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Asfixia - Sexologia Forense

Por:   •  13/6/2018  •  1.394 Palavras (6 Páginas)  •  420 Visualizações

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A mesma coisa aconteceu com um paraplégico em Vila Velha (ES). Os bandidos colocaram pano dentro da boca dele, impedindo de respirar. Quando o socorro chegou, ele havia morrido, e o pano havia entrado na garganta dele.

O CDC proibiu a comercialização de brinquedos para crianças que tenham peças pequenas para evitar o sufocamento delas.

Quanto aos sinais da sufocação direta, são os mesmos de asfixias: aparecem equimoses, principalmente nas gengivas, etc.

A sufocação indireta, por sua vez, a caixa torácica fica impedida de se movimentar. Aquela brincadeira que anda circulando nas redes sociais em que os jovens induzem a sufocação apertando o peito até a pessoa desmaiar é um exemplo disso.

Em crimes sexuais, é muito comum os agressores fazerem pressão no tórax da vítima para impedir que ela se movimente, geralmente sentando em cima dela, por exemplo. Muitas vezes a pessoa morre por conta do tórax ficar impedido de se expandir.

É muito comum em acidentes (transito, a pessoa fica presa nas ferragens), ou mesmo em multidões, ocorrendo pisoteamento das pessoas que caem. Fraturas múltiplas de costela também impedem a expansão da caixa torácica, causando mortes. Os sinais de asfixia são os mesmos das violências.

Existe também asfixia por compressão do pescoço. Esse tipo é muito comum e importante na advocacia. O pescoço é apertado. Neste caso, não há que se pensar que o aperto do pescoço obstrua a passagem do ar. Na verdade, o que ocorre é a obstrução da passagem do sangue, impedindo a circulação de duas artérias que vão para o cérebro, chamadas de artérias carótidas. Bastam 3 segundos de obstrução dessas artérias para a pessoa desmaiar, 4 minutos para ter sequelas permanentes no cérebro e 5-6 minutos para morrer.

Temos três tipos de compressão no pescoço (vai cair na prova):

1) enforcamento. O cara sobe no banquinho, amarra uma corda no pescoço e empurra o banquinho para longe. O corpo fica pendurado. O peso do corpo pressiona o pescoço. Pode ser homicida (Saddam Hussein), mas pode ser acidente (uma criança que estava brincando com a rede e colocou o pescoço entre aquelas cordas da rede).

A maioria dos enforcamentos são suicidas. Importante é a marca da corda que fica nesses casos. A marca do pescoço é profunda na parte oposta do nó, sendo que a corda não encosta na parte de trás. A marca fica oblíqua ao pescoço, já que é o peso do corpo que aperta o pescoço. Às vezes a pessoa escapa com sequelas, com danos cerebrais, paralisias, etc.

2) Estrangulamento. Se a marca for contínua e perpendicular ao pescoço, isso indica que não foi enforcamento, mas sim estrangulamento. Não foi o peso do corpo da pessoa, foi a força do agressor.

Enquanto o enforcamento é suicida na maioria das vezes, estrangulamento é homicida, na maioria das vezes (raríssimamente é acidental). No enforcamento, a marca é oblíqua ascendente; no estrangulamento, é horizontal e linha contínua. A marca no enforcamento é geralmente acima da cartilagem tireoide, no estrangulamento, geralmente é abaixo.

3) Esganamento. Quando é com a mão. Ex.: Isabela Nardoni. Sempre homicídio. Geralmente usado contra indivíduos mais vulneráveis fisicamente.

Malcher conta a história de um advogado que veio atrás dele para se certificar se a morte de uma mulher foi realmente suicídio por enforcamento, como o marido havia relatado e o delegado concordado, arquivando o processo. Só que ao analisar as fotos do corpo, Malcher verificou que as marcas não foram de enforcamento, mas de estrangulamento. Sulco perpendicular no pescoço. Portanto, é homicídio. O advogado entrou com revisão criminal (precisa de fato novo – prova nova, no caso, o parecer do Malcher) e ganhou a causa. O marido era o culpado no final das contas. Malcher fez laudo indireto através das fotos.

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