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AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL

Por:   •  13/11/2018  •  1.800 Palavras (8 Páginas)  •  304 Visualizações

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Após sua captação, a espécie sensível passa pelos sentidos internos, inicialmente recebidos pelo senso comum. O sentido comum avalia as diversas informações empíricas, discriminando-os de outros que tem o mesmo sentido, como a distinção entre o liso do áspero, e depois, entre sentidos diferentes, entre o liso e o amargo, entre o amargo e o vermelho. Logo após isso, a espécie sensível tem sua imagem abstraída e mantida pela imaginação, num processo chamado de conversão ao fantasma. Por fim, tal fantasma, também conhecido como representação imaginária, é comparado com outras representações num processo chamado de cogitativo (estimativo para os animais) eassim armazenado pela memória.

A passagem da representação imaginária para a essência do objeto é conhecida como abstração. Alma intelectiva detém tal capacidade abstrativa, conseguindo pôr em ato a forma do objeto que se está conhecendo, forma esta que estava em potência, latente, na coisa particular, individuada por sua forma estar unida a matéria (e a matéria é diferente em cada indivíduo). Tal processo perpassa por duas etapas. Primeiramente, entra em cena o intelecto agente, responsável pela tarefa de, a partir da representação imaginária, fazer sobressair os aspectos essenciais, despojando os elementos individuais, num processo de universalização da essência contida no objeto que teve a sua espécie sensível transformada em fantasma. A partir desta universalização que opera o intelecto possível, que pode enfim conhecer universalmente, e não mais particularmente, por agora ter a posse da forma, espécie inteligível.

Resposta Definitiva da Questão 04:

A ação humana tomista é dotada de livre-arbítrio. Diferentemente de uma flecha lançada, o ser humano tem a sua frente uma diversidade de orientações para a sua ação. Isto acontece porque o ser humano pode agir de maneira examinada, ou seja, pode julgar antes de agir, podendo assim escolher. A capacidade da escolha vem do fato da ação humana ser baseada na vontade e no intelecto prático.

O intelecto prático não é uma potência diferente do intelecto especulativo. São manifestações diferentes da mesma potência, com a diferença que o intelecto prático tem como objeto a ação, e o intelecto especulativo, a verdade. No seu processo de raciocínio, o intelecto prático humano pode chegar à princípios e virtudes imutáveis e universais, que compõem a sindérese.

A vontade é o apetite intelectivo. Ele se refere o fim último da existência humana, que é a bem-aventurança, realização máxima das inclinações do indivíduo, ou seja, a felicidade. Ela é inalcançável na vida terrena, mas sempre será a guia da condução da vida humana. Isto é verificável pelo fato de que tudo que é feito pelos humanos é para pavimentar o cainho em direção a felicidade, ou mesmo atingi-la. Por isso, quando é dito que a ação humana é livre e que o ser humano é senhor das atitudes, é necessário pontuar que essa liberdade é referente aos meios para se chegar no fim último da existência humana, e não na escolha deste fim.

Entretanto, existem momentos em que a condução da vida humana fraqueja, e não segue de acordo com os ditames do intelecto prático ou da vontade. Para entender este fenômeno, conhecido como acrasia, é necessário que se entenda o funcionamento dos apetites sensitivos. Os apetites sensitivos, também presentes nos animais, correspondem às inclinações naturais dos mesmos que buscam o bem do indivíduo. São eles o apetite concupiscível, que busca atrair aquilo que beneficia o indivíduo, e irascível, que busca afastar aquilo que prejudica o indivíduo. A razão governa tais apetites, impondo regras formuladas pelo intelecto prático, mas este governo não é total, pelo fato de que esses apetites possuem características que os possibilitam lutar contra os imperativos racionais. Os apetites sensitivos podem se rebelar contra as ordens racionais, desejando algo que a razão reprova, e opondo-se a algo que a razão preconiza, movendo o indivíduo a agir contrariamente à sua razão.

Resposta Definitiva da Questão 05:

A espécie sensível, conhecida pelos sentidos humanos ao observar determinado objeto, não pode ser processada pelo intelecto, por ser um conhecimento material. O intelecto, imaterial, só pode processar representações imateriais. É por isso que há a necessidade da conversão ao fantasma, momento em que a imaginação forma uma imagem não-material da espécie sensível conhecida pelos sentidos humanos. Só se tornando fantasma, ou representação imaginária, que a espécie sensível pode ser tratada pelos intelectos, no processo de intelecção.

Já como fantasma, a representação imaginária pode passar pelo processo de abstração, realizado pelo intelecto agente, de forma que possa ser descartado todas as características individuais do fantasma, e assim sejam evidenciadas todas as suas características mais essenciais, produzindo uma universalização. É através dessa universalização que o intelecto possível age, dominando um conhecimento universal, a partir da apreensão a espécie inteligível.

Portanto, é possível observar que a espécie inteligível, presente nos objetos como forma, objeto da busca humana pelo conhecimento, não é conhecido pela empiria humana. Da mesma forma, o intelecto, que não tem a verdade inata, necessita da empiria, que conhece a espécie sensível, que a capacidade intelectiva não alcança e precisa ter de alguma forma acesso a ela, para que o intelecto possa buscar a verdade. Nesse sentido, é reafirmada a importância da conversão ao fantasma, forma pela qual os dados da empiria podem ser modificados, perdendo sua materialidade, e processados pelo intelecto. Só assim o intelecto pode empreender a abstração, pondo a espécie inteligível em ato, latente nos objetos corpóreos.

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