DOENÇAS METABÓLICAS E ATIVIDADE FÍSICA
Por: Sara • 1/2/2018 • 1.883 Palavras (8 Páginas) • 341 Visualizações
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Exercícios aeróbios e exercícios resistidos apresentam benefícios sobre a sensibilidade à insulina, o que sugere que a combinação das duas modalidades de exercícios pode ser aditiva.
EXERCÍCIO E DIABETES DO TIPO 2.
A prática regular de atividade física tem demonstrado diminuir o risco de desenvolver diabetes do tipo 2, tanto em homens como em mulheres, independente da história familiar, do peso e de outros fatores de riscos.
Mudanças do estilo de vida, vindas com a prática da atividade física, alimentação saudável diminuem a incidência de diabetes do tipo 2 em indivíduos com intolerância à glicose; a realização de pelo menos quatro horas semanais de atividade física de intensidade moderada a alta diminui em média 70% a incidência de diabetes do tipo 2, em relação ao estilo de vida sedentário, após quatro anos de seguimento.
A prática de atividade física também tem sido considerada importante no tratamento de indivíduos com diabetes do tipo 2. Programas de exercício físico têm demonstrado ser eficiente no controle glicêmico de diabético, melhorando a sensibilidade à insulina e tolerância à glicose e diminuindo a glicemia sanguínea desses indivíduos.
Geralmente tem sido recomendada a realização de exercícios aeróbios para indivíduos com diabetes do tipo 2. No entanto, recentes estudos têm demonstrado que o exercício resistido também é benéfico no controle glicêmico de diabéticos do tipo 2.
O exercício resistido pode ser benéfico para diabéticos idosos,pois durante o envelhecimento há diminuição da força e massa muscular, a qual afeta o metabolismo energético de maneira indesejável. O aumento da força e massa muscular através do exercício resistido pode reverter esse quadro, melhorando o controle glicêmico desses indivíduos
EXERCÍCIO E HIPERTENSÃO ARTERIAL.
Estudos têm demonstrado efeitos benéficos da prática de atividade física sobre a pressão arterial em indivíduos de todas as idades. O alto nível de atividade física diária está associado a menores níveis de pressão arterial em repouso. A prática regular de exercício físico tem demonstrado prevenir o aumento da pressão arterial associado à idade, mesmo em indivíduos com risco aumentado de desenvolvê-la.
Estudos sobre o efeito do exercício aeróbio sobre a pressão arterial, demonstrou que essa modalidade de exercício reduz, em média, 3,8mmHg e 2,6mmHg a pressão sistólica e diastólica, respectivamente, reduzindo substancialmente o risco de doenças e mortes associadas à hipertensão.
Estudos investigaram o efeito de longo período de treinamento com exercício resistido sobre a pressão sanguínea de repouso e não foram documentados efeitos deletérios, sugerindo que indivíduos hipertensos não devem evitar sua prática, pois ela proporciona grandes benefícios para a qualidade de vida, principalmente de indivíduos idosos.
EXERCÍCIO E DISLIPIDEMIA.
Os efeitos da atividade física sobre o perfil de lipídios e lipoproteínas são bem conhecidos. Indivíduos ativos fisicamente apresentam maiores níveis de HDL colesterol e menores níveis de triglicérides, LDL e VDLL colesterol, comparados a indivíduos sedentários.
Apesar de não existir muitos estudos acerca do efeito do exercício físico sobre o perfil de lipídios e lipoproteínas em indivíduos com síndrome metabólica, considerando as evidências citadas e o fato de que o exercício amplia a habilidade do tecido muscular de consumir ácidos graxos e aumenta a atividade de enzima lípase lipoprotéica no músculo, é provável que o exercício físico seja eficiente em melhorar o perfil de lipídios e lipoproteínas em indivíduos com síndrome metabólica.
PRESCRIÇÃO E PRECAUÇÕES PARA A PRÁTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO.
Na prática ou prescrição de treinamento físico com o objetivo de obter algum efeito fisiológico de treinamento, devem-se levar em consideração quatro princípios básicos: o princípio da sobrecarga, da especificidade, da individualidade e o princípio da reversibilidade.
A realização de pelo menos 30 minutos de atividade física, de intensidade moderada, realizada na maioria dos dias da semana, em que haja um dispêndio total de 700 a 1.000 kcal por semana, tem sido proposta para a manutenção da saúde e prevenção de uma grande variedade de doenças crônicas.
Porém, para tratamentos de certas doenças como a obesidade, por exemplo, essa quantidade de exercício tem demonstrado não ser suficiente. Indivíduos com síndrome metabólica, por apresentarem fatores de risco para doença cardiovascular, obterão maiores benefícios com a prática regular de atividade física se esta for planejada de forma individualizada, com foco na melhora de seu estado de saúde, e considerando fatores de risco e capacidade física para o planejamento do treino.
Um programa de atividade física, focalizada na prevenção e tratamento da síndrome metabólica deve incluir componentes que melhorem o condicionamento cardiorrespiratório, força e resistência muscular.
Tanto o exercício resistido quanto o aeróbio promovem benefícios relacionados à saúde e ao condicionamento físico, incluindo a maioria dos fatores de risco da síndrome metabólica.
A importância da prescrição dos dois estímulos na atividade física ( resistido e aeróbio) se deve a forma diferente de como essas atividades afetam algumas variáveis metabólicas, como a resistência à insulina, a intolerância à glicose e a obesidade.
Em relação aos exercícios aeróbios, tem sido recomendado que eles seja realizados de três a seis vezes por semana, com intensidade de 40 a 85% da FCR ( 40 a 85% do VO2 max, ou 55 a 90% da FCmax) , e a duração de 20 a 60 minutos,.Pelo fato de que maiores intensidades de exercícios estão relacionados com o maior risco cardiovascular e lesão ortopédica e a menor aderência a programas de atividade física, recomenda-se que programas direcionados para indivíduos sedentários e com fatores de rico para doença cardiovascular enfatizem intensidade moderada ( 50 a 70% da FCR) e prolongada duração (30 a 60 minutos).
A recomendação atual para a prática de exercício resistido é de uma série de oito a doze repetições ( 10 a 15 para indivíduos acima de 50/60 anos), intensidade de 50 a 70% da carga máxima, realizadas com 8 a 10 exercícios que trabalhem todos os grandes grupos musculares, duas a três vezes por semana. Porém, esta recomendação visa apenas
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