O LADO BOM DA LOUCURA
Por: Gabriela Guilhen • 9/6/2018 • Projeto de pesquisa • 580 Palavras (3 Páginas) • 325 Visualizações
8 –O LADO BOM DA LOUCURA
“Nem toda bolha é ruim. Até a mais podre delas, que abriu alas para todo tipo de maracutaia, deixou duas heranças inusitadas: o futebol brasileiro e a liberdade de ir e vir.”
Este capítulo é muito interessante, pois ele nos mostra de uma forma bem sincera que as crises causadas no mercado financeiro, na economia e as criadas pelas famosas bolhas especulativas, apesar de muita “destruição”, também podem trazer coisas boas, pois foi graças a elas que o mundo se desenvolveu em diversos setores e que, inclusive, o Brasil aprendeu a jogar futebol.
A crise trouxe a velocidade, seja com as linhas de ferro que abriram um novo horizonte, ou com a internet e os cabos de fibra ótica. Mas a maior coincidência entre o impacto das ferrovias e o da internet foi outra: a subida irracional no mercado de ações. A população sempre quis fazer dinheiro fácil, ficar rico com pouco esforço e, para isso, encontraram uma forma de tornar esse sonho realidade por meio do investimento em ações.
O mais assustador nisso tudo foi a forma como a “coisa” foi feita, pois começaram a surgir ações no mercado sem nem saber se teriam autorização de operar um dia e quem comprava não precisavam pagar no ato pelos papeis, apenas reservavam e só teriam que dar o dinheiro depois que o projeto fosse aprovado. Nem preciso dizer que isso foi o suficiente para a bagunça começar, pois indivíduos sem um tostão no bolso “reservavam” essas ações e logo em seguida as revendiam para outro e, assim, faziam dinheiro como se fosse mágica. Ninguém comprava as ações com o intuito de investir e colocar dinheiro ali quando fosse chamado para isso, pois compravam apenas para revende-las, ou seja, exatamente o que tinha acontecido com as tulipas na Holanda.
Eram compradores de mentira negociando ações de mentira e convenhamos que isso acontece até hoje. A resposta ao colapso de cada bolha especulativa tem sido política monetária flexível e não convencional.
É certo que a ganância e a febre especulativa associadas a alguns tipos de bolhas especulativas resultam em sobre investimento em tecnologia, ou setores que, em certas circunstâncias, tendem a traduzir-se em progresso, embora, para muitos, a febre da corrida ao ouro do momento acabe por se traduzir em desilusão, perdas e sofrimento. E tais frenesins especulativos são acompanhadas por má alocação de recursos e desperdício.
Foi assim com os caminhos-de-ferro, com o petróleo, com o telefone, com as telecomunicações móveis, com os computadores, com a internet, com os motores de busca e as redes sociais e, no presente, afigura-se, com os automóveis eléctricos, foguetes espaciais, “moeda digital” e inteligência artificial.
Pode ser, por isso, que nem tudo seja ruim em uma bolha especulativa porque a exuberância irracional que produz traduz-se em mais investimento, em novas iniciativas e projetos e, em resultado, em maior atividade econômica e emprego. Parece provável que seja necessário esse sobre investimento, redundância, concorrência e desperdício, para levar a bom porto inovação tecnológica arriscada e revolucionária.
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