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A construção da identidade nacional brasileira - BAKHTINIANA, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 115-126, 1o sem. 2009

Por:   •  25/12/2017  •  1.258 Palavras (6 Páginas)  •  538 Visualizações

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No texto, o autor descreve outros exemplos de clássicos que contribuíram para a construção da cultura brasileira como Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire. Dona Flor e seus Dois Maridos, de Jorge Amado. Do nosso ponto de vista, o misturado é completo, enquanto o puro não. A concepção de que a mistura rege nossa cultura e, portanto, de que o brasileiro é simpático, acolhedor, tolerante, naturaliza-se pouco a pouco, e o jeito brasileiro, constituído pela mistura apodera-se da consciência das massas através do futebol e da música. Porém é valido lembrar que a miscigenação não era indiscriminada, limitando se somente a índios e portugueses. Mais tarde proliferou a ideologia do branqueamento, com grande onda de imigração de europeus para o brasil. Uma obra importante que trabalhou a aceitação do negro foi O Mulato de Aluísio de Azevedo, dizendo que a mistura era uma melhora do indivíduo, e não uma piora. o romance também considerava a escravidão um mal, fonte dos defeitos dos indivíduos e da sociedade brasileira, trabalhando a forte questão do racismo no Brasil.

Ademais, as coisas no interior da cultura não são regidas por um único princípio. Fora dos períodos de construção identitária e mesmo na primeira metade do século XX, segundo momento de constituição da identidade nacional, a literatura brasileira nunca deixou de mostrar que, em nossa formação social, vige o princípio da exclusão. Citemos alguns exemplos. Antônio de Alcântara Machado, em Brás, Bexiga e Barra Funda, que fala sobre o preconceito aos imigrantes italianos, dentre outros exemplos para descrever o preconceito a imigrantes de vários países da Europa. A cultura brasileira eufonizou de tal maneira a miscigenação, que passou a desconsiderar o princípio de exclusão nas relações raciais de gênero, tendo sua identidade auto descrita como de participação e mistura, nos caracterizando como pessoas abertas, cordiais, acolhedoras e sempre pronto a dar um jeitinho, ocultando a face violenta, o preconceito nas relações cotidianas.

José Luiz Fiorin é um renomado professor e linguista brasileiro. É um dos maiores especialistas brasileiros em Pragmática, Semiótica e Análise do Discurso, com centenas de publicações nessas áreas. Através da leitura do texto: A construção da identidade nacional Brasileira” podemos observar que o autor se divide em três grandes blocos, sendo que no 1º é trabalhado o conceito de identidade nacional, no 2º a construção cultural da identidade, e no 3º se caracteriza a construção da identidade nacional através da literatura. E com isso o autor, consegue expor sua tese, de que a construção do nosso processo indentitário, que funcionou através do discurso envolvendo a figura do eu e do outro, em alguns pontos com o princípio da exclusão, em outros de integração, juntamente com as obras literárias, tiveram papel fundamental na construção nossa identidade nacional.

Bibliografia:

BAKHTINIANA, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 115-126, 1o sem. 2009 A construção da identidade nacional brasileira;

Discurso literário e construção da identidade brasileira. Eduardo f. Coutinho. Légua & meia : revista d e literatura e diversidade cultural , no°1, 2002.

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