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A Diplomacia Presidencial do Governo Lula

Por:   •  30/10/2018  •  1.287 Palavras (6 Páginas)  •  484 Visualizações

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Segundo afirma Almeida,

“Sem dúvida alguma, do ponto de vista da forma, a diplomacia do governo Lula ostenta um ativismo exemplar, representado por um intenso programa de diplomacia presidencial (...), complementado por um ainda mais ativo circuito de contatos, viagens de trabalho e conversações a cargo do chanceler e, de maneira algo inédita para os padrões do Itamaraty, do próprio Secretário-Geral das Relações Exteriores, funcionário normalmente (e tradicionalmente) dedicado às lides administrativas e aos assuntos de “economia doméstica” da Casa.” (ALMEIDA, P. 2004)

As grandes iniciativas da diplomacia do governo de Lula exerceram em três grandes vertentes, que podem ser classificadas como: bilateral, regional e plurilateral. A primeira pode ser considerada como inauguração do governo Lula, trata-se da designação prévia de aliados preferenciais no chamado eixo Sul, indicados como parceiros estratégicos: China, país confiável de Lula quanto ao grau de aliança forjada na conformação da sua “diplomacia Sul-Sul”; África do Sul e Índia, formando logo de imediato o IBAS, que consistia na união das três democracias do mundo em desenvolvimento, que compartilhavam das mesmas dificuldades e possuíam objetivos semelhantes no cenário internacional. (ALMEIDA, P. 2015)

Quanto a segunda vertente regional, consistia da implementação quase imediata do projeto americano da Alca, e na conformação de diversos mecanismos e instituições como a Unasul, que tinha como proposito reservar o continente unicamente aos latino-americanos, sem a intromissão do império. Além disso, Lula propôs uma Comunidade de Nações Sul-Americanas, que funcionaria como foro integrador da região, e mais adiante o Brasil propôs uma nova estrutura de integração latino-americana, a Calc.

Outras iniciativas foram tomadas quanto a vertente plurilateral, a primeira dela em uma reunião da OMC, em 2003, quando o Brasil liderou a criação do G20 comercial, composto por países em desenvolvimento e opostos ao protecionismo e ao subvencionismo dos países avançados. Outro exemplo de iniciativas plurilaterais foi a criação dos BRICS, composto por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.

Ressalta-se também que o Brasil sempre teve um grande objetivo estratégico, de ser o país mais propenso a representar a região latino-americana na CSNU reformado e ampliado. Mas os demais países da região nunca se demostraram favoráveis, onde não apenas persistem em oposição a esse projeto, como também são rancorosos a essa pretensão da diplomacia brasileira.

Apesar de todos os esforços de Lula na tentativa de engajamentos nas questões relativas ao fortalecimento do Mercosul e na integração dos blocos idealizado por ele, além de querer/ser considerado um líder regional, não pode-se afirmar que essas questões tenham avançado notavelmente em seus dois governos, onde continente mostrou-se ainda bastante fragmentado. (BARNABÉ, I. 2012)

Esse ativismo de Lula nas ações citadas anteriormente, supera seu antecessor nos números de viagens ao exterior, onde manteve seu foco mais centrado nas questões terceiro-mundista, em um artigo publicado em Março de 2005, Celso Amorim, comenta que o presidente lula realizou 56 viagens, passando por 35 países diferentes e em contrapartida recebeu 52 visitas de chefes de estado e governos, provenientes de 39 países (AMORIM, C. 2005) dando continuidade à prática da diplomacia presidencial, em torno da defesa da sua soberania e dos interesses nacionais, e buscando alianças privilegiadas no Sul.

Bibliografia

ALMEIDA, Paulo Roberto. Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula. Revista Brasileira de Política Internacional, ano 47, nº1, 2004.

ALMEIDA, Paulo Roberto. Diplomacia presidencial brasileira em perspectiva histórica. In: PEIXOTO, João. Presidencialismo no Brasil: história, organização e funcionamento. Edições técnicas 2015. p. 163-208.

AMORIM, Celson. Política externa do governo Lula: os dois primeiros anos. Rio de Janeiro: OPSA/Iuperj, 2005. Disponível em:

BARNABÉ, Israel Roberto. O Itamaraty e a Diplomacia Presidencial nos governos FHC e Lula. Revista contextualizaciones Latinoamericanas, año 2, número 7, julio-decembre, 2012.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988.

DANESE, Sérgio. Diplomacia Presidencial. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.

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