RESENHA SOBRE O MERCADOR DE VENEZA

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essa. Resultado: O judeu, o mais injustiçado na história, saiu como errado no final. A justiça é especialista nisso.

Caso o judiciário tivesse compromisso com a justiça, buscar-se-ia ouvir o Judeu para saber-se os motivos que o levaram a preferir a morte do mercador ao invés do pagamento da dívida com juros. Tudo que o judeu queria era a cessação do racismo contra o seu povo; ele queria andar pelas ruas e ser respeitado; ele queria ver a sua crença respeitada; os seus negócios respeitados; contudo, os judeus eram cuspidos, chutados, rejeitados e humilhados. Mas não conseguimos ou não queremos perceber isso, porque acabaremos por enxergar que somos também, todos os dias, humilhados, e isso iria acabar doendo muito, porque o tanto de nossa humilhação, é o tanto de nossa covardia.

Fazer justiça é a coisa mais simples do mundo, porém, os donos da política e da economia, mantêm a sociedade caotizada pelos motivos que nos revelara o “profeta” Cazuza: “Transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro”.

E, para não ficar para trás, as ciências jurídicas dão a sua contribuição: nos educando, não para perseguirmos um ideal de justiça, porém, para sermos um excelente “Virgílio-Advocatício” que bem guia “Dante” pelo “inferno processual”, todavia, de maneira irresponsável ao não se preocupar com os reais motivos que fizeram este ir parar no “quinto dos infernos”. Assim, somos educados para, tão somente, tirá-lo de lá; não para se fazer justiça, mas para recebermos os honorários que nos fazem “vencer na vida”.