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A Cidade Justa de Platão: Os Reis-filósofos e o Dualismo

Por:   •  19/10/2018  •  Resenha  •  1.045 Palavras (5 Páginas)  •  455 Visualizações

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A cidade justa de Platão: os reis-filósofos e o dualismo

                                                                                         Juliana Pereira da Silva¹

Platão (428-348 a.C), discípulo de Sócrates, ateniense e no contexto da Guerra do Peloponeso, discorre através de diálogos socráticos nos capítulos V, VI e VII da obra “A República” sobre a o ideal da cidade justa, a qual só poderia se concretizar com a liderança de um rei filósofo, observador natural da sociedade.

Em uma analogia a cães de caça, observa-se que as fêmeas desempenham as mesmas funções que os machos, portanto, assim deve ser feito com as mulheres na cidade perfeita, atribuindo às mesmas as funções até então restritas ao sexo masculino, ressalvando que, para isso, deveria ser-lhes aplicada a mesma educação recebida pelos homens, na música, na ginástica e na arte da guerra, e não deveria ser deixado de lado o fato de que elas são mais fracas fisicamente.

Outro idealismo da cidade perfeita seria a comunidade das mulheres e das crianças. Novamente em comparação com animais, na qual as junções dos melhores e mais fortes são as que fornecem as melhores proles, assim deveria ser feito com os seres humanos. Os guerreiros e guerreiras dotados de habilidades e força em destaque seriam os que melhor procriariam, sendo, os filhos desses, destinados à educação e cuidados privilegiados. Em questões atuais, faz se clara a questão da eugenia² na cidade justa. As mulheres e os filhos seriam comuns, não haveria propriedade. Para evitar o incesto, crianças nascidas a partir do sétimo ao décimo mês depois do casamento do casal seriam chamadas por eles de filhos, e pelo mesmo raciocínio, de netos e irmãos.

 A sociedade seria um corpo, e, se nesse corpo houvesse um dedo (cidadão) ferido, a dor seria sentida pelo todo. Partilhariam das felicidades e das tristezas. A harmonia e a moderação, tendo em vista a justiça coletiva, resultariam na cidade perfeita. Não escravizariam nem incendiariam vizinhanças gregas. As crianças seriam treinadas desde cedo e iriam a campo de batalha para o aprendizado.

Porém, tudo isso só seria possível com a presença de um rei-filósofo, a reforma necessária para a concretização desse ideal se daria através do conhecimento. A ideia dos amantes do saber no poder pode parecer absurda para o povo, que acaba por ter a imagem dos mesmos denegrida pelos sofistas, considerados inúteis para a cidade, desonestos e que buscam apenas agradar a opinião da massa. O que ocorre é totalmente o inverso. Os filósofos são dotados de imensa ética, grande memória, são justos e buscam o prazer coletivo, e, principalmente, conhecem o bem.

O bem é algo muito complexo para ser explicado, torna-se mais viável a explicação do “filho do bem”, e Platão, pela voz de Sócrates, o faz. De todos os sentidos, a visão é a única que precisa de um terceiro para poder realizar completamente sua função. Faz-se necessária a luz. A luz natural, o sol. Portanto, se estabelecermos uma relação, o sol seria para o mundo visível o que o bem é para o inteligível. Delineia-se então a ideia do dualismo platônico. Quando observamos algo iluminado pelo sol (o bem), o enxergamos perfeitamente, pela verdade e pela razão. Quando observamos pela claridade dos astros noturnos, vemos apenas aparências, ou seja, temos apenas opiniões, não a realidade. Devemos nos atentar ao fato de que, apesar de relacionados, a visão não é o sol, e o conhecimento e a ciência não são o bem.

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