O processo saúde doença
Por: Evandro.2016 • 9/11/2018 • 1.455 Palavras (6 Páginas) • 288 Visualizações
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No processo de tratamento de doenças e construção de bem estar é necessária uma equipe multidisciplinar que avalie e trabalhe os vários aspectos que compõem a complexidade de um ser. Basicamente em todo o tratamento existem três personagens: o adoentado, o médico e a doença com suas múltiplas causas. O médico ao combater a doença necessita ao seu lado a participação do adoentado, assim são dois contra um – médico e medicado X doença. Se caso o sujeito acometido pela doença estiver ao lado da doença – medicado e doença X médico – a equação fica mais difícil de ser solucionada, pois quem está adoentado incorpora a doença a si e a medicina, por mais adiantada que esteja, luta uma luta desigual.
A medicina já se deu conta de que é necessário “preparar e limpar o terreno antes de plantar” para que possa colher bons resultados. Ensinar a promoção da saúde é mais difícil que estimular e desenvolver uma educação em saúde já consolidada e, para isso é preciso esclarecer e tratar o sujeito como autor, ator e portador da cultura e considerar as abordagens em suas complexidades.
Resumo da “Carta de Ottawa”
Objetivando orientações para a promoção da saúde para todos a “Carta de Ottawa” é uma resposta a demanda por diretrizes que sejam capazes de atender as necessidades atuais em países industrializados e em todas as outras regiões emergentes do planeta.
Baseando-se em trabalhos desenvolvidos anteriormente, neste sentido, por organizações mundiais a carta de Ottawa contempla a promoção da saúde como processo de construção de mentalidade que propicie ao indivíduo a autoadministração do bem estar. Para tanto é necessário que os indivíduos e grupos estejam em prontidão para identificar e atuar em variáveis que determinam a promoção e consolidação do bem estar em saúde, entendendo este conceito como um meio e não como um fim.
A saúde é composta por diversos elementos em um cenário complexo que exige a participação de todos e não somente é uma responsabilidade das autoridades do setor.
Fatores como: a paz, abrigo, educação, alimentação, recursos econômicos, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e igualdade são fundamentais para a aquisição e manutenção da saúde de um povo, uma região. Em um processo de retroalimentação estes fatores e a saúde se desenvolvem e se completam, sendo uns o reflexo de outros e, portanto a igualdade neste processo é fundamental.
Todos os órgãos, nas mais diferentes esferas, devem trabalhar juntos, considerando as diferenças e peculiaridades de cada povo e/ou região, para em sinergia garantir a saúde e o bem estar.
Possibilitando a assistência e não somente o assistencialismo, os detentores do poder devem “ensinar a pescar e não somente dar o peixe”.
Ações que visam identificar os obstáculos e desafios a serem ultrapassados devem ser desenvolvidas, não só em setores ligados à saúde, para que os esforços sejam empregados em sentido e direção corretos objetivando sustentabilidade do processo.
Uma abordagem sócio-ecológica da saúde é fundamental, em função da multiplicidade dos fatores que inter-relacionam-se desde o ambiente até a saúde de uma comunidade.
Conscientização de que a responsabilidade pela saúde é de todos e de cada um é um dos marcos centrais do programa que destina-se a atingir a todos os atores envolvidos.
A estrutura de trabalho e as maneiras como tais atividades são desenvolvidas afetam diretamente a saúde do trabalhador, sendo necessário rever os conceitos atuais principalmente em relação aos novos tempos, novas necessidades de mercado e novas tecnologias. O trabalho é essencial para garantir a sobrevivência nestes novos tempos, porém é evidente que se deve “trabalhar para viver e não viver para trabalhar”.
Os ambientes destinados ao trabalho e as transformações da natureza provocadas pela ação do trabalho devem ser monitoradas e avaliadas constantemente e os resultados destas avaliações é que vão nortear as novas ações que devem objetivar o menor impacto e o maior proveito por parte da humanidade.
Todas as comunidades humanas, com suas características e necessidades diferenciadas devem ser ativas no processo de promoção a saúde e bem estar, e para isso o acesso a informação e educação é básico e insubstituível, não se pode delegar a outros o próprio destino.
Os frutos gerados por esta conferência foram amplos e direcionados a todo o planeta, pois considerando a interdependência e a interconectividade de todos ficou evidente que todos tem obrigação de ajudar a todos.
As autoridades comprometeram-se a assegurar a saúde e o bem estar de toda a humanidade, respeitando as diferenças e promovendo ações diferenciadas de acordo com cada realidade.
A realidade que vivemos hoje é um reflexo de ações, ou falta dessas, ocorridas no passado e se queremos e necessitamos de um futuro promissor e saudável precisamos agora definir e trabalhar em prol desses alcances.
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