POLÍTICA MONETÁRIA: JUROS E CRÉDITO
Por: Kleber.Oliveira • 30/3/2018 • 2.822 Palavras (12 Páginas) • 310 Visualizações
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Um dos problemas estaria no estoque de crédito que está associado a uma taxa de juros que não varia conforme a política monetária, quer seria a Taxa de Juros de Longo Prazo, e é justamente esta que tem o valor inferior da Selic. A má alocação dos recursos nos setores das empresas, a interferência da política nas decisões de concessão, o impacto fiscal das medidas e a limitação do desenvolvimento do mercado de capitais são um outro problema que faz com que gere um peso muito alto nos cofres públicos, por conta dos custos implícitos.
Foi calculado o custo implícito e como resultado deu R$ 37 milhões em 2011 e no ano de 2015 chegou a R$ 88,6 milhões que equivale a 0,57% do PIB. Este cálculo leva em consideração a diferença da taxa de juros e a taxa cobrada no crédito privado. No entanto, como há uma diferença de prazos, por causa do crédito subsidiado que vem a ser mais longo, podendo ser que este cálculo possa até estar errado. Para 2016 com a diminuição da economia e dos créditos, faz com que se tenha uma expectativa de que este subsidio diminua em torno de R$ 4 bilhões, mas há uma ressalva que ainda há possibilidades de que reduza o programa de concessão de crédito direcionado, de acordo com Bruno Martins, pesquisador do Banco Central do Brasil (BC) que deu as informações.
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Anexo I
Banco Central mantém taxa de juros: Entenda a queda de braço
Ruth CostasDa BBC Brasil em São Paulo
O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros da economia - a chamada Selic - em 14,25%.
"Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, e considerando a elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25%, sem viés, por seis votos a favor e dois votos pela elevação da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual (p.p.)", afirma o texto do BC sobre a decisão.
Até o início da semana, o mercado apostava em uma alta de 0,5 p.p., em função de declarações recentes de autoridades do banco ressaltando a necessidade de se controlar a inflação.
Na terça-feira, porém, o cenário ficou mais turvo com a divulgação de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) em que a instituição revisou drasticamente suas previsões para a economia brasileira em 2016 - de uma queda de -1% do PIB para uma de -3,5%.
Há certo consenso de que um dos riscos de um eventual aumento mais contundente da taxa de juros em um cenário recessivo poderia ser um aprofundamento da recessão - embora também haja quem argumente que assumir esse risco vale a pena para se evitar um descontrole da inflação.
Ainda na terça, o presidente do BC, Alexandre Tombini, emitiu uma nota afirmando que via como "significativas" as novas projeções do FMI e que elas seriam consideradas pelo Copom.
Alguns analistas do mercado reclamaram da "troca de sinais" do BC na véspera da reunião do colegiado.
A BBC Brasil conversou com analistas e economistas de diferentes vertentes teóricas para entender o que entrou em jogo nessa decisão sobre os juros. Confira:
1. Combate à inflação
A taxa de juros sempre foi tida como um instrumento crucial no combate a inflação. A ideia é que, ao encarecer o crédito, os juros mais altos ajudam a reduzir o consumo, segurando o reajuste de preços.
Para os defensores do aumento, sua elevação também sinalizaria para o mercado que o BC estaria disposto a fazer o que for necessário para combater a inflação - o que faria com que empresários, comerciantes e prestadores de serviço esperassem uma inflação menor para o futuro e reajustassem seus preços de acordo com essa estimativa mais moderada, como explica o professor do Insper Michael Viriato.
"A lógica desse raciocínio é que, com um aumento da Selic, consegue-se ancorar as expectativas para a alta de preços, o que ajuda a conter a inflação inercial", diz.
Como no ano passado a inflação medida pelo IPCA (medição oficial da inflação) ficou em 10,67%, bem acima do teto da meta definido pelo BC (de 4,5% com margem de 2 p.p. para cima ou para baixo), parte dos economistas - principalmente os ortodoxos - defendiam que, como resposta, a Selic deveria subir de forma mais contundente.
O próprio presidente do BC deu indicações de que estaria de acordo com essa tese em declarações recentes. Numa carta aberta ao Ministério da Fazenda para justificar o não cumprimento da meta, Tombini reafirmou que adotaria as medidas necessárias para manter a inflação de 2016 abaixo de 6,5%. E, em uma entrevista ao Jornal Nacional, ressaltou que a Selic é o instrumento que o BC vem utilizando e "utilizará quando necessário" para atingir tal objetivo.
Tal política, porém, não é consenso.
Para um grupo de economistas, a alta de juros não seria eficiente no combate à inflação hoje porque não há um excesso do consumo. Alguns também ressaltam que uma Selic mais elevada complicaria os esforços do governo de fazer um ajuste fiscal, uma vez que parte da dívida pública é referenciada pela taxa - ou seja, essa dívida aumenta conforme os juros sobem.
E alguns acham também que um aumento da taxa poderia até dificultar o controle de preços, ao fazer com que seja mais vantajoso para o empresário deixar o dinheiro no banco, rendendo juros, em vez de investir na economia real - o que poderia levar a uma restrição da oferta de alguns produtos.
"Em 2015, o que impulsionou a inflação foi o aumento dos preços administrados, como energia e combustíveis, além de questões ligadas ao suprimento de alguns alimentos. Como o problema não é o excesso de consumo, a alta dos juros não seria uma solução. E poderia até agravar a recessão na medida em que inibiria novos investimentos", opina Cristina Reis, professora de economia da Universidade Federal do ABC.
Viriato, do Insper, admite que o peso dos preços administrados na inflação de 2016 foi grande. "Mas por outro lado, o mercado precisa de um choque de credibilidade do BC, porque o governo não está dando esse choque quando o tema é o ajuste", diz Viriato.
Para Thais Zara, economista-chefe da Rosenberg
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