Paradoxo de Inovação no Cluster do Vinho: O caso da região demarcada do Douro
Por: Hugo.bassi • 23/9/2018 • 979 Palavras (4 Páginas) • 345 Visualizações
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os vitivinicultores reconverteram as vinhas, investiram em unidades de vinificação e em marketing o que lhe permitiu diferenciar os seus produtos e entrar em nichos de mercado de vinhos premium. Estas ações só foram possíveis devido ao conhecimento proporcionado pelas instituições de P&D e ao aparecimento de uma nova geração de enólogos e empresários que relacionaram de uma forma estreita conceitos como viticultura, tecnologia, produção de vinho e marketing.
O processo de inovação nas empresas estudadas neste artigo pode ser divido em seis categorias distintas: incremental (melhoria dos produtos, processos, serviços e/ou sistemas atuais); sistêmica (os processos envolvem interdisciplinaridade entre empresas, instituições de investigação e entidades governamentais); descontinua (destruição do conhecimento gerado pela antiga tecnologia, pelo fato de não ser mais necessária); arquitetural (reconfigura um sistema de componentes pelo seu design e, dessa maneira, constitui um novo produto, processo ou serviço); radical (introdução de novos produtos ou serviços provoca mudança significativa em toda a indústria) e destrutiva (traz uma nova proposta de valor e rebaixa o desempenho dos produtos atuais, no momento em que eles são introduzidos).
Devido aos valores intrínsecos da tradição da RDD no setor produtivo e ao domínio dos fatores de produção das empresas vitivinicultoras considera-se que a inovação do produto deve ocorrer, prioritariamente, ao longo da cadeia produtiva do vinho.
A RDD tem caraterísticas muito semelhantes aos restantes clusters do vinho, possuindo, no entanto, algumas especificidades relativas à sua história, à sua história e à inerente comercialização com o mercado internacional.
A inovação está limitada pela regulamentação e pelo consumidor especializado, ocorrendo de maneira incremental e sistêmica. As empresas são alteradas pelo conhecimento gerado pela inovação mantendo o valor agregado da tradição.
Na perspetiva das empresas que integram o cluster da Região Demarcada do Douro, a grande vantagem de integrar este cluster é a notoriedade e o prestigio alcançado através do reconhecimento mundial, o que facilita a disponibilização de financiamento e fortalece a presença no mercado internacional. Esta presença internacional justifica todas as inovações ocorridas.
Como principais desvantagens, surge a rigidez da legislação, especialmente a relacionada com o vinho do porto, a falta de coesão empresarial e falta de liderança das associações e o mercado interno devido à forte concorrência dos vinhos de outras regiões e ainda a grande competitividade dos preços.
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