ARTIGO QUINTO - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

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A televisão foi altamente censurada na época, tendo as novelas cenas cortadas e trechos reescritos pelos censores, o que acabou de mudar o sentido idealizado da obra de vários autores. Os noticiários, com intuito de restringir a divulgação de problemas sociais e econômicos, também tinham seus conteúdos limitados, como aconteceu na censura ao noticiário sobre a epidemia de meningite.

A arte e música popular também foi censurada na época. Exemplo foram as músicas de Chico Buarque de Holanda, grande alvo da censura durante a ditadura militar. O autor acabou por utilizar de pseudônimos para divulgar suas composições, já que basicamente tudo que continha sua autoria era censurado.

"Acorda, amor

Eu tive um pesadelo agora,

Sonhei que tinha gente lá fora,

Batendo no portão, que aflição!"

Esse trecho refere-se à canção “Acorda, amor” de Julinho de Adelaide, porém é de autoria de Chico Buarque de Holanda e também conhecida como “Chame o ladrão”. Julinho de Andrade foi um pseudônimo utilizado por Chico para burlar a censura.

Obras censuradas

Cerca de 500 filmes, 450 peças, 200 livros e mais de 500 letras de música foram alvos da censura. Para realização de veto, alegavam que as obras continham cenas de sexo, palavrões e a sugestão de propaganda política, mas também justificavam o ato por conter pretextos como “atentado à moral e aos bons costumes” e “conteúdo subversivo”.

- Roda Viva, peça de Chico Buarque censurada em 1968, após invasão por integrantes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) ao Teatro Galpão. A peça criticava o governo do país

- O Berço do Herói, peça de Dias Gomes, censurada por desmitificar a construção do herói, em um momento onde o governo tentava criar os heróis militares (1965)

- Roque Santeiro, de Dias Gomes e Aguinaldo Silva (censurada em 1975, foi ao ar em 1985), sátira à exploração política e comercial da fé popular

- Laranja mecânica, de Stanley Kubrick (filme estrangeiro censurado, considerado violento, 1971)

- Encenação de Romeu e Julieta, realizada pelo Ballet Bolshoi e censurada de exibição na TV em 1976. Alegou-se que, por ser de produção russa, a peça também poderia ser comunista

- “Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré. A música foi censurada em 1968, pois idealizava que as pessoas buscassem a liberdade

- A borboleta branca, Breve história de Fábia, Copacabana Posto Seis, Georgette, Marcella, Uma mulher diferente; algumas das obras da autora Cassandra Rios censuradas em 1976. Foi a autora mais censurada no Brasil por seus livros conterem conteúdo erótico e pornográfico

- Apesar de você, de Chico Buarque, censurado por ser considerada uma crítica a ditadura. Chegou a ser lançado, já que Chico afirmava que a música tratava-se de uma briga de namorados, porém logo após o lançamento todos os LPs foram recolhidos e as faixas vetadas de serem transmitidas nas rádios

- Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca e censurado em 1976. Mesmo após 30 mil cópias vendidas, o livro foi censurado e banido das vendas, tendo como justificativa o atentado a moral e aos bons costumes

- Terra em Transe, do diretor Glauber Rocha, censurado em 1967 por fazer alusão momento político que o país passava na época

- Liberdade, Liberdade, peça de autoria de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, censurada de encenação em todo território nacional em 1966. Afirmavam que a peça criticava a repressão imposta pelo golpe militar

- Ney Mato Grosso foi vítima de censura na época, num momento em que a televisão não podia filmá-lo de perto, afirmando que o autor possuía aspecto andrógeno, além de ter voz fina e parecida com a feminina.

REFERÊNCIAS

ÂMBITO JURÍDICO. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2015

LITERATORTURA. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2015.

MIGALHAS. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2015

MUNDO ESTRANHO. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2015.

NOTICIAS TERRA. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2015

NOTICIAS TERRA. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2015

PORTAL DE E-GOVERNO. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2015.

PRAGMATISMO POLÍTICO. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2015

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS.