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ASCENSÃO DO DINHEIRO

Por:   •  27/4/2018  •  2.490 Palavras (10 Páginas)  •  311 Visualizações

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Ascensão do Dinheiro- Negócio Arriscado (Episódio 4)

Os desastres naturais evidenciam os defeitos de um sistema de seguro que divide as responsabilidades entre companhias privadas de seguros, que oferecem proteção contra danos, e o governo federal, que oferece defesa civil. Nos desastres, o trabalho das companhias de seguro passa a ser o de evitar pagar seus clientes.

A necessidade de administrar o risco culminou na invenção do seguro de vida na Escócia, passando pela ascensão e queda do Wellfare State até o crescimento explosivo dos Hedge Funds. A base teórica para a avaliação dos riscos foi sendo criada e se tornou um negócio lucrativo. Mas o sistema de gestão de risco a que chamamos seguro falhou, principalmente naqueles momentos de calamidades naturais ou riscos sistêmicos não diversificáveis.

Uma das alternativas para este problema foi a nacionalização das perdas, com o surgimento do Estado de Bem Estar Social. No entanto, na década de 70, esta concepção de Estado passou a ser criticada pelos economistas neoliberais, pois supostamente teria retirado um incentivo essencial ao capitalismo: a meritocracia. O resultado da Era Neoliberal foi o desmantelamento do Estado de Bem-Estar Social.

A reação econômica conservadora culminou na mudança do sistema previdenciário de regime de repartição para regime de capitalização. Mas os limites dos seguros de vida e da Previdência Social e Complementar, devido ao risco de crash na Bolsa de Valores às vésperas da aposentadoria, levaram a inovações financeiras supostamente mais eficientes para cobrir os riscos: os Hedge Funds. Muito usado no mercado de commodities agrícolas, um contrato futuro permite estabelecer um piso de receita para quem vende e um teto de despesa para quem compra a próxima colheita.

Após o fim do lastro-ouro do dólar e a adoção generalizada do regime de câmbio flexível, os futuros passaram também ser emitidos para proteção contra variações nos valores das moedas e nos rendimentos financeiros esperados.

Como todos os contratos são derivados do valor de ativos subjacentes, todos os futuros são derivativos (aplicações financeiras que "derivam" de outros valores -e por isso têm esse nome. No mercado de câmbio, por exemplo, os derivativos são aplicações que "derivam" do valor do dólar. Há vários tipos de operações, mas três são mais conhecidas: mercado a termo, mercado futuro e mercado de opções).

Na última década, houve um boom dos derivativos: em 2007, o valor nacional deste mercado global era de US$ 596 trilhões. A alta instabilidade financeira, devido a explosão de ativos especulativos, somada às práticas duvidosas de transações de derivativos, deflagrou a crise financeira. Além disso, muitas famílias optaram por investir seu dinheiro em imóveis, uma aposta descoberta em um único sentido de um mercado, a alta.

Ascensão do Dinheiro- Seguro como uma casa (Episódio 5)

Neste quinto episódio, retrata a falsa esperança da população para obter sua casa própria, porém com o mercado com um crédito fácil e rápido, fez com que a população investisse em imóveis.

Digo como uma falsa esperança de casa própria pois a facilidade de acesso a crédito era tanta, que mesmo desempregados conseguiam hipotecar suas casas a juros baixos e em condições de pagamentos mensais muito pequenos. Tais condições eram permitidas através da securitização dessas hipotecas por bancos e da venda desses títulos a outros clientes através de produtos financeiros, em mercado secundário. Os ativos eram cotados por agências especializadas como altamente seguros, embora a cada dia a bolha se tornasse maior e mais frágil, até estourar.

Nos anos 70, o governo neoliberal de Reagan desregulamentou o setor, permitindo aos especuladores aumentarem ainda mais seus lucros.

Pela tamanha quantidade de demanda para tal investimento, acabou gerando um boom no mercado imobiliário, que por sua vez não suportou, pois monetariamente com juros baixos e parcelas mensais muito pequenas, não conseguiria cumprir com todos os contratos fechados, teria que ter um fundo de reserva para sustentar esse credito enorme.

"Seguro como casas" a frase lhe diz tudo que você precisa saber sobre o motivo de todas as pessoas ansiarem para possuir seus próprios lares, no mundo inteiro. Mas essa frase significa algo mais preciso no mundo das finanças. Significa que não existe nada mais seguro do que emprestar dinheiro para as pessoas comprarem propriedades. Por quê? Porque, se elas não pagarem o empréstimo, o emprestador, ou o banco, pode tomar a propriedade. Mesmo que elas fujam, a casa não desaparece nem sai do lugar, ou seja o famoso “imóvel”. Assim, não é por coincidência que a fonte de recursos mais importante para um negócio novo nos Estados unidos seja a hipoteca da casa do empreendedor. Correspondentemente, as instituições financeiras se tornaram cada vez menos inibidas a respeito de emprestar dinheiro para pessoas que querem comprar propriedades. Esse salto para cima no volume dos empréstimos ajudou a financiar um grande investimento residencial que atingiu um pico de cinquenta anos em 2005. Durante algum tempo, a oferta de residências novas pareceu incapaz de manter o ritmo com a demanda acelerada. Cerca da metade do crescimento do PIB americano na primeira metade de 2005 era relacionada com o mercado imobiliário.

Como não havia, os preços das casas despencaram e ainda assim não havia ninguém interessado em comprá-las. Isso desmascarou a mentalidade de que possuir um imóvel podia servir de segurança para um empréstimo. Na verdade, serve de segurança apenas para o credor.

Ascensão do Dinheiro- Chimérica (Episódio 6)

A ascensão do dinheiro raramente foi tranquila, sempre pontuada por grandes e dolorosas crises, as inovações financeiras nos mercados de créditos, obrigações, ações, seguros e imóveis conquistaram o mundo através da globalização.

A globalização gera vulnerabilidade aos choques financeiros que marcaram a história das finanças por crises. Há dez anos, acreditava-se que apenas os mercados emergentes estariam sujeitos às turbulências, mas hoje é todo o Ocidente que se encontra em profunda crise.

A vulnerabilidade externa deflagrou a crise da dívida externa latino-americano na década de 80. Após a Crise Asiática, em 1997, no ano seguinte, foi o frágil sistema financeiro russo que entrou em colapso e obrigou seu governo a dar default, ou seja, o descumprimento

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