A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA NO BRASIL
Por: Evandro.2016 • 11/8/2018 • 2.874 Palavras (12 Páginas) • 372 Visualizações
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Desenvolvimento
Para Silva (2008) a ideia que nos primórdios houveram indícios de Pessoas com Deficiências, mas não podendo ser comprovados. No entanto existem algumas hipóteses que foram levantadas acerca de vida destas pessoas, resultado de registros em cavernas descobertas por arqueólogos.
Esses arqueólogos encontraram dedos amputados, que podem ser notados nos desenhos das cavernas habitadas, uma incrível calosidade óssea com grande desvio da linha do fêmur e evidente encurtamento da perna (SILVA, 1986 apud SILVA et al, 2008) Isto evidencia a existência na Pré-História de pessoas deficientes que sobreviveram por muitos anos.
Os profissionais de educação física começam a se preocupar com a atividade física e o esporte para pessoas com necessidades especiais apenas por volta do final dos anos 50. O enfoque principal eram os programas denominados “ginastica medico-curativa” e tinham a finalidade de prevenir ou curar doenças, utilizando para tanto exercícios corretivos, de prevenção e relacionados a reabilitação (FERREIRA, 2011).
No Brasil, o desenvolvimento do esporte para pessoas portadoras de deficiência física data de 1958 com a fundação do Clube dos Paraplégicos em São Paulo e do Clube do Otimismo no Rio de Janeiro. A educação física começa a se preocupar com atividade física para essas pessoas apenas, aproximadamente, no final dos anos de 1950, e o enfoque inicial para a prática dessas atividades foi o médico. Os programas eram denominados ginástica médica e tinham a finalidade de prevenir doenças, utilizando para tanto exercícios corretivos e de prevenção. A maioria dos historiadores e arqueólogos concorda que os chineses, em aproximadamente 2500 a.C., foram os primeiros a criar esses tipos de programas (PEDRINELLI, 1994; ADAMS, 1985).
Partindo do pressuposto de que a educação física adaptada deve beneficiar alunos regulares e de educação especial, que têm problemas psicomotores, que afetam seu desempenho, sua avaliação não deve basear-se na deficiência em si, mas, sim, na performance psicomotora. Estudantes possuidores de pouco domínio psicomotor, geralmente têm baixa autoestima em relação aos seus corpos e capacidades de movimento. Estes sentimentos de inadequação podem englobar-se em suas relações sociais e afetar seu sucesso nos esportes e jogos. Eles se sentem impotentes em seu jeito de ser e/ou o ambiente. Isso pode levá-los a evitar a atividade física. Grande parte da educação física adaptada objetiva, especificamente, melhorar o modo como as pessoas se sentem em relação a si mesmas (WINNICK, 2004).
No âmbito da escola a inclusão é um “ paradigma educacional fundamentado na concepção dos direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis...” (MEC/SEESP,p.1). A educação inclusiva percebe a diversidade, não somente aceitando e acolhendo, mas sim valorizando as diferenças.
Sendo assim, na escola,
Pressupõe, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos, indiscrimidamente (CARVALHO, 1998, p.170).
Destarte, o propósito da atividade física adaptada é, o mesmo de a atividade regular alterar os comportamentos psicomotores e, portanto, facilitar a auto realização, daí a sua importância. Através dessa atividade, é possível fazer com que alunos portadores de deficiência se tornem excelentes atletas e possam participar com sucesso da educação física regular. Além disso, o sistema de liberação da atividade física preocupa-se com os mesmos serviços do currículo regular, com exceção de defender e coordenar os recursos que são adicionais em suas responsabilidades. O aconselhamento é um componente mais importante no ensino de pessoas com problemas psicomotores do que na educação física regular (WINNICK, 2004).
A Educação Física esbarra em históricas dificuldades, onde são selecionados os mais aptos e os melhores para sua prática, sendo que os demais alunos, aqueles considerados anormais ficam de fora. Dessa forma o surgimento da Educação Física Adaptada vem contribuindo para minimizar esta visão da disciplina, fazendo com que as escolas repensem sobre as necessidades dos alunos com deficiência. Conforme Pedrinelli (1994) apud Costa e Sousa (2004).
Para os autores, o professor de educação física hoje precisa ter planejamento que vise atender às necessidades de seus alunos, combinando procedimentos para romper as barreiras da aprendizagem; é preciso que o professor seja criativo, adaptando as aulas de acordo com nível de deficiência do seu aluno.
As definições de autores como Rosadas (1984) e Araújo (1998), respectivamente, em educação física especial e adaptada apontam basicamente que as diferenças recaem sobre a composição dos grupos (só pessoas em condição de deficiência ou grupo misto) como também o planejamento de atividades (elaboradas em função da possibilidade de participação do aluno em grupos específicos ou não). Nota-se, portanto nessa definição uma nova categoria; pessoas com necessidades especiais.
A ideia da educação física adaptada é a de incluir o aluno com necessidades especiais nas atividades físicas promovidas pelas escolas do sistema regular de ensino, pois, muitas vezes, esses alunos são dispensados devido a sua condição. A atividade motora adaptada é um dos meios que proporciona ao aluno com necessidades especiais condições de aumentar o repertório de movimentos. É através das atividades físicas que o indivíduo portador de deficiência pode estabelecer um novo conceito de corpo, passando a detectar e desenvolver os potenciais remanescentes, direcionando o pensamento, os motivos e o comportamento diante da sua condição. Por mais acentuada que seja sua limitação motora, pode-se conseguir com a educação física adaptada uma parcial ou completa adaptação à sua limitação e às solicitações do ambiente, em várias situações. Isto se torna possível porque o indivíduo redimensiona o significado do movimento dos membros remanescentes e, de alguma forma, elabora um vocabulário corporal próprio (MENEZES, 2012).
A formação dos professores de Educação Física para lidar com alunos com deficiência é de extrema importância, mas não basta somente uma boa formação inicial, e sim mudanças em toda a esfera educacional, pois nem todas as escolas estão prontas para acolher o aluno com deficiência. Todos estes problemas, sejam na formação dos profissionais ou no ambiente educacional, vêm
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