Trabalho Apresentado em Outubro como Requisito Para a Matéria de Virologia
Por: Lidieisa • 24/4/2018 • 1.435 Palavras (6 Páginas) • 446 Visualizações
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Biossíntese:
O primeiro passo no processo de infecção viral é a ligação a um receptor na superfície celular. Os vírus penetram na célula hospedeira através de endocitose após a ligação a um receptor na superfície celular, essa etapa é mediada pela proteína do envelope E; segue-se a fusão do vírus, e uma vez dentro da vesícula endocítica, ocorre uma redução de pH ((NUNES, 2011).
O genoma do vírus atua como RNAm e utiliza fatores da célula hospedeira para traduzir a poliproteína viral. Após o inicio da tradução do genoma viral ocorre a troca para a síntese de um genoma de sentido negativo (3’-5’), servindo de molde para a síntese de múltiplas cópias do RNA viral de sentido positivo (5’-3’) (NUNES, 2011).
Ciclos sucessivos de tradução produzem múltiplas cópias das três proteínas estruturais e das sete não estruturais, as quais juntamente com o RNA viral irão participar da formação, maturação e secreção da partícula viral que ocorre no complexo de Golgi. A liberação das partículas virais maduras completas ou subvirais ocorre por exocitose (NUNES, 2011).
Patogênese:
A replicação viral estimula os monócitos e linfócitos a produzirem citocinas. Do quinto ao sexto dia, ocorre a produção de anticorpos IgM antidengue, estes são capazes de neutralizar o vírus, o que marca o declínio da viremia. A partir do sétimo ao décimo dia, surgem os anticorpos IgG antidengue, sobem muito na convalescença e voltam a cair, permanecem baixos por toda vida conferindo imunidade sorotipo específica. Em caso de infecção secundária, a produção de IgG começa mais cedo e atinge níveis mais elevados, devido aos linfócitos de memoria (DIAS, 2010).
Epidemiologia
Vários fatores influenciam a disseminação da doença e entre as principais estão: as alterações climáticas (aumento do aquecimento global), expansão da densidade populacional, exportações de mercadorias contendo ovos, bem como a facilidade em realizar viagens para países endêmicos. A doença está disseminada em todas as regiões tropicais e subtropicais do planeta, com uma crescente incidência nas regiões da Ásia, África e Américas Central e do Sul, constituindo um sério problema de saúde pública a nível mundial (NUNES, 2011).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nos últimos 50 anos, a incidência de casos de dengue aumentou 30 vezes, principalmente devido à expansão geográfica para novos países. Atualmente, estima-se que ocorram anualmente 50 milhões de infecções e que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas vivam em risco de contrair a doença nos países endêmicos (NUNES, 2011).
Sintomatologia
A infecção por qualquer um dos quatro sorotipos pode condicionar a dengue clássica ou hemorrágica (SECRETÁRIA DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE).
O dengue clássico (DC) é a forma mais comum, com inicio súbito de febre elevada, mialgias, cefaleia, náuseas, vômitos, anorexia, prostração, dor nos olhos, podem surgir erupções na pele e duram de cinco a sete dias, porém no período de convalescença, pode ser acompanhado de grande debilidade física e prolongar por semanas (SECRETÁRIA DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE).
Na dengue hemorrágica, os sintomas iniciais são semelhantes ao DC com agravamento dos sintomas entre o terceiro ou quarto dia de evolução com aparecimento das manifestações hemorrágicas (SECRETÁRIA DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE).
Diagnóstico
Conforme determinação da vigilância epidemiológica, deve ser considerado como caso suspeito de dengue clássica todo paciente que apresente febre com duração máxima de sete dias acompanhada de um ou mais sintomas. Os testes sorológicos identificam na amostra do soro examina a presença de anticorpos contra o vírus da dengue, sendo realizados a partir do sexto dia quando os anticorpos começam a surgir. As técnicas disponíveis são: inibição da hemaglutinação, fixação do complemento, teste de neutralização e ensaio imunoenzimatico. O exame mais empregado é o MAC-ELISA, que detecta anticorpos IgM específicos contra a dengue (NUNES, 2011).
Para detecção viral realiza-se o isolamento do vírus, imunohistoquimica e reação da cadeia em polimerase. A imonohistoquimica pode ser utilizada para detecção de antígenos virais no fígado, baço, pulmões e linfonodos A RT-PCR é o único método que pode detectar o vírus dentro de tempo clinicamente significativo (um a dois dias) (DIAS, 2010).
Tratamento
As recomendações baseiam-se em estimular a ingestão oral de líquidos para hidratação oral, como água, ou sumos de fruta e efetuar o uso de paracetamol como antipirético. Os salicilatos não devem ser administrados, pois podem causar sangramentos e os anti-inflamatórios não esteroides (ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida) e fármacos com potencial hemorrágico devem ser evitados, pois aumentam o risco de evolução para formas graves da doença (NUNES, 2011).
A vacina está em estudo.
Notificação
Por ser uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito e/ou confirmado, deve ser comunicado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, o mais rapidamente possível. Esse serviço deverá informar, imediatamente, o fato à equipe de controle vetorial local para a adoção das medidas necessárias ao combate do vetor (SECRETÁRIA DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE).
Bibliografia
NUNES, Juliana da Silva. Dengue: etiologia, patogênese e suas implicações a nível global. 2011.59 folhas. Dissertação (Mestrado) – Universidade da Beira Interior, Covilhã, defesa em 2011.
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Dengue: CID 10: A90. Guia de Vigilância Epidemiológica. Caderno 9. Mato
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