Resenha Reivindicação dos direitos da mulher
Por: kamys17 • 5/12/2018 • 4.832 Palavras (20 Páginas) • 407 Visualizações
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A autora nega a existência de virtudes próprias em determinado sexo e foca no discurso em que a figura masculina para se sobrepor, abafa e o modela o pensamento feminino, fazendo com que pareça inferior e diversas vezes inexistente.
Como dito anteriormente, o discurso, claro, se grande importância de Mary sofre grande influência do cenário e época em que foi criado no trecho a seguir ela destaca que caso houvesse um argumento fundamentado na razão, a submissão feminina seria justificada. “Para tornar- se respeitável, é necessário o exercício do entendimento, pois não há outro fundamento para obter um carácter independente; quero dizer explicitamente que elas devem curvar- se apenas a autoridade da razão, em vez de serem modestas escravas da opinião. “
A paixão e a vaidade são principais motivos da falta de pensamento crítico e de formação de pensadores sejam eles homens, que se deixam possuir pela luxuria, tanto pelas mulheres que se dedicam a vaidade para atrair esses homens. Essa relação de desejo tem prazo de validade determinado e com este prazo o déficit de um conteúdo empírico que fortaleça a relação, fica evidente.
Um argumento dos arcaicos machistas é que enfatizar a fragilidade física da mulher como justificativa para sua subjugação, porém Mary em seu discurso crítico a esse argumento indica que para o fruto dos pensamentos isto não é uma característica desfavorável tendo em vista que os grandes pensadores e intelectuais, não ostentavam grandes forças físicas e neste ponto em que a autora mais foca, na questão intelectual da mulher e como isto seria capaz de transformar toda uma sociedade.
As mulheres são preparadas desde a infância e adolescência para o matrimonio, para tornassem agradáveis a seus futuros maridos, enquanto o homem tem um plano de vida como o trabalho por exemplo, tem outros meios de escape da rotina doméstica, o que permite a eles uma maior “evolução” e em consequência um maior poder sobre diversos assuntos. A mulher troca sua liberdade de expressão e opinião, pelo conforto de estar abrigada por um homem, o que não é uma troca justa e plausível, considerando que convivem com sentidos inflamados e entendimentos negligenciados.
Uma comparação que a autora faz é sobre a semelhança entre o pensamento da aristocracia em não permitir que o mínimo de conhecimento chegasse a camada escrava para que ela não saísse de seu estado subjugado e confrontasse sua autoridade. O mesmo princípio fica claro com o temor de muitos pensadores em colocar a mulher em posição igual, intelectualmente com o homem, pois a mesma começaria a questionar diversos padrões impostos e com toda certeza buscaria seu lugar na sociedade a mais que a penas viver à sombra do homem.
A mulher parece ter sido criada não para desfrutar da amizade do homem e sim como forma de lapida-lo o tirando do estado de selvageria e “amansando a fera” com seu poder de sedução e sua infantilidade fútil a fim de servir de diversão e alimento á luxuria do homem que em alguns momentos se mostra uma figura evoluída e em outro selvagem.
O intelecto feminino tem sido frequentemente desprezado pois se manifesta primeiro que o masculino, porém julgam este amadurecimento pela aparência enquanto a masculina é analisada pela mente. As mulheres são ensinadas a terem comportamentos que atraiam os homens, desde muito cedo, seu objetivo de vida é basicamente este, portanto aparentam uma maturidade que não condiz com sua vivência. No paralelo a sociedade atual uma grande discussão acerca da adultização de crianças na moda, no comportamento. Há várias campanhas contrárias a está tendência que já era vista há muitos anos atrás antes de discussões mais detalhadas como as atuais.
Quando Mary aborda a diferença de análise do amadurecimento naquela sociedade, ela destaca mais uma vez as oportunidades que são dadas apenas ao homem que tem um grande tempo para tornar-se sábio enquanto a mulher em muitas das vezes se quer tem a oportunidade de desenvolver suas habilidades intelectuais, o que se caracteriza injusto em dois sentidos, o de seu amadurecimento ser analisado pela vaidade e da possível quase segura, não possibilidade de ascensão da razão.
Outro ponto que chama a atenção nesta abordagem primária do feminismo, é como a autora utiliza-se da religião em especial do cristianismo, como fonte de sua argumentação acerca de seus objetivos, que como já tratamos antes, preza a igualdade de direitos a homens e mulheres.
O movimento feminista atual diversas vezes atribui um carácter extremamente machista ao conteúdo bíblico. Quando analisamos desde o princípio a criação do ser humano na visão bíblica fica claro que a mulher deve ser uma auxiliadora e que deve obedecer em primeiro lugar a Deus e em seguida seu companheiro “a cabeça da família “. Como já analisamos Mary não discorda totalmente desse raciocínio, porém utiliza-se dele como instrumento de rebate ao próprio discurso, quando explicita o questionamento do porque a mulher deveria ser submissa a um ser tão mortal quanto ela, Mary utiliza de forma inteligente um argumento bíblico dentro de uma diretriz religiosa.
Quando Mary aborda o desgaste da relação homem e mulher por falta de uma cumplicidade maior que a luxuria, ela aborda também a questão da traição e da troca de uma anteriormente moça, que depois de despojada e de não agradar seu marido, é trocada ou abandonada. Mary faz um questionamento do que seria desta pessoa agora sem a proteção eminente da figura masculina e pior sem instruções para dar seguimento a sua vida e ainda por cima com o julgamento da sociedade daquela época. Novamente a autora enfatiza a importância a educação e dos direitos, pois a dissolução do lar poderia ter sido evitada caso a relação não se baseasse apenas em luxúria e caso se desfizesse a mulher teria plenas condições de reconstruir sua vida e como decorrer de tais acontecimentos a sociedade retrógrada se acostumaria com a independência da mulher, fundamentada pela razão.
Porém tão acostumadas a se submeterem a situação de conforto em que são induzidas a almejarem, elas negam seu poder de raciocínio e de julgamento o que implica no déficit do intelecto. A razão é o poder de diminuir a vaidade, neste trecho Mary explicita seu pensamento a cerca desta negação de direitos. “Pode uma alma que não se aprimora pelo exercício próprio da razão levar a marca da imagem celestial”, para ela o homem era um grande obstáculo entre a mulher e a razão e o raciocínio até aqui nos leva a pensar como Mary em diversos momentos, pois o não acesso da mulher a razão, deixava o homem em uma posição
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