INICIAÇÃO À HISTÓRIA DA FILOSOFIA: DOS PRÉ-SOCRÁTICOS A WITTGENSTEIN
Por: SonSolimar • 6/5/2018 • 15.050 Palavras (61 Páginas) • 381 Visualizações
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b. A casualidade
A característica central da explicação da natureza. Explicar é relacionar um efeito a uma causa que acontece e o determina.
c. A arqué (elemento primordial)
Pensamento de um elemento primordial que servirá de ponto de partida para todo progresso. O primeiro a formular essa noção é exatamente Tales de Mileto, que afirma ser a água (hydor) o elemento primordial.
c. O cosmo
Mundo natural, espaço celeste, realidade ordenada de acordo com certos princípios racionais, uma ordem hierárquica, de uma ordenação racional, harmonia e mesmo beleza, de onde surgiu o termo cosmético. Princípios das leis que regem, organizam essa realidade.
e. O logos
Significa literalmente discurso, fundamental para uma explicação, em que razões são dadas, é nesse sentido que os discursos dos primeiros filósofos, que explica o real por meio de causas naturais. O logos é difere fundamentalmente do Mythos- a narrativa de caráter poético que recorre aos deuses e ao mistério da descrição do real.
f. O caráter crítico
O primeiro a formular essa noção foi Tales de Mileto, que afirmava ser a água (hydor) o elemento primordial.
Para os filósofos da escola jônica, a explicação do mundo está nele próprio e não fora dele e é denominado como naturalismo, apresentando assim, uma ruptura radical com o pensamento mítico, apesar de não ter sido completa e imediata
Estes filósofos procuraram estabelecer um nexo causal entre os fenômenos da natureza, esta explicação causal tem um caráter regressivo, o que nos obriga a estabelecer uma causa primeira, para que sirva de ponto de partida, é onde encontra-se a noção do arqué (elemento primordial).
Sucessores de Tales, Anaxímenes e Anaximandro adotaram o ar e o apeiron (princípio abstrato, subjacente à própria natureza); Heráclito dizia ser o fogo; Demócrito o átomo; Empédocles dizia serem quatro os elementos primordiais: terra, água, ar e fogo, tese retomada por Platão e difundida em toda Antiguidade até o período moderno.
Nas primeiras escolas, sobretudo a jônica, as teorias não eram aceitas de forma dogmática, elas possuíam caráter crítico e sempre estavam abertas à discussão, à reformulação, a correções, onde a exigência imposta eram que as propostas divergentes fossem justificadas e pudessem ser submetidas a críticas.
Segundo Karl Popper (filósofo da ciência contemporânea):
O que é novo na filosofia grega, o que é acrescentado de novo a tudo isso, parece-me consistir não tanto na substituição dos mitos por algo de mais "científico", mas sim em uma nova atitude em relação aos mitos. Algumas pessoas começam a fazer perguntas a respeito da doutrina, duvidam de sua veracidade, de sua verdade. A dúvida e a crítica existiram certamente antes disso. O que é novo, porém é que a dúvida e a crítica tornam-se agora, por sua vez, parte da tradição da escola. Uma tradição de caráter superior substitui a preservação tradicional do dogma. (pgs. 19 - 27).
2. OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
A. Apresentação Geral da Filosofia dos Pré-Socráticos. A denominação “filósofos pré- socráticos”, é basicamente cronológica e designa os primeiros filósofos
A leitura, interpretação e discussão da filosofia dos pré-socráticos envolvem, para nós, uma grande dificuldade. Suas obras se perderam Na antiguidade, e só as conhecemos por meios indiretos. A linguagem era pouco falada e pouca escrita, grande parte da discussão da filosofia pré-socrática se perdeu na antiguidade. Ex: alguns fragmentos das obras escritas temos o Poema de Parmênides e o tratado Da natureza de Heráclito. Os fragmentos nos dão as próprias palavras do filósofo, enquanto a doxografia é a síntese do pensamento dos filósofos, feitas por autores posteriores, que vão de 384 - 323 a.C ao séc. VI.
Uma tradição que remota a Aristóteles (Metafísica I, 4) - e que se encontra igualmente em Diógenes Laércio (I 14-5), cuja obra Vidas e doutrinas dos filósofos ilustre é uma das principais fontes para conhecer o pensamento dos pré-socráticos, costuma dividi-lo em duas grandes correntes, a escola jônica e a escola italiana. , nesta divisão, embora a rigor imprecisa, pode ser útil por caracterizar uma diferença básica de concepção filosófica entre duas tendências. Devido estas diferenças básicas, representada nas duas tendências desse pensamento, ocorre o confronto entre as duas doutrinas podendo considera o primeiro grande conflito teórico da filosofia e dois significativos representantes destas correntes: Heráclito e Parmênides.
Os filósofos mais conhecidos e de maior influência pré-socráticos e suas ideias centrais, suas contribuições ao desenvolvimento da filosofia antiga.
ESCOLA JÔNICA: Caracteriza-se, sobretudo pelo interesse pelas physis, pelas teorias sobre a natureza.
- Tales de Mileto (fl.c.585 a.C.)
- considerado o primeiro filósofo;
- explica a realidade natural sem alusões ao sobrenatural;
- formula a doutrina da água.
- Anaximandro (c.610 - 547 a.C.)
- principal discípulo de Tales;
- propôs o apeiron (o ilimitado, indeterminado) como arqué.
- Anaxímenes (c.585-528 a.C.)
- possível discípulo de Anaximandro;
- adotou o ar (pneuma) como arqué, procurando assim uma explicação mais abstrata da realidade física.
- Xenófones (c. 580-480 a.C.)
- precursor do pensamento dos eleatas;
- provável mestre de pirâmides;
- tinha a terra como arqué.
- Heráclito (fl. c.500 a.C.)
ESCOLA ITALIANA- Caracteriza-se por um uma visão de mundo mais abstrata, menos voltada para uma explicação naturalista da realidade, prenunciando em certo sentido o surgimento da lógica e da metafísica, sobre no
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