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QUESTIONAMENTOS E ESCLARECIMENTOS SOBRE O QUE OS PAIS PRECISAM SABER SOBRE O TRASNTORNO DO ESPECTRO AUTISMO

Por:   •  18/9/2018  •  3.604 Palavras (15 Páginas)  •  356 Visualizações

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Vários estudos têm chamado atenção para a importância do trabalho com os pais de crianças com Perturbações do Espectro do Autismo. O presente trabalho é parte de uma pesquisa que pretende discutir e ressaltar sobre o relacionamento afetivo entre autista e família, sendo esta o principal pilar que possui um papel decisivo no seu desenvolvimento. Partindo dessa ótica, fez-se necessário que este trabalho abordasse a dinâmica familiar de uma pessoa com Autismo, bem como, a expressiva participação dos pais nesse processo de conquistas de seus direitos, dificuldades e dores e, sobretudo; o que eles precisam saber sobre o assunto, e como diagnosticar uma criança autista.

As famílias de crianças diagnosticadas com o autismo veem-se frente a um desafio: adaptar-se à realidade do filho e ajustar seus planos e expectativas às possibilidades e condições apresentadas pela criança.

Cada pessoa com autismo apresentará um ritmo distinto de aprendizagem em cada área do desenvolvimento (linguagem, socialização e aprendizagem), podendo demonstrar atrasos na aquisição em uma ou mais competências. Portanto, a necessidade dos pais em se adaptar a esta condição, permite que eles dediquem-se a prestação de cuidados sobre as necessidades específicas da pessoa com o (TEA – Transtorno do Espectro Autismo).

As dificuldades das crianças com algum transtorno do desenvolvimento podem ser consideradas como um estressor apenas em potencial, podendo esses pais sofrer ou não efeitos de um estresse real. O impacto das dificuldades próprias da síndrome sobre os pais vai depender de uma complexa interação entre a severidade das características próprias da criança e a personalidade dos pais, bem como a disponibilidade de recursos comunitários.

( Schimidt e Bosa ,2003):

Sprovieri e Assumpção (2001, p. 231), relatam que “o autismo leva o contexto familiar a interromper suas atividades sociais normais, transformando o clima emocional no qual vive”. A família se une à disfunção da criança, sendo que tal fator é determinante no início da adaptação familiar.

Os familiares de indivíduos autistas são de grande importância para promover o desenvolvimento da comunicação, da interação social e do afeto, pois é o núcleo familiar que pode, juntamente com os profissionais capacitados, estimular e interagir de maneira adequada, tanto em casa como na escola, para que o indivíduo tenha bons resultados no seu desenvolvimento. Sendo assim, a família deve trabalhar junto ao filho autista em parceria com os educadores, focando-se no desenvolvimento adequado da criança.

Os principais objetivos que norteiam esse trabalho é contribuir para o conhecimento dos pais, apontar através de pesquisas quantitativas, o nível de conhecimento que eles possuem sobre a doença e passar algumas informações que podem ser ainda desconhecidas sobre essa patologia.

Esses objetivos citados serão o ponto de apoio deste trabalho.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Para o referencial teórico do estudo contou-se com a contribuição de alguns pesquisadores que vêm desenvolvendo estudos pertinentes ao mesmo tema, como Camargo (2007), Ferreira & Guimarães (2003), Giardinetto (2009), Gomes (2007), Lago (2007), Cunha (2012), Lopes-Herrera (2004), Mantoan (2006), Martins (2007), Serra (2004), Suplino (2007), Lotter, (1966), Baron e Conhen (1990), Santos; Souza, (1999), Moreira (2005), Rotta (2007).

Como referencial metodológico, a pesquisa se embasou nos estudos de Hans Asperger ( 1944 ) e Leo Kanner (1966) que descrevem o tipo de pesquisa escolhido e adotado no estudo.

O Transtorno do Espectro Autista teve sua descoberta há pouco tempo na história das psicopatologias do desenvolvimento.

O Autismo Infantil foi definido por Kanner(1), em 1943, sendo inicialmente denominado Distúrbio Autístico do Contato Afetivo, como uma condição com características comportamentais bastante específicas, tais como: perturbações das relações afetivas com o meio, solidão autística extrema, inabilidade no uso da linguagem para comunicação, presença de boas potencialidades cognitivas, aspecto físico aparentemente, normal, comportamentos ritualísticos, início precoce e incidência predominante no sexo masculino. Em 1944, Asperger (2) propôs em seu estudo a definição de um distúrbio que ele denominou Psicopatia Autística, manifestada por transtorno severo na interação social, uso pedante da fala, desajeitamento motor e incidência apenas no sexo masculino. O autor utilizou a descrição de alguns casos clínicos, caracterizando a história familiar, aspectos físicos e comportamentais, desempenho nos testes de inteligência, além de enfatizar a preocupação com a abordagem educacional destes indivíduos.

Ambos os trabalhos tiveram impacto na literatura mundial; no entanto, em momentos distintos.

As descrições de Kanner (1) foram rapidamente absorvidas pela comunidade científica. A abordagem etiológica do Autismo Infantil, proposta pelo autor, salientava a existência de uma distorção do modelo familiar, que ocasionaria alterações no desenvolvimento psico-afetivo da criança, decorrente do caráter altamente intelectual dos pais destas crianças. Apesar desta proposição, o autor não deixou de assinalar que algum fator biológico, existente na criança, poderia estar envolvido, uma vez que as alterações comportamentais eram verificadas precocemente, o que dificultaria a aceitação puramente relacional.

Esses referenciais para a hipótese etiológica foram, de certo modo, precursores de duas abordagens teóricas distintas para o estudo do Autismo Infantil, ainda hoje motivo de controvérsias.

A teoria afetiva propõe uma etiologia puramente relacional e, embora faça a distinção entre a síndrome descrita por Kanner e sua abordagem clínica, considera que o autismo é mais um sintoma do quadro clínico de Psicose Infantil e menos uma entidade nosológica em si(3-5).

Ainda hoje, a teoria afetiva é preconizada e difundida na literatura psicanalítica, embora alguns autores tenham revisto seus referenciais teóricos, a respeito da etiologia, como é o caso de uma das precursoras (5) desta teoria, que revisou os próprios conceitos teóricos acerca da definição de autismo. Segundo a autora, à luz das descobertas produzidas pela observação dos comportamentos dos bebês, não seria mais possível postular uma fase de autismo primário infantil, uma vez que, são observadas, desde muito cedo, reações do neonato ao meio.

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