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Ontexto Histórico da I e II Internacional dos Trabalhadores

Por:   •  1/5/2018  •  3.315 Palavras (14 Páginas)  •  309 Visualizações

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então entender realmente a alma do capitalismo, da produção pela exploração para geração da mais valia e não pela cooperação. E é a partir dai que é observado também como o capital não é constante, ou mais do que isso, natural.

Mais do que compreender o funcionamento do capital, a Comuna deu ao povo o controle do Estado e então a decisão do que fazer com o mesmo. Os comunardos, puderam então seguir o que Marx havia inscrito no final do Manifesto do Partido Comunista de 1848: “proletários de todos os países, uni-vos”, (MARX, 1847: 47), e os mesmos se uniram, trazendo pela primeira vez na história diferentes nacionalidades unidas por uma mesma causa, fazendo com que os estrangeiros fossem admitidos, já que foi considerado que: “a bandeira da Comuna é a mesma bandeira que a República Universal; considerando que toda cidade tem direito de dar o título de cidadão aos estrangeiros a que servem (...)”, (WILLARD, 2002: 19). E não foi apenas esse avanço ocorrido dentro da Comuna, foi dado também o direito a emancipação feminina, já que um elemento vital dessa democracia eram as mulheres, algo, por exemplo, que não é vigente em muitos países, já que as mulheres ainda recebem um salário menor do que o dos homens, inclusive no Brasil.

E foi exatamente por isso que a Comuna de Paris assustou os chamados “monarquistas”, os mesmos eram organizados e apesar de divergências de pensamentos entre os comunardos – alguns seguiam um viés marxista onde acreditavam ser necessária a ação organizada por um partido político e alguns, um viés anarquista que defendia a destruição do estado por uma ação individual, autônoma e diária – os mesmos tinham um único ideal em comum, que era a destruição do estado e das classes, a luta do trabalhador para finalmente atingir um estado real igualitário e a não exploração do homem pelo homem. Vale ressaltar que a mesma divergência ocorreu sobre a I Internacional entre Marx e Bakunin.

E foi exatamente tal carácter democrático da Comuna que fez com que a mesma tenha uma atualidade extraordinária, e pode assim como a Revolução Francesa inspirar o movimento operário, apesar das falhas inoportunas de seu tempo.

CONTEXTO HISTÓRICO

Antecedentes da I e II Internacional dos Trabalhadores – Guerras e Revoluções

A I e a II Internacional dos Trabalhadores foram organizações que quebraram barreiras nacionais e contaram com trabalhadores de diversas correntes de esquerda, e foi a mesma que ajudou no desenvolvimento do movimento operário.

Um dos antecedentes, tanto da I Internacional (também conhecida como Associação Internacional dos Trabalhadores) como da Comuna, foi a Guerra Franco Prussiana (1870-1871). Após a derrota da França na Batalha de Sedan contra a Prússia, houve a queda do então imperador Napoleão III (que inclusive tomou o poder a partir de um golpe) levando inclusive ao fim do sistema monárquico francês.

Foi nesse momento que o Primeiro Ministro francês, Adolphe Thiers, assume o Governo Provisório e também são convocadas as eleições para a Assembleia Nacional. Em Paris, diferente do resto da França, as forças republicanas e progressistas venceram, e isso só aconteceu por que o descontentamento popular era mais intenso.

A Guarda Nacional Francesa, após algumas assembleias, criou o Comitê Central da Guarda Nacional, e Thiers cometeu o errado de transferir a sede do governo para Versalhes e entregar a Alsácia-Lorena à Prússia. E foi tal ação que intensificou a insatisfação popular levando a população proletária, de trabalhadores a assumir o controle da capital proclamando assim a Comuna de Paris.

A revolta acabou por atingir também a Guarda Nacional que apoiou a população. Os comunardos tiveram inclusive o apoio também de alguns trabalhadores da I Internacional, sendo que alguns deles lutaram pela própria Comuna, mas seus membros não obtiveram ou exerceram influência decisiva sobre a mesma.

Outro importante antecedente das Internacionais foi a tradição da Revolução Francesa (1789 – 1799), por meio de sua política e ideologia, do nacionalismo, do poder local (municípios) e pela valorização do poder direto. O poder da Revolução Francesa sobre a Europa pode ser ilustrado em uma passagem do livro A Era das Revoluções: “a Revolução Francesa pode não ter sido um fenômeno isolado, mas foi muito mais fundamental do que os outros fenômenos contemporâneos e suas consequências foram, portanto mais profundas (...) ela foi, diferente de todas as revoluções que a precederam e a seguiram, uma revolução social de massa, e imensuravelmente mais radical do que qualquer levante comparável.”, (HOBSBAWM, 1977: 19). Aqui percebemos, que assim como a Comuna de Paris, a dinâmica da R. Francesa foi intensa e marcante, pois suas ideias partiram para revolucionar não só a França, mas o mundo, e foi o que de fato aconteceu. E vale ressaltar também a participação da massa na mesma.

Contexto Histórico da I e II Internacional dos Trabalhadores

O contexto histórico da I e da II Internacional dos Trabalhadores na Inglaterra é a Revolução Industrial e o capitalismo em sua consolidação, e como modo de produção predominante. A história da classe operária na Inglaterra inicia-se com a invenção da máquina a vapor, as mudanças tecnológicas causaram assim grande impacto no novo processo de produção, que substituiu a mão de obra. Para manter o lucro máximo (mais valia) a exploração do trabalhador pela burguesia, os chamados donos do capital, era primitiva e violenta em todos os seus aspectos, e os mesmos tinham péssimas condições de trabalho e nenhum direito.

No livro A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, Friedrich Engels expõe tal tema, de maneira a abordar a Inglaterra como sendo o terreno clássico dessa revolução, que inclusive gerou o seu resultado principal como sendo o proletariado. E é por isso que é apenas na Inglaterra que podemos de fato estudar todos os aspectos e relações dessa classe.

Entrando mais a fundo a questão da exploração do trabalhador, certo trecho desse livro exemplifica muito bem as suas condições: “a tendência centralizadora da indústria, contudo, não se esgota nisso. Também a população se torna centralizada, como capital – o que é natural, por que na indústria o homem, o operário, não é considerado mais que uma fração do capital posta

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