A DESINTEGRAÇÃO DA IUGOSLÁVIA, CONFLITOS NOS BÁLCÃS E OS NOVOS PAÍSES
Por: kamys17 • 12/12/2018 • 5.377 Palavras (22 Páginas) • 1.092 Visualizações
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No âmbito histórico, ao final do século XIX, a região foi palco de muitas disputas de grandes nações imperialistas de forma que o Império Turco-Otomano estava a perder o controle sobre a região. A partir disso, deu espaço para que algumas nações independentes surgissem na região, além de que, a partir da observação do desmembramento dos territórios, as potências vizinhas começaram a manifestar interesse em manifestar-se para dominar a região. A Rússia expressava apoio aos movimentos pan-eslavistas que pretendia uma única nação entre os povos eslavos, pretendendo, diante disso, garantir sua influência política e econômica.
O Império Austro-Húngaro, entretanto, tinha a ambição de construir uma estrada de ferro por meio do território balcânico para que pudessem obter as mesmas vantagens e influências política e econômica. No ano de 1912, houve a derrota do Império Austro-Húngaro em uma série de conflitos, por parte de uma coligação militar que era composta por diversos povos eslavos. A Bósnia, assim como a Herzegovina, ficou inclinada, diante disso, a romper a hegemonia que os austríacos impunham em seus países. Dois anos depois, objetivando reverter esse contexto, Francisco Ferdinando, que era herdeiro do trono austríaco, viajou até a capital da Bósnia, onde pretendia anunciar a formação de um império que elevaria à mesma condição política da Áustria e da Hungria, a Bósnia e a Herzegovina. A missão, entretanto, foi desastrosa, já que Francisco Ferdinando foi assassinado por integrantes de um grupo nacionalista, e o Império Austro-Húngaro abandonou as negociações e passou a ameaçar os sérvios militarmente. Os russos aconselharam à Sérvia para que não cedessem às reivindicações impostas e, então, foi declarada guerra entre os austríacos e os sérvios. Os Russos, então declararam guerra ao Império Austro-húngaro objetivando as mesmas pretensões antigas. Os alemães passaram a apoiar a Áustria, declarando ainda guerra contra os franceses, e a Inglaterra entrava para cumprir acordo com a França. Foi aí que se acionou as alianças que marcaram o desenvolvimento da Primeira Guerra Mundial.
1.1 FORMAÇÃO INICIAL E UNIFICAÇÃO DA IUGOSLÁVIA SOB UMA VISÃO INTERNACIONAL
Com todos esses episódios, a Federação Iugoslava originou-se após a Primeira Guerra Mundial. Durante a guerra, surgiu a ideia de unir os sérvios, croatas e eslovenos em um estado. Essa proposta foi feita pela Entente por políticos que fugiram do Império Austro-Húngaro e foram agrupados no Comitê Iugoslavo, com o apoio do governo sérvio. Apesar disso, esse plano só deu início após a Primeira Guerra Mundial em 1918, e o território foi nomeado de Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos através da fusão do Estado provisório dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. No início, era formado por territórios do antigo Império Austro-Húngaro, com o Reino da Sérvia, que nessa época permanecia independente.
A casa real sérvia de Karađorđević tornou-se a dinastia real iugoslava. O reino foi oficialmente proclamado em 1 de dezembro de 1918, com a dinastia sérvia Karadjordjevic no trono. Alexandre I, que era filho de Pedro I da Sérvia, como o primeiro rei. Devido à saúde debilitada do rei sérvio, seu filho Alexandre assumiu desde o início, o governo do país como regente.
A formação de um Estado iugoslavo causou muita tensão entre a Itália e seus aliados. A Grã-Bretanha e a França apoiavam esse novo Estado e queriam que a Itália compreendesse que suas antigas reivindicações sobre territórios do sul da Eslávia e da Dalmácia não faziam mais sentido. O governo italiano, pressionado pela opinião pública interna, não estava disposto a abandonar suas exigências, tendo manifestado firme oposição ao reconhecimento da Iugoslávia.
O então presidente norte-americano Woodrow Wilson, contudo, agarrou-se firmemente a sua declarada defesa da autodeterminação dos iugoslavos, recusando-se a se curvar a muitas das demandas italianas, inclusive, com exagero, à reivindicação sobre Fiume, uma pequena cidade portuária no Mar Adriático, onde os eslavos superavam ligeiramente a população italiana.
O Tratado de Versalhes, assinado em 1919 foi o tratado que oficializou a criação deste país. Após o Tratado de Trianon, assinado em 4 junho de 1920, assinado pelas potências vitoriosas, seus aliados e o lado perdedor. As potências vitoriosas incluíam os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Itália; seus aliados eram a Romênia, a Iugoslávia e a Tchecoslováquia. O lado perdedor estava representado pela Hungria. O tratado destinava-se a regular a situação do novo Estado húngaro que substituiu o Reino da Hungria, parte do antigo Império Austro-Húngaro, após a Primeira Guerra Mundial. Com esse tratado, foram formalmente anexados territórios da Croácia e do norte da atual Sérvia, que faziam parte do Reino da Hungria, há mais de novecentos anos.
A Iugoslávia ganhou reconhecimento internacional em 13 de julho de 1922 na Conferência dos Embaixadores em Paris. O país recebeu o nome de Reino dos Eslavos do Sul; e constituiu a sua primeira união, após séculos em que tais territórios tinham sido parte do Império Otomano e da Áustria-Hungria.
O país possuía uma grande diversidade de nacionalidades e religiões, dificultando as tentativas do governo de unir o país tanto politicamente quando economicamente, uma vez que possuíam grandes diferenças entre eles em termos de desenvolvimento econômico.
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2. DESENVOLVIMENTO E ALTERAÇÕES NA POLÍTICA IUGOSLAVA
Analisando as características políticas da recém Iugoslávia, o período da Segunda Guerra Mundial marca todas as suas mais significativas alterações internas e externas em função do avanço do totalitarismo germânico e a ascensão da figura mais importante para a sustentação do novo país, Marechal Josip Broz Tito.
Durante a Segunda Guerra Mundial, forças alemãs, italianas e húngaras atacaram a Iugoslávia. A Força Aérea Alemã, Luftwaffe, bombardeou Belgrado e outras cidades da Iugoslávia. Dessa forma, representantes de várias regiões da Iugoslávia assinaram um armistício com a Alemanha, em Belgrado, encerrando 11 dias de resistência contra a invasão do exército alemão (Wehrmacht Heer). Com isso, a invasão foi mais intensificada, fazendo com que mais de 300.000 soldados e policiais iugoslavos foram feitos prisioneiros.
As tropas foram bem recebidas pelos croatas, que se tornaram pró-eixo, uma vez que possuem uma rivalidade com os
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