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Resenha - Na Colônia Penal

Por:   •  26/12/2018  •  1.816 Palavras (8 Páginas)  •  492 Visualizações

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de defesa.

Todo esse método é herança do antigo comandante, porém, o comandante atual demonstra desejo em modificar este sistema punitivo.

Na história, o condenado foi denunciado por um capitão, que relatou que o trabalho do condenado era bater continência diante da porta do capitão a cada hora, mas que, na madrugada, o capitão abriu a porta do quarto e viu o soldado dormindo. Então, o capitão pegou o chicote e golpeou o rosto do soldado. Em vez do soldado pedir desculpas, ele teria segurado as pernas do capitão e dito para o capitão soltar o chicote, se não o soldado o engoliria vivo.

Aos poucos, o explorador começou a pensar naquele sistema, começou a pensar se aquele procedimento era mesmo válido ou não, pois estava vendo por fora, por ser estrangeiro. Primeiro se viu justificando aquele sistema, pois, por ser uma colônia penal, justificaria a medida excepcional. Após, começava a crer que o novo comandante mudaria o sistema e que não precisaria mais de penas tão severas. Assim, o explorador começa a prestar atenção no condenado e se importar com ele.

O condenado então foi colocado na máquina, para que então começasse o procedimento, enquanto que o oficial explicava a diferença entre o antigo e novo comandante, de modo que, na época do antigo comandante, os recursos para o funcionamento da máquina eram facilmente acessados, enquanto que com o novo comandante, era mais difícil.

Interessante notar como a população reagiu ao longo do tempo com a execução feita por essa máquina; quando o antigo comandante estava vivo, eram muitos adeptos, mas com sua morte e com o passar do tempo, a sociedade começou a se posicionar contrariamente ao procedimento de que o oficial sentia tanto orgulho.

No decorrer da conversa, o oficial afirmou que o novo comandante ainda não havia encerrado com aquele procedimento, ainda que o pudesse, mas que convidou um estrangeiro, no caso, o explorador, para que julgasse o procedimento e dissesse o que achava.

Assim, o oficial tentou persuadir o explorador a ajudá-lo perante o novo comandante, a fim de que não se esgotasse o procedimento. Por fim, o explorador dispara ao oficial palavras de rejeição ao procedimento adotado naquela colônia, o que em um primeiro momento atordoa o oficial, que gostaria e fez tudo ao seu alcance para manter viva aquela “tradição” em cumprimento de pena. Ante as palavras do explorador, o oficial acaba por inverter os papeis, vendo que tudo aquilo que lutou, ao lado de seu comandante, estava se dissipando. Então, o oficial retira o uniforme militar, que era tratado com grande zelo e honra, bem como a espada, objeto consagrado ao oficialato, quebrando-a e posteriormente, e junto com a bainha e demais acessórios, lança-os ao fosso.

Eis que o oficial liberta o condenado e se colocou no lugar dele, completamente nu, tendo como sentença ser justo. O condenado começou a se interessar pelas engrenagens da máquina, enquanto que o explorador via aquela cena como penosa, mas disposto a estar lá até o fim do procedimento.

Aqui o oficial, ao ver toda uma luta se esvair ante as objeções de um procedimento que, ao seu ver, era perfeito, prefere aderir ao sofrimento da morte em honra ao seu mentor

Entretanto, a máquina deu problema e em vez de ser uma tortura de 12 horas e logo após, a morte, iria ocorrer um assassinato direto. Então, quando o explorador foi ao encontro do aparelho para ajudar o oficial a sair do equipamento, já não era mais possível, pois ele já havia morrido.

Após, o explorador, o soldado e o condenado foram para a casa de chá, onde percebeu que o antigo comandante estava enterrado, pois o clero havia se negado a dar um lugar no cemitério para ele.

Na lápide do túmulo, estava escrito que havia uma profecia que após alguns anos, o antigo comandante ressuscitaria e chefiaria seus adeptos para a reconquista da colônia. Entretanto, os homens que estavam no local entendiam que tal inscrição não tinha valor nenhum.

Após, o explorador foi em direção ao porto, para que pudesse ir embora daquela cidade, e o soldado e o condenado o seguiram, porém chegaram tarde, pois o explorador já estava no barco e não permitiu que os dois saltassem no barco.

Tendo sido sintetizada a obra com as devidas observações, é interessante situar a posição histórica em que a trama foi produzida, vez que os melhores especialistas afirmam que Franz Kafka a escreveu em 1914, ou seja, no ano de início da primeira guerra mundial, onde a Alemanha, agora unificada, adotava postura extremamente hostil em relação aos outros países, o que inevitavelmente influencia na análise das características do escrito como um símbolo do país àquele tempo. Dessa forma, podemos enxergar o rastelo como o próprio Estado punindo o indivíduo de forma física e simbólica, como forma de solidificar uma nova cultura, de um processo psicossocial de aplicação da lei. Nesta esteira é possível perceber a ideia do direito e o próprio processo penal como instrumentos repressores das deformidades sociais, ainda que de forma autoritária. É fato que a tortura não começa neste momento histórico e que certamente não influenciou nesta etapa do País, mas A colônia Penal representa claramente o que se tornaria a Alemanha duas décadas

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