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Tecnologia e Doenças Ocupacionais

Por:   •  6/3/2018  •  15.086 Palavras (61 Páginas)  •  255 Visualizações

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O uso da internet, pode-se afirmar, sem sobra de dúvidas, é hoje um imperativo da vida moderna. Com tal assertiva não pretendemos, contudo, desconhecer que tal recurso tecnológico ainda não é amplamente utilizado pela população carente dos países subdesenvolvidos. De qualquer sorte, não se pode olvidar da importância da internet no mundo atual.

Quanto a esta questão, interessante colocação do ilustre doutrinador Gustavo Testa Corrêa acerca da inserção da internet na vida moderna, merece especial destaque:

“A existência da telemática, tecnologia eletrônica de informática em rede de computadores, representa inexorável mudança nos hábitos cotidianos daqueles que a utilizam, promovendo sua inclusão definitiva em um mundo cada vez mais dinâmico.”

A par das mudanças culturais e sociais, foco de inúmeras discussões, pretendemos nos ater ao exame das modificações produzidas pela tecnologia relacionadas às doenças ocupacionais, já examinadas no presente trabalho.

Por amor à metodologia, faremos breves explicações acerca do conceito das doenças ocupacionais. Por oportuno, cumpre elucidar que doenças são todas aquelas situações orgânicas patológicas que provocam sofrimento físico e/ou psicológico.

As doenças ocupacionais, por seu turno, são aquelas doenças que têm relação direta ou indireta com o exercício da atividade profissional. Estas espécies patológicas ligadas ao exercício laborativo, podem ser classificadas de duas formas: doenças profissionais ou doenças do trabalho.

As doenças profissionais também denominadas de doenças profissionais típicas são aquelas doenças desencadeadas por um tipo específico de atividade profissional. Por serem doenças típicas de determinada profissão, dispensam a comprovação do nexo de causalidade com o trabalho, posto que existe uma presunção legal, o exemplo típico é o da ocorrência da silicose nos trabalhadores da mineração.

Já as ditas doenças do trabalho ou moléstias profissionais atípicas se caracterizam por serem desencadeadas por força das condições especiais em que o trabalho é realizado. Não têm relação direta, imediata com a atividade profissional. O nexo de causalidade tem, necessariamente, que ser comprovado. É, justamente, sobre este tipo específico de doenças ocupacionais que se vincula o avanço tecnológico na medida em que contribui sensivelmente para o seu crescimento.

É imperioso observarmos que, a grande problemática do avanço tecnológico quando relacionado às doenças ocupacionais reside no largo alcance destas disfunções orgânicas na atualidade em face da ampliação dos usuários das novas tecnologias.

É que, com a modernização do estilo de vida de toda uma população, a questão das doenças ocupacionais que, note-se, sempre existiram, apenas em menor escala, ganharam maiores proporções, merecendo, por isso mesmo, especial atenção.

Em reportagem datada de 18/11/01, sobre “Vida moderna. Tecnologia também estressa”, o jornalista do Correio Braziliense, Lauro Rutkowski, com propriedade destacou as dificuldades criadas pela utilização das novas tecnologias no ambiente de trabalho:

“As maravilhas da tecnologia podem se tornar verdadeiros equipamentos de tortura nas mãos de quem não consegue impor limites à modernidade. Telefones celulares, computadores e pagers têm aterrorizado milhares de pessoas ao deixar claro que não há barreira alguma para separar o público (o escritório) do privado, o lar.”

É cediço o entendimento de que o stress é um dos muitos problemas relacionados à vida moderna e à tecnologia, diretamente relacionados a diversos males profissionais.

Ainda vai demorar algum tempo até que se desenvolvam novas técnicas para evitar, ou ao menos, minimizar as doenças provocadas pelos novos hábitos de vida, bem como pela nova tecnologia que se arraigou definitivamente nas sociedades modernas.

O importante é implementar a discussão e estimular novos estudos de modo a adaptar as novas tecnologias, que fazem parte da vida moderna, às limitações e peculiaridades orgânicas do homem.

- A TECNOLOGIA COMO MEIO DE SE ALCANÇAR A PRODUTIVIDADE

- Produtividade

Para se falar em tecnologia como meio, instrumento, forma de se alcançar a produtividade, faz-se mister, inicialmente, verificar os principais conceitos ligados à produção, à produtividade.

Produção, segundo Marco Antônio Sandoval de Vasconcellos, em seu livro Economia: Micro e Macro, é o processo pelo qual uma firma transforma os fatores de produção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado. Assim, a firma é uma intermediária: compra insumos (inputs, fatores de produção), combina-os, segundo um processo escolhido e vende os produtos (outputs) no mercado.

A escolha do processo de produção depende de sua eficiência, e esta pode ser avaliada pelo ponto de vista tecnológico ou pelo ponto de vista econômico. A eficiência técnica ou tecnológica é aquela que permite produzir, entre dois ou mais processos de produção, uma mesma quantidade de produto, utilizando menor quantidade física de fatores de produção. A eficiência econômica, por sua vez, é aquela que permite produzir uma mesma quantidade de produto, com menor custo de produção.

Do ponto de vista tecnológico, as economias de escala (vantagens e desvantagens de a empresa aumentar sua dimensão, seu tamanho através do aumento da demanda de fatores de produção) acontecem em virtude das indivisibilidades de produção e da divisão do trabalho.

Indivisibilidades na produção referem-se ao fato de que certas unidades de produção só podem ser operadas em condições econômicas se possuírem uma escala ou tamanho mínimo. Aumentando a escala de operações, a produção pode aumentar mais que proporcionalmente. Empresas siderúrgicas ou do setor automobilístico são mais produtivas quanto maior a escala de operações. Por outro lado, à medida que a escala aumenta, surge, por exemplo, a possibilidade de operar por meio de linhas de montagem, aproveitando-se das vantagens de especialização do trabalho, o que não era possível com as dimensões anteriores da empresa. Em assim sendo, verifica-se a Divisão do Trabalho, uma vez que é mais eficiente e produtivo cada trabalhador realizar uma tarefa apenas, na qual ele se especialize, do que realizar uma série de tarefas.

Na maioria dos processos produtivos, utilizam-se todos os fatores de produção, e a proporção em que estes são utilizados, pode variar bastante,

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