aumento da força é ínfimo devido a quantidade

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