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Antígona e o Conflito entre o Direito Positivo e o Direito Natural: Soberania ou Tirania

Por:   •  23/3/2018  •  861 Palavras (4 Páginas)  •  538 Visualizações

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pode-se perceber um conflito entre as leis enunciadas por deuses e as da cidade-estado representadas por Creonte.

Outro conceito importante nesta analise é o de tirania. Ele pode ser uma ideia um tanto forte, ou talvez inapropriada, uma vez que na Grécia antiga designava tirano como um governo com traços abusivos e instituído de forma ilegal, o que não foi o caso no governo de Creonte, que assumiu de forma legitima. Porém, esse termo também pode se relacionar à opressão, ao abuso de poder e à malignidade. E podemos a partir desse pressuposto analisar a tragédia.

Podemos tomar sua atitude como tirânica por infringir um direito natural advindo de uma lei superior que era, além disso, apoiada pelo povo. Como Creonte desrespeitou o dever de sepultamento enunciado pelos deuses e as tradições tão importantes culturalmente (e que garantiriam o bem estar da sua população), pode-se dizer que houve abuso de poder, restringindo a liberdade de uma família e prejudicando, de certa forma, a população, que acreditava que o não sepultamento traria desgraças generalizadas.

Por outra perspectiva, que talvez seja mais relacionada com o presente, onde as leis divinas são em geral preteridas em relação às leis de fato jurídicas, pode-se dizer que Creonte simplesmente exerceu o seu papel de chefe de estado ao buscar punir um criminoso que tentou incendiar a Polis, e que poderia ter matado dezenas de pessoas. Seria um caso de assegurar a segurança publica e prevenir que outros atentados como esse acontecessem por meio de uma punição exemplar. Portanto o ato de não sepultamento poderia ser também legitimado, sendo esse outro ângulo de observação, talvez um pouco mais concreto, mas que não considera a profunda importância da religião na época.

Pode-se concluir que não é possível chegar a um único julgamento da atitude de Creonte, pois isso leva em conta uma analise moral e religiosa extremamente relevante, o que é complicado pela subjetividade dos assuntos e também pela ideia do que seria mais valido sacrificar pelo bem comum e quais seriam as consequências disso.

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