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Fórum das Águas - Bacia do Rio Doce

Por:   •  12/3/2018  •  5.831 Palavras (24 Páginas)  •  419 Visualizações

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Na região norte do estado, o nível de desflorestamento e degradação dos corpos d’água decretaram a crescente e preocupante desertificação.

Na região centro-serrana, o desmatamento reduziu a cobertura vegetal motiva, a menos de 3% (como é o caso de São Roque do Canaã, Itarama, Itaguaçú entre outras). O uso excessivo de pastagens extensivas e cultivos de café em áreas íngremes causa o assoreamento da maioria dos mananciais. No sul, a mineração vem se mostrando uma milionária fonte de renda, batendo recordes de exportação e também de envenenamento e assoreamento dos rios e córregos.

Em 2004, o plano de gestão das águas no estado já mostrava resultados significantes, como as regiões já divididas em bacias, sub-bacias e micro-bacias hidrográficas; comitês de bacia de rios importantes como o Rio Doce (Anexo 1) e Itaúnas foram formados e fomentaram a criação de outros de sub-bacia como é o caso do Rio Santa Maria do Rio Doce.

O presente trabalho dará enfoque à sub-bacia do Rio Santa Maria do Rio Doce, às causas e conseqüências da degradação ambiental. Para este estudo, será utilizada a história e a atual economia da região e seus problemas.

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2- Justificativa

Objetivando atender a preocupação mundial com a qualidade de vida e respeito com o meio ambiente (7ª Meta do Milênio) e com os recursos hídricos, em busca de ações que possam reverter o atual quadro de degradação dos rios brasileiros, o presente trabalho propõe uma análise da sub-bacia do Rio Santa Maria do Rio Doce, onde será apontado causas e conseqüências dos problemas enfrentados. Para este estudo, será utilizada a história e a economia da região e possíveis ações já realizadas.

Por sua disposição geográfica muito acidental com altitudes variando entre 60 e 1000 m, somando a um crescimento demográfico acelerado, e à ocupação agrícola desordenada, baseada na monocultura do café e posteriormente à introdução de cana-de-açúcar, pecuária extensiva mais o advento das serrarias e olarias, trouxe como conseqüência para a região em pouco mais de um século de ocupação, a quase extinção das florestas nativas, o desaparecimento de várias nascentes, assoreamento e poluição dos demais rios e córregos e um gradativo processo de desertificação.

Frente a este histórico degradador, a sustentabilidade na sub-bacia do Rio Santa Maria do Rio Doce encontra-se ameaçada. A escassez de água é presente em toda sua extensão, seja por quantidade ou por qualidade. Em algumas regiões, a capacidade de infiltração de água no solo é quase nula devido à ausência de cobertura vegetal e a conseqüente compactação do mesmo.

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3- Localização Geográfica

O Rio Santa Maria do Rio Doce nasce em terras terenses, na divisa com os municípios de Santa Maria de Jetibá e Itarana, em um local denominado Serra do Gelo, a 1000 m de altitude sob as coordenadas X=313709 (UTM) e Y=7789774 (UTM). Perfaz um percurso de 85 km até desaguar no Rio Doce no município de Colatina, sob as coordenadas X=328224 (UTM) e Y=7814598 (UTM), a uma altitude de 40 m acima do nível do mar.

Sua bacia possui área de 995,30 km2, abrangendo os municípios de Santa Teresa, São Roque do Canaã e Colatina (anexo 2), tendo como principais afluentes em sua margem direita o Córrego Serra dos Pregos, Córrego Caldeirão, Rio Cinco de Novembro, Rio 25 de Julho e Rio Mutum, e pela margem esquerda o Córrego do Gelo, Córrego da Onça, Rio Perdido, Rio Santa Júlia e Córrego Senador.

Afloramentos rochosos e sua típica vegetação completam o diversificado ambiente da Bacia do Rio Santa Maria do Rio Doce. Como exemplo, podemos citar as pedras da Onça, Alegre e Paulista, dentre outras.

Infelizmente a maior parte da vegetação original da região deu lugar às lavouras e pastagens. A mata ciliar praticamente não existe. Os blocos de vegetação que ainda persistem encontram-se em topos de morros, principalmente em Santa Teresa.

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4- Aspectos físicos e sócio-econômicos

A área da Bacia do Rio Santa Maria do Rio Doce apresenta grande variedade ambiental, no que tange à relevo, tipo de solo,clima e vegetação. Segundo mapa de áreas naturais para o Espírito Santo (Feitosa, 1999), a bacia do Rio Santa Maria do Rio Doce engloba três unidades naturais distribuídas nos municípios integrantes da Bacia.

4.1- Solo

Os tipos de solos encontrados na Bacia são principalmente: o latossolo vermelho-amarelo álico distrófico na região serrana, e o latossolo vermelho-amarelo álico nas regiões de baixa altitude.

4.2- Composição Florística e Faunística

A cobertura vegetal primária na Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria do Rio Doce encontra-se de maneira geral restrita à remanescentes localizados nas encostas e alto de morros, em regiões de difícil acesso e poucos agricultáveis. Neste sentido merecem destaque a região de Santa Teresa, incluindo parte da Reserva Biológica Augusto Rushi e a Área de Preservação Permanente São Lourenço, por abrigarem nascentes de alguns dos principais afluentes do Rio Santa Maria do Rio Doce. As tipologias vegetais presentes na Bacia são a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Estacional Semidecidual com suas diferentes feições, como a vegetação rupestre dos afloramentos rochosos, os alagados e outras.

A vegetação na Bacia está representada por variações da Mata Atlântica: a Floresta Ombrófila Densa, nas regiões com maior precipitação, por exemplo a parte alta de Santa Teresa, e a Floresta Estacional Semidecidual, onde as chuvas são mais escassas (praticamente toda a região da Bacia) (Veloso, 1991).

A floresta ciliar, bem como a maior parte da vegetação primária da Bacia foi substituída por pastagens, culturas agrícolas (café, cana-de-açúcar, hortaliças, fruticultura) e silvicultura, com destaque para o eucalipto.

Um grande trecho da Bacia encontra-se em sua maior parte alterada, pela substituição da mata ciliar por culturas de hortaliças e pastagens. Em vários trechos as margens estão tomadas por espécies exóticas como a braquiária, ocorrendo indivíduos arbóreos esparsos

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