Avaliação de Erosão Hídrica em Florestas de Eucaliptos
Por: Jose.Nascimento • 17/12/2018 • 5.620 Palavras (23 Páginas) • 319 Visualizações
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O objetivo desse trabalho foi quantificar atributos químicos do solo e da água da enxurrada e as perdas de solo e água por erosão hídrica em função de métodos de plantio de Eucalyptus benthamii, durante o terceiro e quarto ano de desenvolvimento da cultura.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado na região do Planalto Serrano Catarinense, entre março de 2012 e fevereiro de 2014, em um Cambissolo Háplico Alítico (Embrapa, 2006). Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é Cfb e a precipitação pluviométrica anual é de 1.533 mm, considerada bem distribuída (Schick et al. 2014b). A declividade do terreno é 14,8% na média das parcelas. As coordenadas do local são W 50º05’14” e S 27º33’33” e a altitude 841 m. As principais características químicas e a textura do solo no local do experimento foram determinadas em amostras coletadas nas camadas 0-20 e 20-40 cm, tabela1.
Tabela 1 Características químicas e teores de argila (Ar), areia grossa (Ag), areia fina (Af) e silte (Si) do solo da áreaexperimental.
Table 1 Chemical characteristics and clay contents (Air), thick sand (Ag), fine sand (Af) and silt (Si) at the experimental site soil.
Camada do solo
Características químicas
Textura
pH
P
K
MO
Al
Ca
Mg
Al+H
Ar
Ag
Af
Si
..mg dm-³..
%
.....cmolc dm-³......
...........g kg-1...........
0-20
3,8
3,2
31
4,7
7,6
1,1
0,8
49,0
340
189
234
237
20-40
4,0
3,9
21,1
3,7
7,1
1,0
0,7
46,3
345
246
184
225
A área experimental, segundo Magro (2012), tinha dois cultivos comerciais de Pinus taeda entre os anos de 1962 e 2009. Em 2009 fez-se a colheita do segundo cultivo, mantendo-se parte dos restos de galhos e acículas no solo. Sobre essa condição, aplicou-se 1 t ha-1 de calcário dolomítico com o objetivo de aumentar os teores de cálcio e magnésio no solo, o qual foi incorporado com uma aração e duas gradagens e, em 2010, plantou-se o Eucalyptus benthamii para fins experimentais. O plantio foi realizado sobre três formas de preparo mínimo do solo, constituindo-se em tratamentos distribuídos em blocos ao acaso, cada um com três repetições totalizando nove parcelas, a seguir descritos: T1) preparo do solo com subsolagem paralela ao declive; os sulcos foram abertos com subsolador no sentido paralelo ao declive do terreno, distanciados 2,5 m um dos outros, totalizando cinco sulcos por parcela e as mudas foram distanciadas 2,5 m uma das outras, totalizando 45 plantas por parcela; T2) preparo do solo com subsolagem transversal ao declive; os sulcos foram abertos com subsolador no sentido transversal ao declive do terreno, distanciados 2,5 m um dos outros, totalizando nove sulcos por parcela e as mudas foram distanciadas 2,5 m uma das outras, totalizando 45 plantas por parcela; T3) preparo do solo por coveamento manual; as covas foram abertas a distância de 2,5 m x 2,5 m, totalizando 45 plantas por parcela.
Conforme consta em Magro (2012), o plantio foi realizado em janeiro de 2010, tendo sido aplicada a seguinte adubação: na base, 0,15 kg do adubo N-P2O5-K2O (06-30-06) em cada muda, dividida e aplicada em duas covetas laterais com 0,075 kg cada uma. As covetas foram abertas a 10 cm de distância da muda, em lados opostos, ficando o adubo em uma coluna com profundidade entre 3 e 11 cm abaixo da superfície do solo. A primeira adubação de cobertura foi realizada em abril de 2010, com 0,2 kg do adubo N-P2O5-K2O (10-05-20) em cada muda, distribuída na superfície do solo na projeção da copa e sem incorporação. A segunda adubação de cobertura foi realizada em outubro do mesmo ano, idêntica à primeira em quantidade, formulação e forma de aplicação. Assim, no primeiro ano de cultivo foram adicionados, no total, 78,4 kg ha-1 de N, 104 kg ha-1 de P2O5 e 142 kg ha-1 de K2O.
Imediatamente após a correção, adubação e plantio, em 2009 instalaram-se as unidades experimentais, dispostas lado a lado, com dimensões de 12 m x 24 m (288 m2), com o maior comprimento no sentido do declive (Magro, 2012). Para a delimitação do contorno, foram utilizadas chapas galvanizadas de 40 cm de altura, cravadas 20 cm no solo. Na base inferior das parcelas foram utilizadas chapas de 60 cm de altura, cravadas 40 cm no solo, arranjadas em forma de “V” para coletar e conduzir o escoamento até os tanques de armazenagem de enxurrada posicionados na parte mais baixa do declive. Para a coleta do escoamento utilizou-se dois tanques coletores com capacidade de 400 e 500 litros. O primeiro (400L) apresenta janelas divisórias tipo “Geibb” com 13 saídas, as quais ficam na borda superior do tanque, direcionando 1/13 da enxurrada para o segundo tanque (500L). O 1/13 de enxurrada excedente do volume da enxurrada do primeiro tanque é conduzido por um tubo galvanizado até
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